sábado, 13 de novembro de 2010

Segredos para vencer campanhas



Aníbal Cavaco Silva
Suspeito que antes de anunciar que vai poupar na campanha eleitoral, nomeadamente em cartazes colados no exterior, o Prof. Cavaco Silva leu o estudo do sociólogo norte americano Frank. L. Luntz, divulgado há uns dias pela Time online. É que o especialista andou durante oito meses pelos EUA, com um computador cheio de imagens dos anúncios da campanha eleitoral de 2010, para concluir que apenas 1% das mais de 10 mil campanhas dos diferentes candidatos teve algum impacto no sentido de voto dos norte americanos.
Do trabalho feito, Frank Luntz tirou, no entanto, algumas lições, que podem ser úteis aos nossos candidatos. Infelizmente, as lições são bastante previsíveis, e revelam que os eleitores, deste ou daquele lado do Atlântico, caem que nem patinhos na demagogia fácil. Mas pronto, são essas as regras do jogo, e quem quer ganhar deve segui-las com o máximo de perspicácia. Luntz percebeu que, ponto um, os americanos odeiam os políticos, e por isso tendem a gostar dos políticos que afirmam odiar políticos. “Eu já estou farta de políticos que se atacam uns aos outros, e você?”, foi um dos slogans preferidos entre os inquiridos neste estudo.
Ponto dois, detestam o “establishment”, representado por Washington. Em ano de crise, lá, como cá, as palavras de ordem que melhor funcionaram foram as que pediam o congelamento dos ordenados dos congressistas e o fim dos seguros de saúde dos “deputados”, até que fizessem frente aos abusos das companhias de seguros.
Luntz percebeu, ainda, que os candidatos que se deixam filmar de perto, com rugas e sinais à vista, inspiram mais confiança aos eleitores, porque dão ideia de que não escondem nada. E, finalmente, que se tornam populares, os que se dizem dispostos a fazer sacrifícios equivalentes ou maiores do que os eleitores. Descoberta a fórmula, agora é pô-la em prática, jurando sempre que se gasta menos do que o adversário, claro.
Isabel Stilwell, Destak, 02-11-2010

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