terça-feira, 12 de abril de 2011

"Os nossos filhos (Portugal), olha, que aguentem!"

Explicação da crise para quem não percebe de economia nem entende os políticos

Imaginem que eu sou o PS e o meu marido o PSD. Ora nós dois andamos de candeias às avessas já há algum tempo. O meu marido (o PSD) não aceita a minha forma de gerir a casa (neste caso o País). Como é um pessimista, ele, o meu marido (o PSD) teimou que eu (o PS) andava a gastar demais e não se cansava de me acusar disto e daquilo. Por causa da crise internacional, claro, eu (PS) fui obrigada a convencer o meu marido (PSD) a pedir uns empréstimos bancários (PEC). E ele, o meu marido (isto é o PSD) sempre a avisar que era o último. Mas as coisas não correram bem, e este mês passado dei comigo (PS) sem dinheiro nenhum.
Claro que em casa que não há pão todos ralham e ninguém tem razão. E a nossa relação andava cada vez pior (a do PS e PSD, portanto). Pensei, pensei e vi logo que ele não ia assinar mais nenhum empréstimo bancário (PEC 4). Então tomei uma decisão. Fui aos bancos e propus a hipoteca das casas, avaliei a penhora das pratas e das jóias, do carro dele e do meu (faz de conta que é o PEC4), e decidi que ia apresentar a coisa como um ultimato. Ou ele assinava isto tudo, e dava o OK ou eu divorciava-me.
Claro que já sabia a resposta. Ele, o meu marido (o PSD) andava a avisar-me a mim (o PS) que tinha que diminuir as despesas e mudar de vida. Ora eu (PS) já estava farta de tanta crítica e por isso decidi que era chegado o momento de irmos cada um para seu lado. Quando lhe apresentei a lista dos empréstimos (PEC 4) o meu marido (PSD, portanto) disse: NÃO! Coitadito, convencido que me assustava! Mas era isso mesmo que eu (PS) estava há espera.
E agora ele (PSD) anda para ai a acusar-me a mim (PS) de má gestão mas não há nada que os filhos, família e amigos (perceba-se o Povo) goste e entenda melhor do que o meu papel de vítima. Sim porque eu (PS) sou uma vítima do meu marido (PSD) que não me apoiou! E até vou ser obrigada a aturar os membros do FMI (familiares mais inteligentes) que a bem dizer são os que vão meter o dinheiro cá em casa (leia-se, o país). Se ele sonhasse que andei em conversas com eles durante meses! Isto de chorar lágrimas de vítima inconsolável resulta sempre! E quanto aos nossos filhos (o País), olha, que aguentem!
Luisa Castel-Branco, Destak, 11-04-2011
Edição: JP

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