Rui A.
Segundo a líder do Bloco de
Esquerda, está em curso um «golpe de estado» no Brasil. A acusação é grave e
deve ser ponderada, com apreensão.
Ora, o que se está a passar
nesse país? Duas coisas, a saber:
A primeira, o apuramento de
eventuais responsabilidades criminais da «presidenta» no processo Lava-Jato,
que é relativo à corrupção na Petrobrás. Este processo está a ser desencadeado
pelas autoridades previstas na Constituição Federal, sob a fiscalização e tutela
do Supremo Tribunal Federal, sem qualquer atropelo às formalidades e exigências
legais previstas. Não poderá ser nisto que Catarina Martins [foto] estava a pensar.
Por conseguinte, a deputada
deveria querer referir-se às jogadas que têm ocorrido no Congresso brasileiro,
com as manobras na base dos partidos que formam a coligação governamental, a
última das quais ontem ocorrida com o abandono do PMDB do governo. Por aqui, se
o governo brasileiro perder maioria nas câmaras parlamentares poderá cair e a
«presidenta» será provavelmente substituída pelo seu actual vice-presidente,
Michel Temer. Deve ser exactamente a isto que a deputada se queria referir.
Contudo, isto, a acontecer,
será exactamente igual ao que sucedeu recentemente em Portugal, com a queda do
segundo governo Passos e a ida para o governo de António Costa e do PS. Também
aqui o PS não ganhou as eleições e está hoje a chefiar o governo. Na altura,
houve também quem dissesse tratar-se de um «golpe de estado constitucional»,
mas a senhora deputada entendeu de outra maneira. Foi uma precursora do que
hoje se passa no Brasil. Quase uma visionária!
Deveria, antes de emitir opiniões, obter melhores informações ou calar-se. Com uma parlamentar desse quilate presume-se que Portugal não poderá ter futuro promissor!
ResponderExcluirNão, não terá.
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