terça-feira, 29 de julho de 2014

Tragicomédia de uma ditadura bolivariana: Como totalitários forçam presidentes de empresa a mudar o discurso

Luciano Henrique
São os fatos. A direita atual já pode se preparar para contar para as próximas gerações que lutou contra uma ditadura. A ditadura petista.

Claro que não falamos de uma ditadura que coloca tanques na rua, mas de um governo utilizando todo o aparato estatal para pressionar os agentes econômicos. O resultado, como não poderia deixar de ser, é sempre o servilismo a partir de ameaças veladas.

No post O aviso do Santander aos seus clientes e o totalitarismo petista falei do caso do banco Santander, que emitiu uma nota em seu extrato para os clientes Select informando a respeito de uma possível crise com a reeleição de Dilma. Nada que não fosse de domínio comum, pois o mercado sobe quando Dilma cai, e cai quando ela sobe. Sinal de que o governo não é bem vindo por parte do empresariado. Na verdade, a taxa de rejeição do governo é altíssima perante o povo brasileiro como um todo.

Seja lá como for, depois das ameaças explícitas do governo (incluindo ameaça de processo) os presidentes do Banco Santander, Emilio Botín, e da Telefónica, César Alierta, afirmaram anteontem (domingo, dia 27) que continuarão a investir no país.

Botín disse: “Continuamos investindo e incentivando todo mundo para que invista no Brasil”. Ele também disse que o texto “não é do banco”, mas de um analista que o elaborou, enviando-o “sem consultar” seus superiores. Segundo Botín, a divisão brasileira do banco tomou “as medidas cabíveis”, mesmo que não as tenha especificado.

Algo já não cheira bem nesta história, pois na sexta-feira Rui Falcão, presidente do PT, havia dito que a responsabilidade era “de cima”, e que vários seriam demitidos, incluindo executivos. O PT era uma festa só diante da demissão dos funcionários do Santander por pura pressão do governo…

César Alierta, na mesma entrevista, disse: “Os governantes deste país fizeram um trabalho espetacular; O Brasil passou a ser uma referência mundial; os brasileiros têm que estar orgulhosos”.

Alierta também disse: “Se há duas companhias que investiram no Brasil somos o Santander e a Telefônica. Investimos quando ninguém queria investir. Quando Lula (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) ganhou as eleições (em 2001) e todos queriam vender, e nós investimos”.
Será que o PT tem motivo para comemorar essas declarações? Somente se eles nunca viram nenhum sketch do Monty Python, onde situações assim só são cabíveis em comédias zoando o totalitarismo.

Realize a cena onde o Gerente de PR de uma empresa que vende cocadas fala do governo do Kundistão:
GERENTE DE PR: Estamos muito preocupados com a crise chegando, que vai afetar as vendas, e do jeito que está as empresas vão quebrar. Precisamos mudar o rumo da economia e as pessoas no governo.

 AGENTE DO GOVERNO [entrando na coletiva]: O que você estava dizendo mesmo?

GPR [constrangido e fingindo empolgação]: Que estamos preocupados com a crise que vai chegar se a elite fascista conseguir atrapalhar o governo do nosso excelentíssimo presidente. Precisamos quebrar a espinha dorsal desses fascistas. A economia vai no caminho certo por causa da excelência das pessoas do governo.

AGENTE: Não era bem isso que eu tinha ouvido…

GPR: Foi culpa do analista! Nossa empresa ama vocês. [Em seguida ele ajoelha e beija os pés do agente governamental)

AGENTE: Mas não foi você que semana passada comentou que o mar não estava para peixe?

 GPR: Não! De jeito nenhum! Eu falei que o mar não está para peixe ruim! Só tem peixe bom.O mundo tem que se orgulhar deste governo!

AGENTE: Você não havia dito que a venda de cocadas diminuiu?

GPR: Esses analistas não têm jeito mesmo! [manda chamar um analista da outra sala e dá uns tabefes nele, na frente do agente governamental] As vendas nunca estiveram tão bem! Falei com todos meus amigos empresários da Europa e digo para eles investirem aqui no Kundistão.

AGENTE: Sei, sei…

 GPR: Pensando bem, vamos lançar novas cocadas com a face do presidente na embalagem! Olha só… até me emociono ao falar de el presidente.

A verdade é que só podemos dar valor efetivo às declarações feitas antes de ameaças, e essas não são nada favoráveis ao governo petista, que só consegue elogios depois de uma séries de intimidações vindas a partir de quem detém o poder estatal.
Veja o ótimo vídeo de Rodrigo Constantino sobre o assunto abaixo:



Título e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 29-07-2014

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