segunda-feira, 4 de março de 2013

Yoani e Dilma

Eliana França Leme

Duas mulheres, dois contrastes: de um lado a figura delicada e frágil de Yoani Sánchez com seus longos e bastos cabelos jogados de lado, seu rosto natural e expressivo do qual visivelmente brota profunda paixão pela causa que defende, deixando transparecer uma força enorme e por isso tão temida pelos defensores do atraso. E aqui, neste cordial solo brasileiro, foi insultada, agredida, impedida de expressar-se livremente por manifestantes histriônicos, atormentados esquerdoides que não conseguem mais abrigar dentro de si tantas contradições com as quais são obrigados a conviver dia após dia. Enfraquecidos, por mais que gritassem palavras de ordem já desgastadas, com ataques despropositados beirando à agressão física, não conseguiram dobrar nem um milímetro a espinha dorsal deste símbolo da resistência à ditadura cubana. De outro, num curioso contraste, está Dilma Rousseff, com seu jeito de durona, fala muitas vezes rude, aparência absolutamente cuidada, pele e cabelos curtos impecáveis, roupas bem talhadas e com todo semblante de poder como se fosse impossível alguém submetê-la. Mas como as aparências enganam! Os irmãos Castro foram incapazes de dobrar e calar Yoani Chávez. Já Dona Dilma expõe cada vez mais que todo seu jeito de ser não passa de mera atuação desde que foi escolhida sucessora por seu criador. Seus conhecidos murros na mesa e suas "broncas" são incapazes de camuflar sua submissão à figura do chefe que agora está sendo chamado de "presidente emérito" ou "presidente adjunto". Machista como é, Lula mantém seu controle sobre a presidenta que já percebeu de forma bem domesticada que manda quem pode e obedece quem tem juízo. Humildemente ouve advertências e sugestões do Sr. Lula da Silva, repete seu mantra de negar qualquer feito de antecessores e aprendeu, ensaiada por seu criador, a contar vantagens sobre o que jamais realizou. O mais intrigante na comparação entre essas duas mulheres é que Dilma foi guerrilheira mas Yoani é guerreira. E para ser uma guerreira é preciso muito mais do que pegar em armas: é preciso muita dignidade e força interior e sobretudo, clareza da tarefa a realizar e do caminho a percorrer.
Título e Texto: Eliana França Leme, São Paulo
Via Celso Aguiar, 04-03-2013

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Um comentário:

  1. Muito verdadeira a matéria sobre a bloqueira e a presidenta. Ambas entraram para a histótia de maneira diferente. E o partido que acolhe com ideologia a causa ditatorial de Cuba hoje o faz aqui no Brasil de forma escamoteada e deixa seu povo morto de vergonha. Como ouvi de uma amiga "é a domocratura do proletariado" a farsa deste atual governo.

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