domingo, 17 de novembro de 2019

[Sem rodeios] O Brasil explicado aos estrangeiros

Vanderlei dos Santos Rocha

Com mil desculpas aos que pensam em contrário, é muito difícil explicar o Brasil aos contemporâneos de hoje.

Fui criado em coisas das quais levei anos para entender.

Quando se nasce não temos religião, clube para torcer, nem opções políticas. Não sabemos que sexo somos nem que gênero seremos.

Como descrever o Brasil de 1961 em diante?
Tinha eu 10 anos e via meu avô delirante com a eleição de Jânio Quadros. Por que aquele senhor de idade detestava Jango e Leonel Brizola?

Em 1964 o Brasil pede aos militares que tomem o poder dos corruptos.

Por que os militares estatizam tudo que podiam se isso era uma tática comunista, e se diziam antissocialistas?

Aqui sempre foi a terra das maiores coisas do mundo.

A maior floresta, o maior cerrado, as praias mais bonitas, o maior estádio de futebol do mundo etc.

Que ditadura no mundo deixaria deputados corruptos fugirem de seus domínios?

Em 1969 jogando contra o Paraguai no Maracanã colocou 205 000 pessoas no estádio.

Criou-se a maior usina elétrica do mundo na época.

Estudava-se cinco anos de primário, quatro anos de ginásio e três anos de científico. Além do vestibular, havia um exame de admissão ao ginásio.

A média de notas era 7 durante dez provas anuais para não se fazer exames. As escolas usavam métodos de ensino Piaget ou Montessori. Poucos estudavam em instituições pagas.

Ninguém reclamava do turismo sexual dos estrangeiros no Brasil. O próprio brasileiro praticava.
O brasileiro sempre foi conservador em sua casa e liberal na casa dos outros. Em 1970 andava-se nas ruas de Copacabana e Ipanema sem ver prostitutas e indigentes.

Que ditadura tivemos com a lei de anistia de 1979, que trazia os corruptos de volta?
Leonel Brizola voltou ao Brasil em 7 de setembro de 1979 e em 1982 era eleito governador do Rio de Janeiro. Difícil entender um povo que pede governo militar e elege corrupto 15 anos depois.

Infelizmente viramos a terra do "coitadinho".

Levar um amigo a visitar o Rio Grande do Sul era convidá-lo a comer churrasco e às orgias da noite. Orgias que havia em todas capitais brasileiras.

Ao estrangeiro que vem ao Brasil hospedem-se na Urca, lá dificilmente há assaltos, crimes e roubos.

Brizola governou o Rio com os famosos bicheiros e escolas de samba no primeiro mandato, e com traficantes no segundo.

Que segurança existe para o turista de hoje neste país?

Espero que as novas diretrizes governamentais brasileiras nos concedam paz.

Imaginem que meu filho teve seu quarto de hotel revirado em Nápoles, ou achacado por gangues de marfinenses em Paris.

O roubo de celulares no Brasil abrange uma gama muito grande de receptadores imigrados.

Acho que hoje em dia tenho duas síndromes do pânico. Não estou seguro em Porto Alegre, em nenhuma capital brasileira e não confio nas companhias aéreas brasileiras de hoje. Não entro em coletivos, e nas ruas uso apenas cartão de crédito sem débitos.

O Brasil de hoje não é aconselhável aos turistas. Espero sinceramente que nos próximos quatro anos melhoremos.

Quem sabe pegar a cuia e tomar meu chimarrão, na calçada ao entardecer e assistir ao pôr do sol da Guaíba.

Vivo numa prisão com cerca eletrônica, alarme e câmeras de segurança. Como sair de casa sem contratar um caseiro?

Não se pode ter um automóvel, nem se pode blindá-lo porque custa o preço de outro carro.

Se tenho medo de sair como aconselhar um turista a fazê-lo?

Nosso país vive uma situação que se precisa de sorte.

Nossas vidas viraram jogos de azar.

Felizes aqueles que conseguiram morar em outros países.

Se continuarmos nessa política do correto mundo restarão poucos países onde fazer-se turismo no mundo.

Se alguém sente-se seguro no Brasil que me atire a PRIMEIRA PEDRA.

Peço desculpas aos amigos se não os deixei satisfeitos, essa é minha opinião aos estrangeiros:
não venham ao Brasil, é uma operação de risco.
Texto: Vanderlei dos Santos Rocha, 16-11-2019

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