LATINO-AMERICANOS TIRAM SEUS
CAPITAIS DO ALCANCE DO SOCIALISMO EM SEUS PAÍSES E CAUSAM UM "BOOM"
IMOBILIÁRIO EM MIAMI.
Francisco Vianna
A rápida construção de novos
prédios de condomínios em certos mercados da Flórida, mormente de Miami, mostra
o modo como os latino-americanos estão preocupados em investir seus capitais
fora de seus países, cada vez mais ameaçados pelo avanço dos regimes
socialistas a que estão submetidos.
Isso está a fazer com que o
mercado imobiliário de Miami tenha alcançado altas cifras contabilizadas no seu
auge esse ano, coisa que só se observava antes da crise de 2008, com um
crescimento avassalador atribuído aos bolsos dos latino-americanos, sobretudo
aos argentinos, brasileiros, colombianos e venezuelanos.
De fato, o mercado do sul da
Flórida tem sofrido um repique de crescimento raramente visto nas últimas
décadas em função da demanda de residências de alta qualidade, como ocorre em
vizinhanças emergentes como a de Doral, East Edgewater e Miami River.
Destacados especialistas em
mercado imobiliário e tendências no setor chegaram a essa conclusão durante a
primeira conferência internacional da Forbes
Latam dos Imóveis do Sul da Flórida, levada a cabo na última quarta-feira
em Miami. Perto de trezentos profissionais do setor de bens duráveis
compareceram a esse evento para analisar, em diferentes sessões, o papel dos
investimentos latino-americanos no "renascimento" da indústria
imobiliária no sul da Flórida.
Essa “explosão imobiliária”
que ocorre em áreas emergentes do sul do estado norte-americano tem como origem
a região conhecida como a “capital do sol”, onde até cerca de 80% do capital
investido em construção civil é proveniente de economias de investidores e
compradores – não necessariamente ricos – vindos principalmente da América do
Sul.
Andrés Asión, um
vice-presidente da Imobiliária
International Fortune explicou que “argentinos, brasileiros, venezuelanos e colombianos são os que mais têm
revitalizado o mercado imobiliário de Miami – dessa vez de modo sólido e sem as
facilidades exageradas do setor bancário, que acabaram gerando a bolha do
'subprime' na América – como consequência da fuga de capitais de seus países de
origem.
Tal fuga de capitais decorre,
principalmente, pela crescente falta de segurança jurídica proporcionada pelo
avanço do socialismo nesses países e a falta de perspectiva de progresso real
onde a indústria da construção civil tem sofrido uma progressiva piora de
qualidade. E, em sua opinião, esse novo "boom" imobiliário em Miami
ocorre exatamente pelo aumento significativo da demanda de segurança jurídica
associada à qualidade das construções residenciais.
“Vendemos aproximadamente um
bilhão de dólares de residências na planta e outro bilhão de dólares em
unidades para habitação imediata”, que, segundo Asión, são cifras que
demonstram em si a “grande revitalização” deste mercado.
Paralelamente, a este fenômeno
expansivo no investimento de sulamericanos no setor, ocorre também, como não
poderia deixar de ser, um aumento considerável na imigração sulamericana de mão
de obra qualificada, que tem sido muito bem vinda aos EUA, é claro.
Essa Imigração tem sido
particularmente alta por parte de venezuelanos e argentinos fugindo da mazela
que tem sido o "bolivarianismo" e o "neoperonismo" em seus
respectivos países. Muitos brasileiros também estão se transferindo com armas e
bagagens para o sul da Flórida, descrentes e receosos dos rumos seguidos pelo
Brasil.
Toda essa movimentação de
dinheiro e investimento tem feito, de fato, o metro quadrado de construção
civil residencial sofrer uma valorização importante, da ordem de 50% no último
ano. “Quando estourou a crise do 'subprime', o metro quadrado em condomínio
chegou a custar menos de 400 dólares, mas hoje já passa dos 600 dólares”.
Com isso, os capitais que
poderiam estar sendo investidos em seus países de origem, acabam sendo
aplicados em países onde há uma sólida segurança jurídica e capitalista, que
vem desaparecendo em muitos países da América do Sul.
Apesar do tradicional combate
estadunidense ao socialismo no mundo, parece que agora, os norte-americanos
parecem cada vez mais satisfeitos com o socialismo no resto do continente. A
única preocupação de Tio Sam é a de conter a horda de esfomeados e aventureiros
que tenta todo o dia cruza a fronteira do Rio Grande para engrossar o
contingente de imigrantes ilegais no país.
Quanto a nós, aparentemente
incapazes de contornar o populismo demagógico de líderes messiânicos cada vez
mais ricos em seus governos, vamos amargando ladeira abaixo a queda do padrão
de vida em contraste com a opulência dos "capitalistas de estado" na
América latina, que não estão nem aí para as dificuldades dos seus povos.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia
internacional), 24-07-2014
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