Cristina Miranda
Certo dia a propósito do meu
texto sobre o caso do pequeno Alfie, deixaram-me um comentário que tomei em
consideração. Dizia, em resumo, que a lei pode ser dura, mas que era a
lei e assim, os ingleses, sendo cumpridores de leis (ao contrário de
nós que só as temos para serem quebradas) podia-se contestar pela
mudança da lei, mas não pela sua execução. Aplicando este princípio que está
certíssimo (pese embora o facto de no meu texto estar a criticar o poder
exagerado concedido ao Estado e não a aplicação da lei) a qualquer nação, não
podemos entrar em histeria parva só porque os EUA fazem cumprir suas leis
fronteiriças. Das duas uma: ou somos sérios naquilo que defendemos ou não o
somos.
Todas as nações têm
fronteiras e compete a cada um dos países decidir como as quer manter
na defesa pela segurança dos seus cidadãos. Ninguém de fora tem o direito de impor
seja o que for nesta matéria. Na nossa “casa” mandamos nós ou mandam os
vizinhos? Não seja hipócrita e responda com verdade. Você, na sua propriedade,
só autoriza a permanência de quem lhe convier e sob regras impostas por si,
certo? E também não tem a porta aberta vinte e quatro horas por dia acessível a
qualquer um, pois não? Está a fazer discriminação positiva, certo? A questão da
imigração ilegal é complexa e é precisamente por isso que não pode ser tratada
de forma leviana porque põe em risco a vida das pessoas violando um dos
princípios básicos da função do Estado: proteger. Tal como na sua casa em que
toma medidas como fechar a porta à chave, vedar a propriedade com muros, para
proteger sua família de invasões indesejadas e impedir a exposição aos perigos,
as leis das nações servem exatamente o mesmo propósito.
Esta semana atacaram
violentamente a presidência atual dos EUA por fazer cumprir a lei existente
criada por Clinton, agravada depois por Obama e aplicada por todos. Para
justificar a desumanidade da separação de crianças dos acompanhantes adultos,
registada em 2018 socorreram-se de imagens tiradas em 2014 durante a administração de Obama (ups!) e fizeram
correr uma estória de uma menina das Honduras que fez capa na Time como tendo sido falsamente
arrancada da mãe quando na verdade apenas se tratava de uma mulher retida em
2013, fugida do pai das meninas (tinha três) e que usou a mais nova para
conseguir entrar com mais facilidade na fronteira sem nunca terem sido
separadas. Mesmo depois de devidamente desmentido pela Reuters a nossa SIC
continuou a divulgar essas imagens como sendo de 2018. Por quê?
A verdade é que é preciso
promover a todo o custo as imigrações ilegais e diabolizar quem se opõe
porque há uma agenda política para cumprir. Mas não se explica, porque claro
não convém, que a luta dos EUA não é contra os imigrantes (a sociedade
americana só é multiétnica porque promove a imigração), é contra os
ilegais (e quem os promove) que assaltam o país pelas suas fronteiras e invadem
a sociedade americana de criminosos como o gangue MS-13 responsável por atrocidades indescritíveis espalhando
terror e a quem Trump classificou, e muito bem, de “animais” para
“horror” dos democratas. Basta analisar as declarações de Clinton,Obama, Hillary e Trump para verificar que todos estão
em sintonia sobre esta matéria. Todos querem que a imigração positiva siga seus
trâmites legais. Algum problema nisso? Parece que sim.
Os EUA não querem ser uma
Europa que já conta com muitos países a braços com problemas sérios de invasão em
curso onde só em França, por exemplo a população islâmica já representa 15% da
população total e conta com 1500 zonas interditas as “no-go zones”. Dá que
pensar.
Devemos aceitar imigração?
Claro que sim. Mas sem desrespeito pelos cidadãos que já vivem nesses
países. Dito e muito bem-dito, por Obama em 2005: “Aqueles que entram ilegalmente no país e aqueles que os empregam
desrespeitam o estado de direito. Eles estão mostrando desrespeito por aqueles
que estão seguindo a lei. Nós simplesmente não podemos permitir que pessoas
entrem nos Estados Unidos sem serem detectadas, não documentadas, sem controle
e contornando a linha de pessoas que pacientemente e legalmente se tornem
imigrantes.” Alguém arrisca contestar esta declaração? Claro que não.
Porque foi dita por… Obama.
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias,
29-6-2018
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