"Mas se você não pode
esperar para fazer as sonhadas compras em Miami, vá direto ao Dolphin
Mall, no centro da cidade, onde 240 lojas trazem produtos de grandes
marcas, como Banana Republic, Victoria’s Secret e
tantas outras. Quem procura pelos famosos outlets de Miami vai
se encantar com o Sawgrass Mills, em Fort Lauderdale, a 50
quilômetros da cidade – dentre as mais de 300 lojas, indica-se as pontas de
estoque da GAP, Nike e Burberry. Tanto
para relaxar em praias de mar azul quanto para aproveitar ótimos preços de
grifes famosas, sua viagem para Miami tem tudo para ser inesquecível."
Como infeliz aposentado da previdência social e também perdedor do fundo de pensão AERUS, ou seja, mais um infeliz largado neste mundo latino, tenho pelo menos os meus devaneios esporádicos e ontem mesmo eu vi um anúncio sobre pacotes turísticos neste imenso país milionário chamado Brazil.
E tive a oportunidade de
perceber como a farra está boa pelas bandas de cá do Atlântico sul.
Um pacote com seis noites em
Miami ou Orlando, mais parte aérea e aluguel de carro, por R$ 1490,00 ou,
para melhorar mais ainda, dez prestações de R$ 149,00, fora a muamba, é claro, que
ninguém resiste pois não somos de ferro.
Até o ministro que se aposenta
vai morar lá, por que nós, que somos o seu antagonismo puro de origem, não
podemos?
Afinal, o governo está
bancando tudo, desde o crédito fácil via consignado até ao dólar reprimido pela
elite econômica.
Ninguém por exemplo se
lembra mais do nosso Eike Batista e a sua ligação com o BNDES. Isso é passado e
recordar não é viver. Para quê?
Quando perdi o meu fundo de
pensão, que era admiravelmente fiscalizado pelo governo, a solução que
vislumbrei à época, e lá se vão oito anos, para minimizar as minhas futuras
agruras neste país varonil, foi de vender parte do que havia amealhado com o
meu trabalho de anos e cair na iniciativa privada como um Sebraético
empreendedor, que o governo anuncia eternamente como a salvação moderna da
nação.
Mais um trote protagonizado
pelas esferas públicas, em que eu e milhões mais uma vez caíram. A
política econômica atual está infernizando a vida de todos os que acreditaram
um dia ser possível produzir e criar riqueza. A partir de 2010 e já no mandato
da presidenta o empresariado sentiu ter caído em um conto, digamos, pouco
honesto, e que a armadilha estava preparada sem que houvesse
salvação.
Ninguém mais se lembra do
julgamento do mensalão e seu show de pirotecnia pura que durante este último
ano, consumiu milhões de reais, desviou a atenção do povo durante meses e o
resultado está aí para todos verem. Nada de positivo e tudo esquecido
como lhes convém.
Ao longo destes anos a partir
de 2010 o empresariado viajou em uma rota de impacto futuro com a derrota. O
volume de lojas fechadas atualmente chega a impressionar até aos mais
desavisados. A super conta, agora após um evento como a copa, que não
precisamos mais escrever porque tudo já foi dito em termos de despesas ao país,
que além de tudo o mais e pior a perdemos em casa, está chegando devagarinho e
até ao final do ano vai se tornar um inferno.
O volume de gastos pelos
brasileiros no exterior está no seguinte patamar:
Ainda de acordo com o Banco
Central, as despesas no exterior somaram US$ 10,48 bilhões nos cinco primeiros
meses deste ano, o que representa um aumento frente ao mesmo período do ano
passado, quando o total foi de US$ 10,3 bilhões. Com isso, os gastos de
brasileiros lá fora também bateram recorde em 2014 para os cinco primeiros
meses de um ano.
Fonte: G1 Economia
Está cada vez mais claro, mês
a mês, que os brasileiros estão numa corrida ao ouro no exterior.
Os preços assistencialistas
dos pacotes de turismo, financiados pelo dólar artificial fazem com que hordas
de brasileiros se dirijam a paraísos como Miami, Orlando e Nova Iorque, com os
seus produtos melhores, sem competição com os nacionais, seus preços em até 70%
mais baratos em relação aos praticados aqui, além de um turismo patrocinado
pela quantidade de feriados absurda em 2014 por exemplo, mais os
dias parados por causa do furor pátrio ao futebol.
A conta já está expedida e é
só uma questão de tempo para a entrega.
O que deveria estar sendo
gasto aqui e gerando riqueza ao país de terceiro mundo, está alarmantemente
sendo gasto lá fora para deleite dos países do primeiro. Nossa inteligência
está acima de qualquer dúvida e nós somos apenas o máximo!
Então, os empresários deveriam
começar a pensar seriamente se vale a pena, continuar a investir em um país que
não lhes traz absolutamente nenhum retorno e gerar riquezas é apenas um sonho
de difícil realização.
Já que a ordem é a que está
sendo seguida, proponho irmos todos para Miami, lá colocarmos as nossas
empresas e confortavelmente passarmos a vender para os turistas
brasileiros. Em dólar, é claro, sem precisar incomodar o funcionalismo público
fazendário e os seus pontos facultativos de terceiro mundo.
Título e Texto: José Manuel, ex- tripulante Varig,
24-07-2014
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