quinta-feira, 7 de março de 2013

Segurança de fachada (II)

Na Mangueira,  o tráfico não reina, mas governa, enquanto os moradores não levam a UPP a sério
Pedro Porfírio

Cenário da mais popular escola de samba do Rio, a Mangueira não mudou
"A UPP não vingou na Mangueira. Lá ainda governa o tráfico."
Ancelmo Gois, colunista sério, em O GLOBO de 20 de fevereiro de 2013

Nos últimos dias, a "rapaziada do movimento"  do celebrado morro da Mangueira deu as caras para mostrar a quem interessar possa que continua mandando mesmo onde policiais batem cabeças e tiram a sesta desarranchados. Logo depois do carnaval, com a execução de um dos seus chefes, abatido no Recreio, a léguas de lá, os meliantes determinaram o fechamento de todo o comércio local e do entorno por dois dias, em sinal de luto até o seu sepultamento. Não teve juras de comandantes e adjuntos da UPP que fizessem os comerciantes abrirem as portas.

Foi uma demonstração de poder paralelo que deixou o secretário Beltrame sem saber o que dizer em casa. Por que não tem outra coisa a fazer se não engolir a seco: no mesmo lapso de horas três pessoas ligadas à escola de samba foram mortas, um PM da UPP teve a arma roubada, o comércio foi obrigado a fechar as portas e moradores, incluindo integrantes da diretora da escola de samba, abandonaram suas casas às pressas, por causa de ameaças.  Tudo isso na Estação Primeira, mais internacional das favelas brasileiras, de cara para o Estádio do Maracanã, no berço de Cartola e Jamelão, onde o samba tem o seu palco mais iluminado.
"Uma olhada no noticiário dos últimos dias nos leva à triste conclusão, de que a 18ª Unidade de Polícia Pacificadora, instalada em junho de 2011 na Mangueira, enfrenta um momento crítico" - escreveu o repórter José Antônio Barros - "A disputa pelo controle da escola de samba entre a situação e a oposição mistura carnaval e crime. Isso sempre ocorreu na Mangueira. Não é novidade. O tráfico cobrava royalties da escola de samba, sem ter direito algum. E a boca de fumo ainda faturava nos dias de ensaio. Mas em apenas quatro horas esta semana três mortes -- uma delas, no Recreio -- trouxeram à tona a guerra entre traficantes e sambistas, na Mangueira. O clima no morro é de terror e até um policial da UPP teve a pistola levada por um traficante".
Título, Imagens e Texto: Pedro Porfírio, 07-03-2013
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