
Em determinado período de
minha vida comecei a escrever sobre um assunto específico – o direito de
propriedade -, que me interessava ideologicamente e ao qual me dedicava, em
função de um cargo que ocupava.
Há alguns anos, porém, tenho
escrito a respeito do que penso ou sinto sobre os mais variados assuntos. Essa
mudança ocorreu principalmente após um acidente, que me levou à cama por
praticamente dois anos e então, tinha tempo de sobra para refletir sobre minha
vida e as pessoas que me cercavam.
Como poli traumatizado, por
diversas vezes fui questionado sobre as dores dos ferimentos, mas elas sempre
foram muito menores daquelas sentidas pelas descobertas que realizava com
minhas observações e pensamentos.
Quando comecei a escrever, os
comentários das pessoas eram realmente intrigantes, como o de um conhecido, que
ao saber que havia escrito o texto “O homossexualismo na sociedade
brasileira”me questionou: “Uai João, mas você entende sobre esse
assunto?”.
Explicar para uma pessoa que
meu texto tratava do comportamento social de forma histórica, no decorrer de
séculos, narrando inclusive trechos bíblicos, criaria situações até
constrangedoras, pois para algumas pessoas, é difícil entender que foi por meio
da história, da literatura universal e das observações que possuímos todo o
conhecimento hoje existente.
Mesmo antes da invenção da
escrita, o conhecimento adquirido através das observações foi passado por
gerações, mas a com a escrita tudo ficou mais fácil. Ela não transmite apenas
conhecimentos. Pode transmitir muitas outras coisas, como os sentimentos e é
nesse campo que muitos se realizam, pois escrevendo, conseguem expressar melhor
o que pensam ou sentem.
Com as novas tecnologias da comunicação, abriram-se espaços inimagináveis uma década atrás. Atualmente, qualquer um pode escrever o que pensa sobre qualquer assunto e em segundos poderá estar sendo lido e debatido em outro continente.
Quem gosta de escrever e hoje
utiliza a internet, há alguns anos não imaginava que poderia, em segundos,
transmitir a tantas pessoas, o que pensa ideologicamente ou o que sente em
relação aos amigos, filhos, netos, um relacionamento, uma paixão ou um amor.
“Escrever é fácil, você
começa com maiúscula e termina com ponto. No meio, você coloca ideias”,escreveu
Pablo Neruda.
“Buscamos, no outro, não a
sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta”… “Já não tenho tempo para
conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que
nem fazem parte da minha”… “Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência, minha alma tem pressa”… escreveu Rubem Alves.
Consciente de que, mesmo com
um texto transmitindo eletronicamente para milhões de pessoas, muito poucas
terão interesse no que foi escrito, escrevo simplesmente porque escrevendo me
sinto bem.
A importância do que
escrevo pouco importa. O que importa é escrever sobre o pouco que importa.
Título, Imagem e Texto: João
Bosco Leal, 25-07-2014
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