Patrícia Comunello
O dia era de prestar contas da
primeira fase de obras do Aeroporto Internacional Salgado Filho, ou agora
Aeroporto de Porto Alegre, mas a concessionária alemã Fraport veio com outra
novidade sinalizando novos investimentos. A CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal,
anunciou que será construído um novo terminal de cargas com previsão de começar
a operar em 2021. O terminal logístico não está no contrato com a Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) como obrigação da Fraport, mas é considerado
crucial para alavancar a capacidade de negócios do complexo aeroportuário.
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Autoridades prestigiaram a
entrega das obras e ouviram Andreea (à direita) projetar mais investimentos.
Foto: Joel Vargas/PNMPA/Divulgação/JC
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A Fraport assumiu o Salgado
Filho em janeiro de 2018. "Vamos iniciar investimentos no terminal de
cargas novo e temos outros planos", disse Andreea, já no final do ato ao
lado da área nova do Terminal de Passageiros, único em operação, após o
fechamento do antigo terminal, onde o aeroporto teve a primeira sede. A CEO não
revelou o montante do aporte e não quis adiantar quais são os "outros
planos". "O terminal (de cargas) vai ser maior do que o atual",
acrescentou ela. O Terminal de Logística de Cargas (Teca) em funcionamento tem
5,5 mil metros quadrados.
A Infraero, quando era
gestora, anunciou em 2010 investimento de R$ 80 milhões em um novo Teca, que
teve a construção interrompida próximo à estrutura dos Bombeiros, no sítio
aeroportuário, devido a problemas nas fundações. Os pilares das fundações
podiam ser vistos na lateral da pista, à direita do terminal, olhando de
frente, tanto em decolagens como nos pousos de aeronaves.
Andreea disse que a
concessionária já está recebendo propostas de construtoras para executar o
projeto. Uma das componentes e líder do atual consórcio das obras - a HTB -
informou que fez oferta para disputar o projeto, segundo o CEO da empresa,
Detlef Dralle, que acompanhou a entrega da primeira fase. O ato teve ainda a
presença do ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que indicou
a entrega das obras em Porto Alegre como um dos êxitos do modelo de concessões
do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), do governo federal.
A antiga área projetada previa
23 mil metros quadrados e elevar a capacidade de movimentação de cargas de 35
mil toneladas para cem mil toneladas ao ano. A CEO da Fraport também comentou
que há adequações para a operação que devem ser feitas com a Receita Federal
(RF). A Superintendência da RF explicou que já repassou os requisitos da
estrutura alfandegária e aguarda o projeto da empresa para dar o aval.
"Vamos construir bastante
rápido, em dois a três meses, definimos e começamos", garantiu a
executiva. O tempo de obra é estimado em um ano a 15 meses. A operação do novo
Teca não está condicionada à finalização da ampliação da pista, assegurou
Andreea.
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Ampliação do terminal de
passageiros faz parte das obras da primeira fase. Foto: Luiza Prado/JC
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O CEO da Fraport AG, companhia
alemã, Stefan Schulte, destacou que as obras mostram o que é possível fazer
quando se encontram áreas do governo, órgãos reguladores e uma empresa experiente
na área de aviação. Schulte disse que a empresa quer transformar o aeroporto de
Porto Alegre em referência de voos.
“Não vamos parar por aí, com a
ajuda dos governos federais e do Estado, estamos comprometidos com a ampliação
da pista”, apontou o CEO. A ampliação vai permitir que o complexo possa operar
com mais intensidade com mercados da América do Norte e Europa.
A primeira fase de
entregas representa 74% da previsão contratual das obras. O valor global do
investimento é de R$ 1,8 bilhão, sendo R$ 600 milhões da pista. A empresa alemã obteve R$ 1,25 bilhão de
financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O pacote finalizado tem novo edifício-garagem com 1.050 vagas, ampliação do
terminal de passageiros com novas áreas de check-in e embarque nacional e
internacional, melhorias de estruturas para usuários e mais espaços no pátio de
aeronaves.
O ministro sinalizou novas
concessões de aeroportos no Estado, como o de Bagé, Uruguaiana e Pelotas, no
segundo semestre de 2020, além de investimentos nos terminais de Santa Maria,
Passo Fundo, Santa Rosa, Caxias do Sul e Santo Ângelo. Freitas apontou a
redução de ICMS sobre querosene de aviação, medida baixada em decreto do
governador Eduardo Leite, como mecanismo para impulsionar a aviação
regional.
Título e Texto: Patrícia
Comunello, Jornal do Comércio, 21-11-2019
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