Andreia Verdélio
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (27) que o Brasil vai manter uma relação
pragmática com o governo do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández.
“Nosso relacionamento com a Argentina vai ser pragmático sim, temos bom
relacionamento comercial, no que depender de mim continuará”, disse Bolsonaro
durante entrevista a jornalistas, em Manaus (AM).
Foto: Marcos Corrêa/Agência Brasil |
A posse do novo governo será em 10 de dezembro, em
Buenos Aires, e Bolsonaro já designou o Ministro da Cidadania, Osmar Terra,
para representá-lo na cerimônia.
Na segunda-feira (25),
Bolsonaro já havia dito que espera que os acertos feitos pelo governo da Argentina, no âmbito
do Mercosul,
sejam mantidos por Fernández, como o acordo de livre comércio com a União Europeia, que ainda precisa ser ratificado pelos países membros dos blocos.
Nos dias 4 e 5 de dezembro, será a última cúpula do ano dos chefes de Estado do
Mercosul e a reunião do Conselho do Mercado Comum. Na ocasião, a Argentina
ainda será representada por Maurício Macri.
Amazônia
O presidente Bolsonaro esteve,
nesta quarta-feira, na capital amazonense para participar da abertura da 1ª
Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus. Iniciativa da
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e do Instituto de
Inteligência Socioambiental Estratégica da Amazônia (Piatam), o objetivo do
evento é mostrar a importância do polo para o desenvolvimento sustentável da
floresta amazônica.
O evento vai até sexta (29) e
conta com 130 stands para visitação, além de uma programação de palestras nas
áreas de economia, negócios e sustentabilidade. A expectativa dos organizadores
é atrair cerca de 40 mil pessoas nos três dias de feira.
Durante seu discurso,
Bolsonaro voltou a citar a “cobiça” de países estrangeiros nas riquezas da
região. “Estamos aqui no pedaço de terra mais rico do mundo em minerais,
biodiversidade, água potável, grandes áreas e a cobiça existe sobre essa região
e nós devemos nos preocupar com isso”, disse. “E a Zona Franca de Manaus veio
exatamente para mostrar que a Amazônia é nossa, para integrá-la ao resto do
nosso país”.
O presidente também defendeu
novamente a abertura de áreas indígenas para a produção agrícola e a exploração
mineral. “Quantos dentre vocês aqui são descendentes de índios, por que
reservar-lhes os espeço dentro de uma terra onde você não possa fazer nada
sobre ela? Eu quero, no que depender de mim e do nosso parlamento, nós queremos
o índio fazendo dentro da sua terra exatamente o que o fazendeiro faz ao lado,
possa inclusive garimpar”, disse Bolsonaro.
Por diversas vezes, o
presidente já afirmou que o governo prepara um projeto para legalizar o garimpo
no país, inclusive em terras indígenas. O Artigo 231 da Constituição Federal
condiciona atividades minerais no território indígena à prévia autorização do
Congresso Nacional e à concordância da população indígena que vive no
território. Pela Constituição, as reservas tradicionais demarcadas são de
“usufruto exclusivo” dos indígenas, incluindo as riquezas do solo, dos rios e
dos lagos nelas existentes.
Depois da cerimônia, Bolsonaro
embarcou para Altamira, no Pará, onde participa da cerimônia de inauguração da
Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Título e Texto: Andreia
Verdélio; Edição: Aline Leal – Agência Brasil, 27-11-2019, 15h36
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