Pois,
Sócrates introduziu a
pedagogia pública. Ele procurava ensinar aos homens que havia a possibilidade
do conhecimento por isso tornou-se uma ameaça à democracia de Atenas, aliás, a
democracia ateniense fora criada para que se pudesse sustentar a geriatria da
própria Atenas. Sócrates deixou ao homem o saber de sua solidão.
Ele queria o saber a serviço
da igualdade, e esta igualdade tornou-se um relicário de poucos e a grande arma
dos dominadores. Revelou-se assim, o perigo do saber em relação às posições
políticas.
Platão não queria perder o
sentido da missão do mestre. Sobre o saber diz Platão:
- Àqueles, os que governam não
podem ser amantes do poder, porque serão sempre rivais.
Tanto Platão ou Aristóteles
não conseguiram seus lugares pretendidos entre os que governam, em suas
trajetórias encontraram somente a solidão do exílio.
Os Romanos confundiram o saber
com a política e a retórica. Trouxeram mais realidade a política.
Esta realidade trouxe solidão à
existência humana, sob a pretensa forma de atitudes cívicas que serve até hoje
de modelo universal de pensamentos e condutas.
O cristianismo aumentou a
distância do povo ao conhecimento, com o sacerdócio, o claustro, a apologia da
verdade revelada aos que têm fé, a procura da graça alcançada em vez do
trabalho, a divisão social, a mercantilização do saber.
Os humanistas tentaram
promover o divórcio da razão e da fé, mas abraçaram os poderosos da corte, vendendo-se
por status, posições e moedas.
O renascimento trouxera os
gênios livres culturais, mas foi submetido aos ditames do mecenato, disfarçando
suas criações subversivas sob o manto da cultura, e escapando da inquisição
dissimulando seu desinteresse pelas coisas mundanas.
O iluminismo introduziria os
conceitos da tomada indireta do poder, o agir no anonimato político, suas
políticas era serem apolíticos.
O romantismo introduz os
pensadores contrários ao poder, aproxima-se do povo, e passa a lutar pela
liberdade dos oprimidos, é a vingança do conhecimento contra o poder, com suas
próprias armas.
Os intelectuais do século 18
achavam que o erudito era o exercício da supremacia do progresso da humanidade.
Deveriam, por isso, entrar nas
massas e provocar suas vontades, o saber já não é um dom é uma perspectiva que
qualquer um pode alcançar, e lutar.
Os primórdios culturais
brasileiros são os jesuítas, mas escravizaram e destruíram as culturas
indígenas em suas reduções.
Após suas expulsões criou se
no Brasil uma aristocracia intelectual política que perdura até os dias de
hoje. Em 1930 ela é institucionalizada, o saber é para as elites, e classes
dominantes.
Nesse percurso de 1964 a 1985,
essa maioria de elites culturais se viram contra a ditadura e se engajam na
luta pelo prestígio e posição. Suas missões intelectuais cedem lugar ao
político profissional.
Nesta luta desvairada os
intelectuais brasileiros na busca de posições, cargos e privilégios culpam os
governos passados pelos insucessos nacionais. Acusam Cabral, os portugueses, o
império pelas mazelas do povo.
São servilistas do poder
flexibilizando supostas moralidades completamente fora dos padrões de uma ética
intelectual, para prevaricar e fazer do "lobby" e da corrupção seus
andores.
O povo está solitário, vive na
condição de exilado.
Sartre num momento mágico diz:
“Solitário é o intelectual que
tem a ilusão da autonomia.”
Essa autonomia é sua própria
solidão, que alimenta suas vaidades.
IGNORANTES SÃO AQUELES QUE NÃO
LHES RETIRAM A SOBERBA E LHES DERRUBAM O ANDOR.
A POBREZA DO POVO BRASILEIRO
ESTÁ NA SOLIDÃO DO SABER.
Título e Texto: Vanderlei
dos Santos Rocha, 20-4-2020
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sábado, 24 de outubro de 2015
ResponderExcluirO IMPEDIMENTO DA HONESTIDADE DA ÉTICA E DA MORAL
Pois,
Sou fã incondicional de Nietzsche.
Afora nossas desavenças eclesiásticas, políticas e ético morais, todo e qualquer pensamento refere-se ao tempo futuro, aquele que ora vivemos.
Nietzsche, Filósofo alemão em seu livro [1844-1900] (Para além do bem e do mal) pergunta quantos séculos precisam os espíritos para serem compreendidos?
Os maiores acontecimentos são maiores pensamentos, e os maiores pensamentos são os maiores acontecimentos, e os que mais tardiamente se compreendem:
- As gerações que lhes são contemporâneas não vivem esses acontecimentos, passam por eles.
Nietzsche previu sem fazer profecias, aliás o imbecil precisa de profecias, ele não faz análises dos pensamentos, nem dos acontecimentos ou efeitos que essas ideias produzirão.
Ele anteviu os acontecimentos políticos da era Stalinista sem vivê-los.
A diminuição das forças armadas, o descrédito das forças públicas, a formação de milícias dos sem trabalho e dos sem terra, a degradação do povo, a ingerência do estado, o aumento da máquina pública, a propaganda enganosa feita pelos detentores da mídia, a revolução social, a privação da liberdade da sociedade e finalmente a falência do estado.
Os partidos políticos brasileiros sabem disso, nós procuramos não saber, mas o PCC de “Marcola” sabe, o MST e outros tantos sabem.
Teriam eles lido Nietzsche?
Claro que não, são beócios ao extremo, mas rigorosamente, eles consideram seus pensamentos e ideias acontecimentos ponderáveis de escravizar o nosso povo.
Em outro livro nosso mestre genial, Nietzsche fala sobre escolher inimigos. (Assim fala Zaratustra)
- Escolha inimigos que te Mereçam.
Gosto dos valentes; mas não adianta bater a torto e a direito;
É preciso saber porque continuar a bater.
Muitas vezes há mais coragem em se conter para reservar forças a um adversário mais digno.
Temos que nos ater apenas aos inimigos dignos de ódio, e não inimigos desprezíveis;
É necessário que tenhamos orgulho dos nossos inimigos;
É necessário reservardes-vos para um adversário mais digno. Teremos de passar por cima de muitas ofensas, passar por cima de muitos canalhas que massacrará com as palavras povo e a nação.
Não se misture às contestações, não passam de um matagal de direitos e de abusos.
Considerá-las irrita a inteligência.
Atirar-se para a confusão.
Descansa e deixa dormir sua espada!
Deixa os povos e nações seguirem os seus escuros caminhos, na verdade deles , nas quais não brilha uma única esperança!
Nós somos eternos aprendizes sem eternidade.
Eu acho que sem armas e sem inimigos dignos, só nos resta deitar no berço esplêndido:
Impeachment de "nhonho"?
Impeachment de Alcoolumbre?
Impeachment do congresso?
Impeachment do STF?
Não significará nada.
Para a caterva que nos governa é melzinho na chupeta, há suplentes, reservas e pré-convocados.
O pior de todos inimigos está dentro de nós mesmos.
Quantos séculos serão precisos para que nossos espíritos compreendam que essa corrupção brasileira está dentro de nós.
Há séculos praticamos o IMPEACHMENT da ética e da moral.
E nossa honestidade esconde-se na probabilidade de um favorzinho de merda.
VSR