Aparecido Raimundo de Souza
“O que importa é o PODER. O resto é um simples negociar por
malas, cuecas e calcinhas cheias de notinhas de cem”.
Danilo Gentili, em seu livro “Politicamente incorreto”.
Editora Panda Books – São Paulo, edição 2010.
NO BRASIL
DE TIRADENTES,
filho de Ritápolis, nas Minas Gerais, do alagoano Zumbi dos Palmares, e da
poetisa e escritora carioca Cecília Meireles, como nos mais distantes rincões
do planeta, todo mundo tem rabo. Rabo, para os que desconhecem a palavra, é aquele
troço sujo e nojento, fedido e catingoso situado no final do intestino grosso,
o popularíssimo “cano de descarga” que as pessoas utilizam quando sentem que o banheiro
se tornou, num repente, imprescindível à saúde dos que estão em volta. A
maioria das criaturas usa essa saída reguladora da expulsão das fezes,
unicamente para essa finalidade.
Existe, todavia, uma galera (tida como pervertida e
denegridora da própria imagem, ou “qui
sine pecato est”), que prefere revirar os olhinhos, entrar em alfa, subir à
lua e voltar, dando o “caneco”, com força, não para eliminar os dejetos ou os gases
intestinais. Em absoluto! Unicamente para a prática desmoralizadora da “empurração”
desenfreada do quibe intranquilo, ação que, em alguns, se torna tão
avassaladora e envolvente, que até o Diabo duvida e Freud não explica. Porém, o
rabo que aqui mencionamos, não é outro produto senão o dos políticos. Todos
eles têm o fedegoso preso.
Tão preso e aferrado, tão miscopado e enraizado, tão manietado
e submisso, que nenhum purgante consegue dar jeito. Por conta e na conta desse
panorama desajustado, nós os simples imbecis e idiotas, perguntamos
insistentemente: quais seriam os motivos, as razões e as circunstâncias impudicamente
relevantes, ou propiciatórias que conclamaram o presidente Michel Jackson do
Sírio e Libanês Temer Lulia, a querer (de qualquer maneira, doendo em quem doer, enfrentando todos os reveses
judiciais) a filha do não menos e ilustre,
o cantor e compositor Roberto
Dinamite Jefferson, a senhorita Cristiane Brasil, a ocupar, nem que chova
canivetes, a frente da pasta do “Mistério” do Trabalho?! Com quem, ou com o que,
ele Michelzinho, teria o bagageiro encadeado sem maiores emulações para
procurar a privada mais próxima quando lhe desse na telha da veneta?
Dissemos acima, “Mistério” e o fizemos propositalmente. Na
verdade, o Ministério do Trabalho (tão em voga nesses últimos dias com a escabrosa
nomeação da dita do cantor e compositor Jefferson) é um “MISTÉRIO”. Uma
maçonaria às avessas. Uma caixa preta, um secreto santificado de récipes,
apesar de compartimentados em fatias intransponíveis e insondáveis. Como todas
as outras demais trinta e nove pocilgas existentes, se não nos falha a memória.
Apenas para citar meia dúzia de lagartas pingadas que não viraram borboletas, temos
o Ministério da Fazenda, o da Casa Civil, o da Pesca e Aquicultura (o que seria
aquicultura??!!), o de Relações Institucionais, o da Pecuária e Abastecimento, o
das Relações Exteriores, das Comunicações, dos Esportes, dos Diretos Humanos e
da Igualdade Racial, etc. etc.
Não falamos no principal deles. O Ministério da Putaria,
fortificado para toda sorte de vicissitudes. Resistente e inquebrantável às
incursões de descalabros ou adversidades que possam vir a descambar sobre suas
dependências. Ninguém sabe, mas esse ministério existe, é de carne e osso
(carne e osso?!) está situado junto com os outros no brilhoso e psicodélico chiqueiro
brasília, a sede do governo desta nação linda e maravilhosa. São esses gabinetes
sibilinos e ocultos (atabalhoados num mesmo conjunto de falcatruas), que dão
origem a um problema insolúvel chamado “DESCOORDENAÇÃO HORIZONTAL”, nome criado
pelo senhor João Veríssimo Romão Netto, famoso e notório por suas atuações no Núcleo
de Pesquisas de Políticas Públicas da USP, em São Paulo. Resumindo essa podridão
fedendo dentro do vaso enlameado, temos mais ministérios ou mistérios que
gente.
Essas denominações, perdão, essas biroscas maquiadas e
elevadas a patamares ministeriais, por especialistas em ricos e finérrimos salões
de beleza, abundam como vermes nos lodaçais do campo de pouso, onde o enorme
Avião Pousado (entendam amados e amadas, como “Avião Pousado”, o berço dos Candangos)
em direção ao nada se acha estacionado. Pronto para decolar. Só não consegue. E
por que não? Simples! São, na verdade, oriundos desses ministérios, os milhares
de cabides de empregos, as centenas de portas e janelas secretas para
apadrinhamentos, os conchavos por debaixo dos tapetes sujos advindos dos
recônditos do Palácio do Planalto.
Entre as paredes e galerias desse prédio engalanado e
ostentoso, se decide, à revelia do populacho (a sociedade, como um conglomerado),
as alianças, as transações, os pactos, as coalizões, as vendas de cargos e serventias.
Igualmente onde se negocia, no melhor do “jeitinho brasileiro”, os galhos e funções.
Um enroscado de situações que descambam num único propósito: manter o DEUS
MAIOR frontispiciado nos controles da regência do território nacional.
Talvez estejam encravadas aí -, ou saiam desse espeto
pontiagudo -, as causas da prisão do anel de couro do doutor Michel Jackson do
Sírio e Libanês Temer Lulia. Permitam a abertura de um parêntese para
explicarmos essa nova inclusão ao patronímico do nosso presidente, o “Sírio e
Libanês”. Como nos últimos dias ele vem frequentando muito assiduamente o
causpicoso hospital paulista, achamos que ficaria mais fácil identificá-lo em
nossos trabalhos. Parêntese fechado.
Feito isso, e voltando ao objeto do tema, estaríamos
propensos a afirmar que seria essa capitaneação acirrada e persistente, ou essa
chefia incitante e demagoga, voltada literalmente à FODER O PAÍS. Percebam
caros leitores e amigos, que o PODEROSO pinta à mão ligeira e rápida, seus
quadros nos calabouços do Palácio. Eterniza
seus painéis com as tintas das estafas de todos os integrantes da boa terra, a
saber, os desgraçados e desnutridos partícipes das raias miúdas. O PODEROSO não
para a meio do caminho. Vai além. Cria bordaduras ocas, como pintorzinho de
terceira. Dá vida e forma a aparições distorcidas e alteradas. E as coloca em
pontos vitais, para que ajam em seu nome. É o caso da ministrinha do trabalho. Daí
a frase pitoresca: “Todo o foder emana de Temer e, em seu nome, é exercido”. Oxalá,
a nomeação da filhinha querida do cantor e compositor Robertinho Dinamite
Jefferson não venha a ajudar o Eterno doutor Temer a CONTINUAR CHAFURDADO NAS
MAMATAS E NAS DEMAIS BANDALHEIRAS QUE CIRCULAM PELAS REENTRÂNCIAS DO CATINGOSO
PALÁCIO DO PLANALTO. Temer, na verdade, soa como um sino desembestado e, de roldão,
sua feito uma esponja espremida. Seus olhos se quedam arregalados e
esbugalhados nas PRÓXIMAS ELEIÇÕES. Sua
preocupação não se prende à próstata. A sede que o embriaga é a cobiça. O
almejo, a vasca, a fome, o surto pelas URNAS não tem freio. O infeliz respira URNAS,
dorme URNAS, sonha URNAS. Defeca URNAS. Não dá o que pensar?!
Enquanto no passado o brasil de Ariano Suassuna, de Ferreira
Gullar, de Marcelo Resende, de Chico Anísio e outras personalidades pontilhavam
suas vidas pelo trabalho duro e pela honradez, em fluxo idêntico, por sendas impérvias,
sustentando mórbidas disputas, os embusteiros do cagatório brasília conspurcavam.
De outra forma colocada: os malandros e parlapatões do presente, a todo vapor, seguem
os velhos rastros de seus apaniguados de outrora. Esses charlatões de agora maculam
e denigrem o que restou de bom e aproveitável na capital da republiqueta, obviamente,
na busca açulada, por novas artimanhas e trapaças. Os capadócios de nossos dias
de horrores querem um lugar ao exposto de um sol, ainda que macilento e anêmico.
Afinal, vale tudo pelo poder, pela idolatria ao lucro. Dar e vender, o
majestoso rabo, que diferença faz? Os
fins justificam os meios e vice-versa. Concluímos, pois, embasbacados, os queixos
caídos, pior que os peitinhos das velhinhas, o seguinte: se vivos fossem, os
personagens acima citados seguiriam por aqui, engrossando vis-à-vis as fileiras de todos nós, que acostumamos, infelizmente, a
tomar no PESCOÇO, EM FRANCÊS.
Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza,
jornalista. De São Paulo, Capital. 16-1-2018
Colunas anteriores:
Interessante o texto do senhor Aparecido. A meu ver, um Arnaldo Jabur as avessas. Claro que não numa linguagem jornalista perfeita, todavia, mais objetiva, sem medo, sem seguir regras. É o politicamente incorreto dentro do correto.
ResponderExcluirEliseu Dumont
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