Nuns dias em que socialistas
(uns assumidos, outros nem tanto) falam da necessidade de ‘políticas de
crescimento’ – sendo ‘políticas de crescimento’, para esta gente, sinónimo de
‘pôr o estado a gastar dinheiro para promover crescimento económico’ – eu
gostava que me esclarecessem, se não der muito trabalho, como se pagarão as
tais ‘políticas de crescimento’. Dizem-me que nem Hollande descobriu a galinha
dos ovos de ouro, pelo que onde se vai buscar o dinheiro? Emite-se dívida
pública? Duvido que seja por aqui; os ditos socialistas ainda esperarão mais
uns seis meses para propor que o país se endivide mais, com os juros altos nos
mercados, o FMI e assim ainda presentes na memória das pessoas. Como não dá
para poupar em lado nenhum do estado – este governo vai para um ano e ainda não
fez qualquer redução estrutural da despesa pública e está-se mesmo a ver que a
tal racionalização dos milhentos institutos públicos, a fazer-se, não será mais
do que cosmética – então a solução que estes socialistas pretendem é aumentar a
carga fiscal para dar ao estado fundos para gastar em ‘políticas de
crescimento’, não é? (Não vou perder tempo aqui discutindo o sucesso retumbante
das ‘políticas de crescimento’ que os governo patrocinaram até aqui.)
Seria bom, então, que os
proponentes de ‘políticas de crescimento’ fossem cândidos – e corajosos! – e
reconhecessem que pretendem empobrecer ainda mais as populações e contrair
ainda mais a conjuntura económica para, depois, porem o estado a fazer ‘crescer’
a economia. A bem da clareza e da honestidade intelectual.
Título e Texto: Maria João Marques, no blogue "O Insurgente"
Todos, talvez não todos, muitos, poucos, sei lá, confundiram a presidência de "Hollande" com a presidência de "Obama". Esta é presidencialista pura, mas atenção ao regime federalista puro. Lá, nos EUA, embora o presidente não seja eleito por sufrágio direto (é!...), ele é a autoridade máxima Executiva – que não ultrapassa a autonomia dos Estados. Agora, já na França, acho que o regime é semi-presidencialista, isto é, cabe à presidência a Defesa e as Relações Exteriores, as demais pastas são de responsabilidade do Primeiro-Ministro que é nomeado pelo presidente. Se o PM é da mesma cor política do presidente, este leva os louros. Quando, resultado de eleições legislativas, ganha um partido diferente do do presidente, aí eles chamam de "coabitação".
Acho que é isso.
Para resumir, as próximas eleições legislativas, agora em junho, podem resultar num primeiro-ministro de um partido da oposição. Que, muito certamente, não irá contratar sessenta mil funcionários. (!)
(Por favor, estimadíssimo leitor, sinta-se incentivado a esclarecer essa questão da diferença entre ser presidente na França e nos EUA...)
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