Marina Gazzoni
O grupo Synergy, dono da
Avianca, poderá fazer uma nova proposta para comprar a companhia aérea
portuguesa TAP. O grupo tentou adquirir a estatal no ano passado, mas sua
proposta foi recusada pelo governo português em dezembro. O empresário José
Efromovich, controlador do grupo junto com o seu irmão Germán, disse ao
'Estado' que aguarda a publicação de um novo edital para a privatização da
empresa. "Se as condições forem favoráveis, vamos participar."
"No mundo dos negócios,
não adianta ficar ofendido. Não estamos tristes (pela recusa da proposta), faz
parte do mercado", disse Efromovich. "Se as especificações do edital
forem parecidas com as do ano passado, vamos participar de novo. Não vejo por
que não. Queremos crescer no exterior e comprar a TAP é uma alternativa",
disse o empresário.
O grupo Synergy foi o único a
chegar à etapa final do processo de privatização da TAP no ano passado. A
proposta foi recusada pelo governo por falta de uma carta de crédito que
garantia o sinal do pagamento. "Houve um desencontro de informações. Nós
seguimos o edital e entendemos que esse documento não era necessário",
explica Efromovich. Segundo ele, como a proposta foi aberta dias antes do prazo
para a conclusão do processo de privatização, não houve tempo hábil para
conseguir a documentação.
O governo português pretende
retomar o processo de privatização neste ano, segundo informações da imprensa
portuguesa. Há três modelos de privatização em estudo dentro do governo, de
acordo com reportagem do jornal Público. Uma das possibilidades é a venda total
da empresa, no mesmo modelo do edital do ano passado. As outras duas são a
venda de uma participação de 49% ou 51% da empresa a uma companhia aérea e o
restante a investidores do mercado financeiro.
Mesmo a compra de apenas uma
fatia da TAP poderia interessar ao grupo Synergy, desde que ele pudesse
gerenciar a empresa, disse Efromovich.
Expansão
Expansão
O grupo Synergy é dono da companhia aérea
brasileira Avianca, a antiga OceanAir, e da empresa homônima colombiana. A
Avianca colombiana opera principalmente rotas internacionais entre os países da
América Latina e para os Estados Unidos. A empresa ainda é tímida no mercado
europeu e oferece voos apenas para a Espanha.
A compra da TAP é um caminho
rápido para a expansão internacional da Avianca. Como a companhia aérea
portuguesa é líder na rota entre Brasil e Europa, há espaço para sinergias com
a integração da sua malha com a da Avianca. A empresa poderia captar
passageiros em toda a Europa com os voos da TAP e distribuir na América Latina
nos voos da Avianca e vice-versa.
"O desafio das aquisições
é encontrar sinergias. Tínhamos encontrado no processo do ano passado. Agora
vamos aguardar o novo edital. Mas a negociação zerou", disse Efromovich.
Título e Texto: Marina Gazzoni, O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-