Aparecido Raimundo de Souza
A ESTREIA
DO BRASIL NA COPA DO MUNDO, no domingo, 17, não foi das melhores. Apesar de Philippe
Coutinho fazer o primeiro (e único) gol aos dezenove minutos do primeiro tempo
e jogar um pouco de gás revigorante nos companheiros, a coisa não rolou como
todo mundo esperava.
Neymar chamou a atenção não pela cabeleira nova e
indiscreta, menos ainda pelas cacetadas que os suíços despejaram em cima dele
nos dois tempos da partida. Ficaram
patentes para os quatro cantos do planeta, as falhas grosseiras cometidas em
suas finalizações. Na verdade, Neymar não estava no jogo. Talvez pensasse em Bruna Marquezine e na
ideia fixa que ela carrega de, junto com Deus, salvar seu rei.
Nessa perna de chutes incertos, os quarenta e cinco mil
torcedores que lotaram a arena Rostov, até que tentaram entrar no clima com
certa sofreguidão como diríamos descomedida, porém, no final, os nossos eternos
canarinhos deixaram o estádio com seus narizes torcidos. Apesar dos pesares,
achamos um pouco cedo para fazermos previsões.
Todavia, com esse empate meio que “arranjado” ou “comprado” o sonho do
hexa ficou distanciado.
O empate da Suíça desencadeou uma espécie de desânimo
anunciado nos meninos estrelas de Tite. Ele mesmo se quedou macambuziado (como
vimos nas imagens antes e depois do jogo), embora fizesse das tripas coração
para não passar essa impressão para os demais.
Seria mais um caos generalizado. Além daqueles que
presenciamos desde que a Seleção entrou em campo. Queremos deixar registrado que o ambiente da
Rússia é fantástico e surreal, além de requintado e sofisticado, a ponto de
fazer nossos corações darem saltos gigantescos numa espécie de terremoto
artificial. Abalo que chega a atingir o grau máximo na Escala Richter, com uma
atenuante insofismável. Um sismo que não causa vítimas fatais.
A Rússia, como um todo, é um país propício para nós, como
estrangeiros, que aqui tivemos o privilégio de vir pela primeira vez. Sentimos
aquela impressão deleitante e inexplicável de estarmos num planeta diferente,
diferenciado, aquém da nossa querida e sofrida terrinha Brasil. Aliás, o Brasil
está longe de ser uma Rússia, ainda que tente nos próximos cem milhões de anos.
Apesar disso, existe em nós um eterno orgulho compartilhado, dividido, claro,
por uma nação inteira que torceu e continuará torcendo o tempo inteiro para que
as bolas dos próximos adversários não entrem em nosso lado da rede.
A Seleção Titeana, voltando ao tempo em campo, sofreu pra
valer. Além da Suíça ser uma equipe coesa, organizada (que jogou de maneira
ostensiva), tivemos de contrapeso, alguns entraves durante os noventa minutos.
Um desses atravancos, certamente, a má e péssima arbitragem do mexicano Cesar
Ramos. O roteiro era dos melhores, porém, os adversários cresceram de forma
espetacular. Foram melhores. Quase colocaram nossa rapaziada nos bolsos.
No nosso humilde entender, os suíços foram melhores em vista
do desempenho e da performance do árbitro de merda. A criatura passou dos
limites do vexatório. Extrapolou,
suplantou além do inesperado. Arnaldo Cesar Coelho, comentarista da Rede Globo,
deixou isso bem cristalinalizado. Em mais de uma oportunidade, em suas falas,
durante a transmissão, bateu na tecla da inabilidade, da estupidez e da
incompetência, deixando bastante ilustrada as patacoadas do “apitador de meia
tigela”, sendo seguido por Ronaldinho, Galvão Bueno e Casagrande.
Pois bem. Essas inidoneidades, esses desajeitamentos, esses potoqueiros sem eira nem beira, deveriam ferir frontalmente de maneira contundente os senhores dirigentes da poderosa FIFA, que não se sabe por quais cargas d’água, tiveram o desplante de escalar um imbecil de galochas, um quadrúpede com respingos de energumenidades de terceira linha, além da pouca experiência, para apitar um jogo tão sério.
Não vimos, no mesmo rebote, honradez, probidade, decoro e
lisura em sua atuação. Como árbitro, daríamos a ele, uma tremenda NOTA ZERO. O
peçonhento deveria estar apitando jogos de perneteiros e muleteiros nos quintos
do inferno. Aliás, esperamos, sinceramente, que esse famigerado não volte a dar
as caras em outras apresentações quando da nossa Seleção em campo. A não ser que ele, César, seja a bola.
Nós o descreveríamos, para terminar o assunto César Arturo
Ramos Palazuelos como um ladrãozinho barato, medíocre, porém, astuto, vil,
reles, asqueroso, que deve ter levado uma propinazinha por fora, por baixo das
gramas, ou nos cantos escuros dos vestiários, para fazer tanta merda num tempo
tão curto de atuação.
Como bem sabemos, vistas grosseou em dois momentos
distintos, momentos que reputaríamos decisivos e importantes para o placar
final, como por exemplo, o gol esquisito do meia Zuber, aos quatro minutos do
segundo tempo. Zuber teria cometido falta no zagueiro Miranda ao empurrá-lo
antes de cabecear para o gol.
No outro lance, o atacante Gabriel Jesus tentou girar sobre
o também zagueiro Manuel Akanji dentro da área no momento em que foi agarrado
sem que o filho da puta do mexicano tivesse marcado o pênalti. Sem contar que,
em ambos os casos, o bronco se negou terminantemente a ver ou a rever ou a
consultar o que dizia a porra do VAR.
Vejamos em rápidas linhas, o que venha a ser esse tal de
VAR, ou a ridícula e suposta equipe de arbitragem para auxílio aos juízes de
futebol durante uma partida. VAR é a sigla inglesa para “Video Assistant
Referee” e tem por objetivo ajudar o árbitro ou o apitador, em campo, a tomar
decisões em lances considerados duvidosos. O sistema é formado por uma galera
de juízes e ex-juizes de futebol.
Esses cidadãos ficam concentrados numa salinha especial,
fora do estádio, vendo fotos de mulheres peladas e conversando putarias,
atrelados a uma segunda equipe, ou seja, a um bando de técnicos em vídeos, que
escolhe os melhores ângulos dos lances imprecisos e emblemáticos, para o replay
das jogadas consideradas confusas. Para que a coisa funcione cem por cento,
colocaram um monitor às margens do gramado, intencionando que o juiz da hora
reveja um lance atípico e tome a melhor decisão, entre elas a de engolir o
apito junto com os cartões.
Sem sair do foco, em linhas gerais, é esse o objetivo chave
da geringonça VAR. Essa porcaria é baratinha. Pode ser adquirida na Feira de
Acari, no Rio de Janeiro, ou na Rua Vinte e Cinco de Março em São Paulo. A FIFA
pagou a bagatela de US$ 650 MIL. Em reais, R$ 2,1 milhões ou trocado em miúdos
de porcos imundos, US$ 10 mil, R$ 32 mil se levarmos em conta a cotação atual
da moeda americana.
Entre mortos e feridos, essa bugiganga de nada valeu, e até
prova em contrário, a FIFA fez um investimento estratosférico, para colocar em
uso uma aparelhagem que não serviu para bosta nenhuma. PELO MENOS, PARA A ESTRÉIA DO BRASIL...
ALIÁS, UM VERDADEIRO FIASCO. SEM FALARMOS NA IRREPARABILIDADE.
Resumindo, o VAR, para nós, brasileiros frustrados, foi uma
tremenda desmoralização. O coordenador da Seleção brasileira, Edu Gaspar,
enviou uma cartinha de bom desempenho à Comissão de Arbitragem do organismo da
cúpula do futebol mundial pedindo explicações, a CBF (Confederação Brasileira
de Futebol) manifestando, com veemência dúbia, a sua “estranheza” estranha, em
relação à dita Confederação pelo fato dos juízes envolvidos na bandalheira não
terem usado o fabuloso e incontestável VAR no gol de Zuber, o que redundou no
empate com a Suíça.
Claro que a FIFA, bem sabemos, e vale apenas ressaltarmos
com gritos intrépidos e ardorosos, protege seus árbitros e a bosta jogada no
ventilador dos otários não tem como ser limpa agora. Nem agora nem nunca. A
nossa única saída é torcermos com garra e determinação para que esse erro
irreparável do incontestável e inimitável VAR não volte a se repetir.
Por todas essas cachorradas e aprontações, esperamos
sinceramente, que nesta sexta-feira, 22, o VAR (VÁ DE RETO) não volte a
atrapalhar nossos garotos junto ao confronto com a Costa Rica. Agora vamos para
o tudo ou nada. Vencer ou vencer. Ou de rabinhos entre as pernas, cada um de
nós regressarmos chorosos e estapafurdeados para os lugares de onde saímos.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, jornalista. De São Petersburgo, na Rússia. Copa do Mundo
2018. 20-6-2018
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