sábado, 26 de julho de 2014

Nanismo por opção


José Manuel
Ninguém, em sã consciência, admite uma guerra com perda imensa de seres humanos, em especial crianças inocentes. É dever de todo ser humano se portar frontalmente contra qualquer atitude discriminatória ou fratricida que venha a corromper a paz local e mundial.

Porém, ao fazermos temos que ter o cuidado de relativizar ambas as partes, cada qual com a sua parcela de culpa, e fazer o máximo por impedir que isso aconteça.

Atitudes unilaterais como a que o Estado Brasileiro tomou quanto ao conflito Judeu/Palestino não são exatamente adequadas à situação que se apresenta no momento. A resposta de Israel, pronta e imediata, retira o manto da invisibilidade hipócrita que nos assola como nação. Afinal, uma chuva de mísseis no dos outros soa como refresco e esquecemos uma velha máxima de que no terreiro dos outros quem canta de galo é o dono.

Nós não somos somente anãos em diplomacia, mas o nosso cotidiano é recheado de nanismo e, o que é pior, por pura opção governamental, pois os exemplos, hoje em época de conhecimento global e imediato, chegam aos borbotões ao clicar de uma tecla e ao invés de nos espelharmos no que há de melhor continuamos no ranço preguiçoso de eras passadas.

Escrevo com a chancela de um governo que me vitimiza com o nanismo de uma falha imperdoável em um plano anão de previdência privada, o AERUS, que me rouba oito preciosos anos de vida.

Escrevo, porque posso e sou vítima de um sistema anão de Previdência Social que mantém defasado o meu salário há anos em relação à inflação que não para de crescer.

Escrevo, porque sou vítima de um sistema anão em atendimento hospitalar e para que possa ser assistido com a dignidade que mereço como cidadão, dispendo grande, senão maior parte do meu salário de aposentado para financiar um plano de saúde que, ao não ser adequadamente fiscalizado pelo governo, se torna anão, todas as vezes que necessito de uma cirurgia e apesar do alto preço sou obrigado a recorrer ao judiciário para fazer valer o meu direito de consumidor.

Continuo escrevendo porque sou vítima de um judiciário anão, que não julga, aceita recursos em profusão e muitas vezes de irrelevante procedência, não cumpre prazos processuais, deixando seus cidadão com sentenças já prolatadas, em situação de extrema miserabilidade, por não receberem os proventos a que têm direito, por julgamento.

Continuaria a escrever, indefinidamente, sobre como somos anões em desenvolvimento econômico e social, em como classificamos por raça nossos cidadãos e os submetemos a cotas raciais, um nanismo ultrapassado e horroroso, em não ampararmos a indústria nacional frente a outros mercados, de como deixamos o nosso comércio morrer asfixiado por mercados exteriores, com o efeito terrivelmente anão de dispensa de mão-de-obra e a não criação de empregos formais. Isso nada mais é do que nanismo exacerbado e irresponsável.

O nanismo não é uma figura nova em nosso país, pois todos se lembram dos anões do orçamento, aquelas figuras tragicômicas que, pela corrupção, continuam levando o país a essa condição de nanismo político em que nos encontramos.

Mas também, a nossa parcela de culpa pessoal é enorme, pois é no voto que demonstramos o quanto continuamos anões. É na forma de, e como trabalhar, não para o engrandecimento do país e o seu desenvolvimento, mas objetivando quase sempre uma aposentadoria precoce e auferir vantagens em todo o tipo de segmento por onde andamos na vida.

Provavelmente isto que aqui está escrito, não irá sensibilizar ninguém, pois o verão chegará com os seus traseiros esplendorosos, a sua eterna e abundante cerveja de milho anã em qualidade e o futebol 171 agora comandado por um outro anão do grupo dos famosos sete da Branca de Neve. E tudo mais uma vez cairá, após outubro, no esquecimento. Até lá vamos ter que aguentar as figuras anãs e sorridentes nos cartazes espalhados, emporcalhando as paredes, os eternos panfletos jogados no meio das calçadas e ruas, e a mão-de-obra análoga à escrava das comunidades miseráveis empunhando galhardamente estandartes de partidos políticos, nas esquinas das nossas cidades, por um preço eternamente não só anão mas extremamente vil.
E entra ano, sai ano, não passamos disso, continuamos num padrão extremamente baixo.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 26-07-2014

Um comentário:

  1. José Manuel,
    nesse contexto você exemplifica os fatores éticos e morais de uma sociedade honesta, impoluta e ordeira.
    O JIHAD não significa guerra santa, mas sim o esforço, a vontade, o emprenho próprio de conquistar, de transcender a fé perfeita.
    Os MUHAJID os seguidores do JIHAD seriam as pessoas que que almejam para si próprios o domínio da alma, Ou esforço de catequizar outras pessoas para a religião muçulmana. A primeira é chamada de jihad maior, a segunda de jihad menor.
    Infelizmente Maomé e sua guerra santa e seus seguidores transformaram o JIHAD numa sangrenta guerra.
    Perguntaram a Maomé:
    Qual é a MAIOR ou MELHOR jihad?

    Maomé disse:
    ‘A de um homem cujo sangue é derramado e o seu cavalo é ferido.’
    ‘Aquele que morreu mas não lutou no caminho de Alá nem expressou alguma determinação por lutar, morreu como morrem os hipócritas."
    Enfim morre-se por Alá e mata-se por Alá.
    Durante quinhentos anos perseguiram judeus e cristãos. Judeus são árabes descendente de beduínos tanto quanto palestinos.
    Uma religião os separa.
    Um fratricídio, matricídio, patricídio, crimes entre famílias, para obter o poder, nada diferente do que mafioso faziam na Nova Iorque do século XX, ou na Sicília de hoje.
    O Brasil é grande, majestoso, e apoia os pequenos porque é COVARDE, acompanhar os grandes não é aliança para eles, é jugo.
    boa noite...

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