Aparecido Raimundo de Souza
SINCERAMENTE, CÁ ENTRE NÓS, se é coisa é sincera, ou veio, ou foi criada, para ser sincera,
subtende-se que a coisa não mente. Se, logo de cara, a gente percebe que
sinceramente mente, e, por conta disso, não é nem um bocadinho, sincero, melhor
a fazer é deixar de lado. Assim, nesse pé, se sinceramente não é sincera, não
deveria existir. Nos dicionários pátrios, vemos traduzido sinceramente por
sinceridade. Ou seja, aquilo que significa ou que transmite a qualidade do que
é sincero.
Pode ser também e, de fato é o que usa da mais pura e cristalina
lealdade. Sincera, portanto, à primeira explicação sinaliza aquela que se
expressa sem usar de artifícios, ou sem querer enganar. Sincera tem os
genitores vivos: a mãe é a Lisura e o pai, o senhor Lealdade. Mas e a mente? De
onde surgiu a mente? E para quê? Como
foi se atrelar à sincera? Mente nada mais é que o intelecto, o pensamento, o
entendimento, a alma, o espírito. Pode ser mais que isso, a concepção enfática
da imaginação.
Nada a ver com sincera, a não ser pelo fato de ambas vestirem as
calcinhas da feminilidade. A junção de sincera, ou (sincero) e mente
(entendimento), grosso modo, se resume em sincero entendimento, ou a
transparência do conhecimento, ou, indo mais além, ao tato com as pessoas. Em
resumo, com toda sincera idade, e com sinceridade, se não existir a dita, não
teremos como levar adiante esse papo. Esse trololó furou. Deu o que tinha de
dar. Por mais que se escreva sobre esse tema, o blá, blá, blá se fará eterno na
eterna (mente) dos mentolados e mentirosos.
Exemplos? Secreta (mente) ou secretamente tem a mente secreta. Política
(mente) politicamente. Politicamente lembra políticos que não dizem a verdade.
Pelos menos os políticos que estão por ai, não gostam do uso da transparência.
E dona Notória (mente) ou é igual, esculpida e escarrada a notoriamente. O
notoriamente que todos conhecemos. Por essa descoberta fenomenal, acreditem nem
em quem se diz notório, ou se acha sabido, pode se dar, hoje em dia, um voto de
confiança.
Estúpida (mente) é igual à estupidamente. Não carece dizer nada. É carne
de pescoço por natureza. E pior, mente. Publica (mente) é igual a publicamente
Pública mente. A mente pública, ama a mente e a mente não pública, não, e isso
se dá somente porque a publica é pública, entretanto, acima de tudo se fez
corrupta também. E mente? Desvairadamente! Navegando no mesmo mar que não está
para peixes, o Jurídica é igual. Mente.
Juridicamente (mente) e tem a mente jurídica conturbada, ou grosso modo,
podre.
Não em decorrência do pano na fuça, pelos juízes que se vendem por uma
boa quantia de propina vinda de alguma empreiteira famosa. Logo, se conclui que
não deveria mentir. Nem os juízes, nem os desembargadores, nem os ministros,
nem a jurídica em si. Contudo, ao se falar em expressar a verdade, colocá-la
acima de qualquer coisa, sempre, a coisa degringola. Sobretudo, na hora de
aplicar a lei séria. Não permitir que a coisa descambe. Mas descamba. Vira
putaria das brabas. Oxalá isso seria justo e interessante. Jamais justamente.
Mesmo terno de grife, o Intencional. O intencional é igual à mente ou a
seu primo intencionalmente. Intencional, mente com a intenção de ludibriar a
boa fé. E ludibria. No mesmo saco de gatos miando, o pessoal mente. Se o
pessoal mente é igual à pessoalmente. Se todos os seguimentos mentem, lógico o
pessoal não gostaria e nem ousaria ficar para trás, marcando toca. Daí o
pessoal mentir e cair em tentação. Pessoal mentindo inventa lorotas. Cria mil
histórias fictícias. Por telefone, na rua, nas praças, nos estádios, nos
jornais...
O pessoal e o seu amigo pessoal mente. Se o seu pessoal (como o nome
indica) que é pessoal, se mente, imagina se não fosse pessoal. Sintática mente
se traduz por sintática que igual a igualmente mente. Como se pode perceber,
está tudo aqui, em sistemática. Em sistemática (sistemática não mente) por
isso, deixa tudo às claras, obviamente explicado. Ela é sistemática. Por essa
razão, não mente, só diz a verdade. Louca mente, por sua vez, é igual à
loucamente.
Trocado em parafusos, a mente é louca. Dirão todos ao lerem isso,
berrarão em um só grito, um desses altos e em uníssono. E estão certos. A
louca, de fato mente. Mente a desvairada, porque tem a mente despirocada e
louca. Daí, em resumo ser loucamente neurastênica. Deveríamos nos estender
mais. Porém, assim como quem muito se abaixa acaba mostrando os fundilhos de
Napoleão, aquele prolongamento de Bonaparte que dizem por ai, por ter perdido a
guerra, esse fato desde a sua propagação ficou incontestável. Para nosso
assunto, aqui, não importa.
Deixemos o Napoleão quieto. Como dizíamos, ou melhor, como escrevemos,
careceríamos nos estender mais. Não faremos. O que isso quer dizer? Simples.
Não faremos. Fim de papo. Se nos estendermos muito, ou nos ampliarmos demais,
dilatando as partes além dos limites, certa (sem mente) poderemos real (sem
mente) ficar ou permanecermos estirados com algumas dores de última hora.
Devemos evitar esticações além do normal necessários às nossas locomoções
cotidianas. Pior, se insistirmos aos desvaires do prolongado em excesso,
arranjaremos um amontoado de dores aqui, ali e até acolá. Sinal não muito
satisfatório para nossos ossos que estão em paz sem ranhuras emendas entalhes
ou encaixes há mais de seis décadas.
Afora esse particular, não seria nada agradável para nosso esqueleto nos
trinques ao nos estendermos como uma toalha sobre um chão de cimento, ou as
pernas, sofrermos certas dificuldades para depois, ao tentarmos nos levantar,
nos pôr em pé, ficarmos na horizontal (sem mente) e seguirmos a vida,
divorciados de complicações encontrarmos uma pancada de dificuldades. Com
sinceridade falando. Não mentimos. Daí, a nossa sinceridade não fazer parte da
sinceramente ou do sinceramente exemplificando que todos os nossos leitores
conhecem de cor e a sal “teado”.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, de São
Paulo. 26-11-2019
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