Oportunista bobão

Luiz Carlos Prates

Tenho um fato para conversar com você, mas primeiro preciso dar umas voltas. Elas são indispensáveis antes de abrir a porta…

Difícil definir a palavra amigo, não é mesmo? Quem é amigo? Em que momento se conhece um verdadeiro amigo? Tive um professor de Sociologia na Psicologia da PUC/RS que numa certa aula questionou a turma: – Levante o braço quem de vocês tem três amigos, três! – Ah, pai e mãe não valem, acrescentou o professor. – Irmão, vale! Ele foi cruel.

Depois desse questionamento, ele mesmo respondeu: ninguém tem três amigos, ninguém. Conhecidos não são amigos, são conhecidos. De minha parte, digo que amigo é o sujeito que sabendo que a nossa casa está em chamas, chega primeiro que os bombeiros…

Agora, deixe-me dizer do tal fato a que aludi lá em cima. É o seguinte: Um bobão do mundo esportivo do futebol, um atrasado das obras da vida, dizendo-se publicamente “amigo” do Luiz Felipe Scolari, o treinador da Seleção Brasileira, disse que – “Tenho uma amizade muito grande com o Felipão, mas acho que o tempo dele já passou”. E soltou os cachorros no treinador. Como esse bobão é razoavelmente conhecido, pegou mal. Um “amigo” não critica um amigo publicamente.

Já disse na televisão que se um amigo meu cometer um crime hediondo vou visitá-lo na cadeia, porta fechada. Vou dizer a ele poucas e boas, para ele, só para ele. Nada de público, e olhe que o cara é um inimigo público número um…

Nas empresas, desde Adão e Eva, que se aconselha a elogiar pessoas no corredor, na frente de todos, adverti-las, todavia, só com porta fechada. Amigo que é amigo não se aproveita de um mau momento do “amigo” para chutá-lo, nem vai procurá-lo só depois de o saber ganhador da Megassena. Fora disso, é mau-caratismo puro, puríssimo. Os verdadeiros amigos sabem disso, oportunista bobão!´

Título e Texto: Luiz Carlos Prates, Prates no SBT, 16-07-2014