João Pereira Coutinho
Costa concluiu, com inteira razão, que
estar ou não estar aos comandos é igual ao litro. As últimas semanas, com o seu
rol de mortos, feridos e roubalheiras militares épicas, demonstram-no
António Costa foi de férias. Alguns não gostaram. Parece-me
injusto. Uma pessoa assalta o poder depois de ter perdido as eleições. O plano
era simpático: calar a extrema-esquerda, herdar os frutos do governo anterior e
tirar retratos sorridentes com o défice e o crescimento econômico. Ninguém lhe
tinha dito que governar o País significava velar pela segurança dos
portugueses. Costa, com admirável espírito infantil, amuou e saiu do recreio.
Se era para isto, mais valia estar na Quadratura
do Círculo.
O gesto revela, em primeiro
lugar, que o nosso primeiro-ministro é um caso ímpar de humildade. Sei que a
palavra não combina com os modos do senhor. Ilusório: Costa concluiu, com
inteira razão, que estar ou não estar aos comandos é igual ao litro. As últimas
semanas, com o seu rol de mortos, feridos e roubalheiras militares épicas,
demonstram-no. Entre o País ou a família, Costa sabe o que mais falta à
família.
Até porque o País, segundo
consta, não se importa de grandemente com a deliquescência do Estado. Antes de
ir de férias, o português sensato liga os alarmes. Costa fez o mesmo:
encomendou um estudo de opinião para ver se ainda estava nas graças dos
desgraçados portugueses. Esses responderam afirmativamente, talvez por
constatarem que vivem em Portugal e ainda estão vivos.
Texto: João Pereira Coutinho, Sábado,
nº 688, 6 a 12 de julho de 2017
Digitação: JP
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-