terça-feira, 1 de maio de 2012

A “lógica perversa” de Dilma Roussef...

Pettersen Filho
Em tradicional discurso, transmitido a cada dia 1º de maio, em alusão aos trabalhadores, e ao seu dia, Dilma Roussef, como não poderia, também, deixar de fazer, num governo que se diz dos trabalhadores, capitaneado pelo PT – Partido dos Trabalhadores – e por uma coalizão de partidos, ditos de esquerda, numa miscelânea tanto fisiológica como pragmática, que alberga partidos tão distintos, ideologicamente, que vão do ultradireitista PR – Partido Republicano –, passando pelo também trabalhista – PDT – Partido Democrático Trabalhista (que por sinal, em vésperas da data, acaba de emplacar seu Ministro, Brizola Neto, após cinco meses sem assento na Pasta do Ministério do Trabalho, desde o Escândalo do ex, Lupi), chegando ao combativo PC do B, outrora ‘comunista’, em sóbrio, mas emocionado ‘pronunciamento à nação’, acaba de construir uma expressão que bem sintetiza a atual dinâmica econômica do país: a ‘lógica perversa do mercado financeiro e do Sistema Bancário do Brasil, à qual atribuiu o papel de vilã, dado às altas taxas de juros praticadas no país.
Retrucada, nem bem ressoaram os ecos do seu discurso prontamente rechaçado por “nota” que se atribuiu à FEBRABAN – Federação de Bancos, que retirou dos bancos a culpa pela tal prática de juros altos, Dilma foi desmentida, alegando a entidade de classe que, quem delimita e determina a taxa de juros elevada no Brasil é o próprio governo, quando paga tais taxas elevadas para, assim, poder rolar (ou enrolar) a sua própria e imensa dívida.
Considerando, contudo, que ambos tem razão, tanto a presidentA Dilma Roussef, ao acusar os bancos de não estarem repassando ao mercado, na forma de ‘queda’ de juros do Cartão de Crédito, do Cheque Especial e de Empréstimos Pessoais, de tais percentuais, relativos a contínua queda dos juros básicos da economia estabelecida pelo COPOM, acenada pelo Banco Central, que saiu, recentemente, dos cerca de treze por cento, para cerca de nove por cento atuais (o que, no entanto, ainda colocam a taxa como a mais alta praticada no mundo) – fazendo, por consequência, que os bancos, no Brasil, sejam os mais lucrativos do planeta, inclusive em face da contínua entrada de capitais especulativos internacionais – como, também, razão assiste aos bancos, ao retrucarem que é o governo que provoca a tal alta, em função de premiar com juros altíssimos os que ‘bancam’ a sua própria dívida.
O certo é que tal discurso, aparentemente, foi só para acalmar a ‘galera’, diante da atual apatia, dos baixos índices de crescimento e de empregos no mercado brasileiro, ao contrário do que é a tendência dos outros países do BRIC, em plena crise financeira europeia e o incipiente crescimento americano...
Chamando, portanto, de “lógica perversa” o spread bancário (a diferença com que os bancos tomam dinheiro do aplicador, remunerando-o à taxa que não alcança o primeiro dígito da numeração arábica, de 1%, quando o tomam emprestado, mas que orbita os 15% quando o emprestam), Dilma Roussef, mostrando aparentemente ao que veio e reproduzindo a mesma “fórmula” utilizada pelo seu antecessor, Lula da Silva, quando da instauração da crise financeira de 2008, reduzindo as Taxas dos “Bancos Oficiais” (leia-se Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil que, embora “gigantes” do Setor, mas completamente incapazes de ‘determinar’ o mercado em seu todo esplendor) esquecendo-se, contudo, de que foi ela mesma, Dilma Roussef, no seu Primeiro Ano de Governo, quem levantou as taxas de juros, via Banco Central, aos píncaros até recentemente vigentes de 13%, causando ao país a atual letargia econômica da qual, agora, quer escapar.
Posta, ademais, em uma ‘saia Justa’ tão logo herdou o governo, de Lula (com a ‘herança maldita’ da farra eleitoral do seu último ano de mandato, fazendo com que os juros ficassem artificialmente baixos, como não podia deixar de ser, em pleno ano eleitoral, de emendas e de liberação de verbas para o ‘seu’ eleitorado, mesmo diante da constante Crise Financeira Mundial), Dilma – a quem coube pagar a conta – parece não ter outra estratégia senão essa de ‘jogar para a galera’, enquanto discursa para o ‘povão’, mas na pratica governa mesmo é para os bancos, numa – dita por ela mesma – lógica perversa, que somente a política mesquinha, também perversa e totalmente ilógica, pode explicar. 
Mero populismo demagógico – e tomem-lhe juros altos!
Título e Texto: Pettersen Filho
Colaboração: Francisco Vianna
Leitura complementar: 
Juro no pasto: o assustador ataque de Dilma aos bancos...

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