Vitor Cunha
Não se fala do assunto. Ainda
não sabemos muito sobre as vítimas, não as conseguimos caracterizar. Vai ser
difícil uniformizar para determinar que as 41 vítimas do atentado no aeroporto
de Istambul foram vítimas de uma fobia a combater.
Em Orlando foi a homofobia.
Não se falava de outra coisa excepto da forma como esta fobia deve ser
combatida. Os bares gays discriminam, claro: soubemos imediatamente que nenhum
não-gay estava dentro do edifício pela notícia da morte de 50 gays.
Culpa dos não-gays, que não frequentam
estabelecimentos destes.
Este atentado na Turquia,
originando menos vítimas, é um rodapé. Não foi homofobia. Terá sido aerofobia?
Será um caso da mais rara aeroportofobia? Nunca saberemos. Também não é
assunto.
Podíamos encontrar algo em
comum entre Orlando e Istambul, como uma religião, mas não vale a pena: o
primeiro foi homofobia, este é inexplicável. E assim será, pernas rechonchudas
em skinny jeans, buraco lisboeta, enquanto quisermos. Felizmente, queremos.
Amém.
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias,
30-6-2016
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