segunda-feira, 21 de julho de 2014

"Existe algo como a verdade absoluta/verdade universal?"

Para entender se existe algo como verdade absoluta/verdade universal, vamos primeiro definir o que é a verdade. A verdade é definida pelo dicionário como “conformidade a um fato ou realidade; uma declaração provada como ou aceita como verdadeira; realidade”. Algumas pessoas diriam hoje em dia que não há uma verdadeira realidade, apenas percepções e opiniões. Por outro lado, outros argumentariam que deve haver uma realidade ou verdade absoluta. Portanto, ao considerarmos a questão quanto a haver ou não algo como a verdade absoluta, nós vemos dois pontos de vista exatamente opostos.

Um ponto de vista diz que não existem absolutos que definam a realidade. Aqueles que têm tal posição acreditam que tudo é relativo, e que, portanto não há uma realidade verdadeira. Por causa disso, não há nenhuma autoridade para decidir se uma ação é positiva ou negativa, certa ou errada. Este ponto de vista é simplesmente a “ética situacional” na sua forma mais ampla. Não há certo ou errado, portanto o que quer que pareça certo em certo momento, certo será. É claro que este tipo de “ética situacional” leva a uma mentalidade e um estilo de vida do tipo “vamos fazer tudo o que parece bom”, que tem um efeito devastador na sociedade e nos indivíduos.

O outro ponto de vista acredita que existem realidades absolutas ou padrões que definem o que é verdadeiro e o que não é. Portanto, ações podem ser julgadas certas ou erradas de acordo com a sua medida em relação a esses padrões absolutos. Você pode imaginar o caos que seria se não houvesse absolutos, se não houvesse realidade? Tome a lei da gravidade como exemplo. Se ela não fosse um absoluto, em um momento você daria um passo para frente e poderia acabar a muitos quilômetros do chão, e no instante seguinte você talvez não conseguisse mover o seu corpo de jeito nenhum. Ou pense na confusão que seria se os números não mais tivessem valores absolutos. Por exemplo, 2 +2 não seria mais igual a 4. Se não houvesse verdades absolutas, o mundo estaria em caos. Não haveria leis da ciência, leis da física, tudo seria sem sentido e não existiriam padrões de medida, nem certo e errado. Que confusão isso seria, mas ainda bem que a verdade absoluta existe, e ela pode ser encontrada e entendida.

O próprio pensamento de alguém alegar que não existe verdade absoluta é totalmente ilógico. Mesmo assim, diversas pessoas hoje em dia estão abraçando um relativismo cultural que no seu cerne nega qualquer tipo de verdade absoluta. Uma boa pergunta para as pessoas que dizem “não existe verdade absoluta” é: “Você está absolutamente certo disso?” É totalmente ilógico fazer tal alegação, pois é uma alegação absoluta que em si própria nega qualquer absoluto. Ela está, em essência, dizendo que o próprio fato de não haver verdade absoluta é a única verdade absoluta.

Há diversos problemas lógicos que se deve superar para aceitar ou acreditar que não existem verdades absolutas/verdades universais. O primeiro problema é o da autocontradição. Isto pode ser visto na questão exposta acima e no fato de que aqueles que insistem que não existem absolutos estão na verdade acreditando em um absoluto. Eles estão absolutamente certos de que não existe nada absoluto. Este tipo de filosofia é tanto autoderrotista quanto autocontraditória. A afirmação de que não existem absolutos está em si própria contradizendo o que eles dizem acreditar!

O segundo problema com a negação da verdade absoluta/verdade universal é o fato de que todos os seres humanos possuem conhecimento limitado. Como seres humanos com uma mente limitada e finita, nós não podemos logicamente fazer declarações negativas absolutas. Por exemplo, uma pessoa não pode dizer logicamente “Não há Deus” (apesar de muitos o fazerem), porque para dizer isso ela deveria ter conhecimento absoluto sobre o universo inteiro do início ao fim. Quando as pessoas dizem não haver Deus ou não haver verdade absoluta (o que em essência é realmente a mesma coisa), o máximo que elas podem dizer racional e logicamente é “Com o conhecimento limitado que eu tenho, eu não acredito que exista um Deus”, ou “Com o conhecimento limitado que eu tenho, eu não acredito que exista qualquer coisa que seja absolutamente verdadeira”.

O terceiro problema com a negação da verdade absoluta/verdade universal é o fato de que ela falha ao se associar com o que nós sabemos ser verdadeiro nas nossas próprias consciências, nossas próprias experiências, e com o que nós vemos no “mundo real”. Se não existe tal coisa como a verdade absoluta, então não existe nada certo ou errado sobre qualquer coisa. O que pode ser “certo para você” pode não ser “certo para mim”. Apesar de superficialmente esse tipo de relativismo parecer muito apelativo, se ele for levado à sua conclusão lógica, ele logo se prova desastroso. Considere apenas por um momento se realmente não houvesse verdade absoluta e se tudo fosse realmente relativo (sem padrões de qualquer tipo). Em essência, o que aconteceria é que todo mundo estabeleceria as suas próprias regras segundo as quais viver e faria o que achasse certo. Isso causa problemas, pois o conceito de certo de uma pessoa logo entraria em conflito com o de outra. Por exemplo, e se fosse “certo para mim” ignorar os semáforos no trânsito, mesmo quando eles estão vermelhos? Dessa forma eu estaria pondo a vida de outros em risco. Ou então, eu poderia pensar que é certo roubar de você, mas você pensaria que não é certo. Da mesma forma, uma pessoa poderia decidir que matar outras pessoas é certo e portanto ela poderia tentar matar todo mundo que estivesse à vista.

Se não existem padrões absolutos, verdades absolutas e se todas as coisas fossem relativas, então matar todo mundo é tão certo quanto não matar ninguém. Roubar é tão certo quanto não roubar. Crueldade é igual à não-crueldade. Note a que resultados desastrosos a negação da verdade absoluta podem levar. Afinal, se não existe algo como a verdade absoluta, então ninguém pode dizer “você deveria fazer isso” ou “você não deveria fazer aquilo”. Se não existe verdade absoluta, então nem o governo poderia impor regras para a sociedade. Você pode ver o problema que isso causa? Caos total, pois cada um faz o que é certo do seu ponto de vista. Se não existe verdade absoluta, nenhum padrão de certo ou errado ao qual todos estamos sujeitos, então nós nunca podemos ter certeza de nada. As pessoas seriam livres para fazer o que quisessem – assassinar, estuprar, mentir, trapacear, etc. e ninguém poderia dizer que tais coisas são erradas. Não haveria governo, nem leis, nem justiça, porque ninguém poderia dizer que a maioria das pessoas tem o direito de definir e impor padrões sobre a minoria. Um mundo sem absolutos seria o mais horrível mundo imaginável.

Hoje em dia nós frequentemente ouvimos frases como “isso pode ser verdade para você, mas não é verdade para mim”. Para aqueles que acreditam que não exista uma verdade absoluta, a verdade é vista como nada mais do que uma preferência ou percepção pessoal e que, portanto, não pode se estender além dos limites pessoais. Por causa disso, não existem respostas finais para o sentido da vida e não poderia haver esperança de qualquer tipo de vida após a morte. Esse tipo de relativismo resulta em confusão religiosa porque não pode haver religião verdadeira, nem um único caminho para se ter um relacionamento correto com Deus. Todas as religiões seriam, portanto, falsas, porque todas elas afirmam ensinar ou acreditar em algum tipo de vida após a morte, algum tipo de verdade absoluta. Esta é a causa de não ser incomum hoje em dia as pessoas acreditarem que duas religiões totalmente opostas possam ser igualmente “verdadeiras”, apesar de as duas afirmarem ter um único caminho para o céu ou ensinarem duas “verdades” totalmente opostas. As pessoas que não acreditam na verdade absoluta ignoram essas afirmações e abraçam um universalismo mais tolerante, o qual ensina que todas as religiões são iguais e que todas elas levam ao céu. Essa também é a razão por que as pessoas que abraçam essa visão de mundo irão se opor veementemente aos cristãos evangélicos que acreditam na Bíblia quando ela diz que Jesus é “o caminho, e a verdade, e a vida” e que Ele é a manifestação final da verdade e o único caminho através do qual alguém pode chegar ao céu (João 14:6).

Porém, apesar do fato de que negar a verdade absoluta é tanto ilógico quanto irracional, a visão de que “tudo é relativo” se tornou um dos slogans da geração na qual vivemos. Em grande parte do mundo ocidental, multidões rejeitaram a possibilidade de que algo como a verdade absoluta possa existir. Isso resultou no que muitos se referem como uma sociedade pós-moderna, que é uma sociedade que considera todos os valores, crenças, estilos de vida e afirmações da verdade como válidos. Por causa disso, aqueles que se associam a padrões absolutos de certo ou errado são considerados intolerantes e são rotineiramente condenados, provocados e criticados.

De fato, a tolerância se tornou a grande virtude da sociedade, o único absoluto e, portanto, só pode haver um mal, o da intolerância. Em outras palavras, o que aconteceu foi que qualquer sistema religioso ou indivíduo que acredite dogmaticamente em alguma coisa – especialmente em uma verdade absoluta – se torna culpado de intolerância, e a única coisa que uma sociedade politicamente correta e relativa não irá aceitar são aqueles que acreditam em absolutos. Aqueles que negam a verdade absoluta normalmente irão dizer que não há problema em você acreditar no que quiser, contanto que não tente impor as suas crenças para os outros. Entretanto, essa visão em si própria é uma crença no que é certo e errado e aqueles que seguem essa visão irão definitivamente tentar impô-la aos outros, sendo, portanto, hipócritas. Eles definem um padrão de comportamento que querem que os outros sigam – violando assim aquilo que fingem defender.

A pergunta que não quer calar é: por que aqueles que promovem a tolerância são tão intolerantes com as pessoas que acreditam na verdade absoluta? E por que as pessoas estão tão dispostas a abraçar um sistema de crenças que ameaça destruir a própria estrutura da sociedade e é no seu cerne tanto irracional quanto ilógico? A simples razão é que as pessoas não querem ser responsáveis pelas suas ações. Se existe verdade absoluta, então existem padrões absolutos de certo e errado, e nós estamos sujeitos a esses padrões. Essa responsabilidade é o que as pessoas estão realmente tentando negar na sua rejeição da verdade absoluta.

A negação da verdade absoluta/verdade universal e do relativismo cultural que dela surge é simplesmente o resultado lógico de uma sociedade que abraçou a teoria da evolução como a explicação para a vida. Se a evolução for verdade, então a vida não tem sentido, nós não temos propósito, e não pode haver nenhum certo ou errado absoluto. O homem é livre para viver a vida como lhe agrada e não é responsável por nenhuma das suas ações. Mesmo assim, não importa o quanto os homens pecadores tentem negar a existência de Deus e da Sua verdade absoluta, eles ainda terão que um dia estar diante Dele em julgamento. A Bíblia declara: “O que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidas por meios das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Romanos 1:19-22).

A última pergunta que nós devemos fazer quando consideramos se a verdade absoluta existe ou não é: existe alguma evidência da existência da verdade absoluta? Se alguém cautelosamente considerar essa questão, logo se torna evidente que existem mesmo evidências que apontam para a existência da verdade absoluta. A primeira evidência para a existência da verdade absoluta é vista na nossa consciência. A nossa consciência nos diz que o mundo deveria ser de “certa forma”, que algumas coisas são “certas” e algumas são “erradas”. Ela nos ajuda a entender que há algo errado com o sofrimento, a fome, o estupro, a dor e o mal. Ela nos diz que o amor, a generosidade, a compaixão e a paz são coisas positivas pelas quais deveríamos nos esforçar. A Bíblia descreve o papel da consciência humana em Romanos 2:14-16: “Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho”.

A segunda evidência da existência da verdade absoluta é vista na ciência. A ciência é simplesmente uma busca pelo conhecimento. É o estudo do que nós sabemos e uma jornada para saber mais. Portanto, todo estudo científico deve por necessidade ser fundamentado sobre a crença de que existem realidades objetivas no mundo. Sem absolutos, o que sobraria para ser estudado cientificamente? Como alguém saberia se as suas descobertas são reais? Na verdade, as próprias leis da ciência devem ser fundamentadas na certeza da verdade absoluta.

A terceira evidência para a existência da verdade absoluta/verdade universal é a existência da religião. Todas as religiões do mundo são uma tentativa de dar sentido e definição à vida. Elas nascem do fato de que a humanidade deseja algo mais do que simplesmente existir. Por trás de todas as religiões está a crença fundamental de que deva haver mais na vida do que a simples existência física que nós conhecemos. Através da religião, as pessoas procuram por segurança e esperança para o futuro, pelo perdão dos pecados, pela paz em meio às nossas dificuldades e por respostas para as nossas questões mais profundas. A religião é realmente a evidência de que os seres humanos são mais do que simplesmente animais altamente evoluídos. É a evidência de um propósito maior e do fato de que realmente há um Criador pessoal e cheio de propósitos que implantou na humanidade o desejo de conhecê-lo. E se houver mesmo um Criador, então Ele se torna o padrão para a verdade absoluta, e é a Sua autoridade que estabelece essa verdade.

Felizmente para nós, existe tal Criador e Ele revelou não só a Si próprio, como também a Sua verdade para nós através da sua própria Palavra, a Bíblia. Se nós quisermos conhecer a verdade absoluta/verdade universal, a única forma de fazer isso é através de um relacionamento pessoal com Aquele que afirmou ser a Verdade, Jesus Cristo. Respondeu-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). O fato de que a verdade absoluta existe nos leva à verdade de que há um Deus soberano que criou os céus e a terra e que revelou a Si mesmo para nós, para que possamos conhecê-lo pessoalmente através do Seu Filho Jesus Cristo.
Título e Texto: Got Questions? Org
Via Vanderlei dos Santos Rocha, 21-07-2014

2 comentários:

  1. Beleza de texto, senhor JIM...
    Apesar de ter um final religioso, desmistifica a tal inexistência da verdade absoluta.
    Quem afirma que não há verdade absoluta, comete o paradoxo achando que sua afirmação é absoluta verdade.
    Sem essas verdades inexistiria ciência e religião.
    obrigado, e vamos à reflexão...

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