domingo, 15 de setembro de 2013

Fundos comunitários rosa

John Wolf 
Peço antecipadamente perdão aos seguidores de Seguro, àqueles que depositam grandes expectativas no génio das suas propostas, mas à falta de outros qualificativos mais suaves, como tilt  (como nas máquinas de pinball) ou avaria (por favor, consulte o manual de instruções), penso que disfunção cognitiva assenta relativamente bem ao seu quadro diagnóstico reservado. Seguro apresenta-se em campanha autárquica como o inventor da roda. Julga que lá por se encontrar em cascos de rolha, no Portugal profano, que pode atirar asneiras ao ar sem que ninguém dê conta (por estar longe do literal, no interior):


Oh amigo! Essa é velha. Enquanto afaga a lamparina socialista de Aladino, esgotando e corroendo a sua parca credibilidade com a lata das suas palavras, parece esquecer a história de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE). Não se lembrará ele dessa máxima política usada e abusada por outros que o precederam, ou por colegas de cor ideológica distinta. Ainda não percebeu que todos esses dinheiros fáceis que vieram de Bruxelas durante tantos anos de ajustamento e coesão já foram para o interior - o interior do bolso de alguns beneficiários.

O busílis da questão, caro Seguro, não tem a ver com fundos e subvenções, tem a ver com algo designado por sustentabilidade, capacidade local ou empreendedorismo sem a necessidade de Troikas ou Bruxelas (que em termos praticos vai dar à mesma bancarrota de ideias e dinheiros); ou seja, a capacidade das próprias regiões criarem as suas dinâmicas residentes e sem necessitar de bengalas e ajudinhas. Não percebeu o secretário-geral que essa fórmula já foi usada vezes sem conta e não funcionou.

E os "novos dinheiros", os famosos fundos comunitários chegam assim sem mais nem menos? Sem juros? Este grau de ingenuidade começa a ser preocupante, caro Seguro. Acresce a estes disparates todos, saídos com tanta facilidade da sua boca em Vila Nova de Tozé, perdão, Vila Nova de Tazém, o facto do sentido de nojo já não ser o que era. O camarada-honorário Almeida Santos ao apresentar-se ao lado do afilhado para dar o seu apoio espiritual, acaba por demonstrar o seu próprio quadro patológico. Almeida Santos parece estar por todas. Não se importa nada em manchar o seu espólio político, o serviço prestado à nação na Assembleia da República e locais diversos.

Parece que os barões do partido já nada temem. Seguro tem um poder inócuo de contágio, mas os outros não dão conta (não são alérgicos) e querem lá saber se o seu acervo de respeito vai desta para melhor, se fica comprometido. Veja-se Soares, que até certa altura residia no museu dos intocáveis da democracia portuguesa, e agora consta num calendário de baboseiras ditas em tão curto espaço de tempo. No entanto, há que dar a mão à palmatória a Seguro que não tem a noção de que se está a referir a si quando fala em política com "p" pequeno. P pequeno, João Pequeno, Tozé Pequeno - que tristeza -, quando o que Portugal precisa é de algo em grande.
Título e Texto: John Wolf, Estado Sentido, 15-9-2013

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