Maurício Barra
Uma das situações que recordo
com mais constrangimento quando fiz uma incursão pela política, era o que eu
mais tarde chamava “ataques de tremeliqueira”. Consistiam estes ataques em
revoadas de frenesins de ditos estados de alma, defesas da honra e tomadas de
posição definitivas (que duravam alguns minutos), num acesso colectivo de falta
de tino que a mim pareciam uma cacofonia de gritinhos de virgens ofendidas por
descobrirem que afinal não o são.
Eu, vindo do sector privado,
estava culturalmente preparado para que, quando houvesse momentos de crise,
mais frio deveria ser o meu raciocínio, tanto mais que um dos mantras da gestão
é “para cada problema uma solução“.
Recordo isto para me reportar
ao momento que atravessamos. E digo atravessamos porque efectivamente temos de
“atravessar” os momentos difíceis que enfrentamos.
O momento é aprovar um
orçamento que evite um segundo resgate a Portugal.
O momento é gerir as
circunstâncias para que se encontrem caminhos que prejudiquem menos os
portugueses.
O momento é de agir.
Quem não tiver “nuatl tomatl”
para a situação vai ficar uma boa dezena de anos fora de qualquer situação
governativa. Como ficou o PS de Sócrates. E como ficará o PS de Seguro se a
única coisa que oferecer aos portugueses é a espiral do “não”.
Assim, meus caros senhores,
assumam as suas responsabilidades. Não façam o papel de quem, na rua, quer
destruir a democracia portuguesa.
Título e Texto: Maurício Barra, Forte Apache, 17-10-2012
(*) recorro à versão inca para
não repetir os tomates do Fernando Moreira de Sá.
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