Evolução dos indicadores de custo de financiamento do Estado português
sustenta a possibilidade
de Portugal regressar mais plenamente aos mercados ao longo deste ano.
As taxas de juro (“yields”)
associadas aos títulos de dívida pública portuguesa a dez anos recuaram 16,7
pontos base e desceram sucessivamente ao longo da sessão desta quinta-feira
abaixo de 6,5% e 6,4%, para se fixarem, a meio da tarde, em 6,392%, segundo os
dados compilados pela agência Bloomberg.
Trata-se do valor mais baixo desde meados de Dezembro de
2010. Há um ano, os “juros” no mercado secundário de dívida estavam
acima de 17%.
No cenário-base do Fundo Monetário Internacional (FMI)
Portugal conseguirá dispensar nova ajuda externa e financiar-se integralmente
através dos mercados a partir de meados de 2013 se as taxas de “financiamento
rondarem os 7%, assumindo que cairão gradualmente para 5% nos quatro anos
seguintes e permanecerão estáveis nos anos subsequentes”.
No Orçamento do Estado para
2013 não está prevista a emissão de dívida de longo prazo. A emissão adicional
de bilhetes do Tesouro deverá, no cenário mais conservador, acomodar o novo
défice e garantir os reembolsos de dívida do próximo ano. Sobretudo as
obrigações a pagar em Setembro, cujo montante caiu para quase metade com a
operação de troca realizada em Outubro.
A curva de rendibilidade dos
títulos portugueses tem recuperado progressivamente desde o Verão um perfil
mais “saudável”, oscilando agora entre 3,321% para as obrigações a dois anos e
6,392% para as maturidades de dez anos.
Em 19 de Dezembro, as taxas de
rendibilidade baixaram aquém da barreira psicológica de 7% que Teixeira dos
Santos sinalizara, ainda em Outubro de 2010, forçaria Portugal a pedir ajuda
externa - o que acabou por ser formalizado seis meses depois, em Abril de 2011.
A contribuir para a descida
dos indicadores do custo de financiamento do Estado português estarão as notas
sucessivamente positivas da troika à implementação do programa de ajustamento
orçamental e de reformas económicas, mas também o novo plano de intervenção do
BCE no mercado secundário de dívida que, apesar de nunca ter sido usado, parece
ter sido interpretado pelos mercados como prova de que as instituições
europeias cumprirão a promessa de que farão o que for necessário para salvar o
euro e a sua integridade.
Título e Texto: Eva Gaspar, Jornal de Negócios, 03 Janeiro 2013, 16h35
O que têm para dizer as surucucus Pedro Adão e Silva, João Galamba, Constança, etc??
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