1. Um político conhecido em campanha, fazendo um corpo a corpo, era
abordado por eleitores que pediam autógrafo. Isso impacientava vários deles,
que queriam prosseguir no corpo a corpo. Achavam que dar autógrafo era perder
vários apertos de mãos. Os autógrafos iam se transformando em rubricas
irreconhecíveis.
2. De uns tempos para cá, os eleitores passaram a pedir aos
candidatos conhecidos, fotos, com seus celulares, com seus smartphones. Da mesma
forma, candidatos se impacientam em serem parados para tirar fotos com
eleitores. Esses eleitores pedem a amigos a seu lado que tirem a foto, ou os
mesmos fazem um selfie.
3. Da mesma forma que antes, alguns ou vários candidatos se
impacientam pela mesma razão que no caso de autógrafos. Acham que vão perder
tempo no corpo a corpo e apertarão menos mãos em seguida. Um erro grave nos
dias de hoje.
4. Hoje, todas as pessoas com smartphone têm sua rede, Facebook por
exemplo. A cada foto com candidato conhecido postam em seu Facebook. Quanto
menos, tem 50 amigos em seu Facebook. Ou seja: instantaneamente repassam a foto
para 50 amigos. Uma foto simpática de um político conhecido tem uma enorme
probabilidade de ser repassada nas redes dos amigos.
5. Se o candidato se nega a tirar a foto, o eleitor tira a foto por
trás ou pelo lado, posta no Facebook com um comentário negativo pela antipatia.
O multiplicador será negativo.
6. As fotos por smartphone, em campanha durante o corpo a corpo,
são muito mais eficazes que seguir no corpo a corpo e muito, muito mais
eficazes que o autógrafo frio num papel. São mais eficazes por três razões:
i) quantitativamente por
atingir de forma muito melhor, muito mais eleitores que os apertos de mãos seguintes
conseguiriam. E com algum comentário com o nome do candidato: um panfleto
digital;
ii) qualitativamente por se
tratar de fotos e não de rubricas rabiscadas;
iii) pelo multiplicador
potencial de alguns amigos da rede própria do eleitor repassarem às suas
próprias redes, ampliando os 50 iniciais.
7. Essa é uma situação nova que os candidatos devem absorver,
agradecer e até estimular através dos que o acompanham.
Título e Texto: Cesar Maia, 24-07-2014
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