sábado, 30 de junho de 2018

O nosso congresso é um Robin Hood às avessas!

Almir Papalardo

Todos sabemos que o lendário Robin Hood foi um herói justiceiro que roubava dos ricos para dar aos pobres, conta-nos assim a história. O Congresso Nacional representado pelo Senado Federal com oitenta e um senadores e a Câmara dos Deputados com quinhentos e treze deputados, deveriam garantir com debates e votações plenárias que o Brasil mantenha, fortaleça e até amplie a sua soberania tão frágil e balbuciante! Seria assim, galhardamente, uma autêntica cópia do arqueiro Robin Hood numa distribuição justa de rendas.

Todo brasileiro de bom senso gostaria que o Poder Legislativo fosse verdadeiramente um novo Robin Hood, não para que roubasse dos ricos para dar aos pobres, mas, legalmente, dentro das leis, tirar dos mais abonados para dar aos menos afortunados, mantendo um equilíbrio melhor na distribuição de recursos. É um escândalo essa disparidade existente entre as privilegiadas camadas de homens públicos e os cidadãos comuns, trazendo descontentamento e irritabilidade entre a sociedade brasileira, que trabalha sem incentivos, vendo desapontada, crescer cada vez mais a ambição e cobiça dos mais poderosos, que abusam descaradamente da moral contida no proverbio: "Venha a nós tudo, ao vosso reino nada!". Reforçam: Para nós, salários robustos... Já para a população ignara, basta um lânguido salário mínimo, que na acepção certa da palavra, é uma DROGA!

Deveria existir um controle fiscalizador no Congresso para que diferenças salariais não extrapolassem as raias do absurdo! Afinal são quinhentos e noventa e quatro parlamentares, número mais do que suficiente para garantirem que não se cometam erros e equívocos na coordenação e manutenção das leis, que possam ser prejudiciais na coordenação salarial para todos os segmentos da população. Deveriam sim permanecer ativos e vigilantes, mantendo coerência e equilíbrio nos salários do trabalhador, porque, afinal, o sol nasce para todos! Usa-se e abusa-se do ditado popular: Para poucos, muito! Para muitos, pouco...

Até hoje não se compreende como foram capazes de cochilarem (ou será que foi programado?) ao ponto de permitirem que fosse detonado um grande golpe contra um terço de velhos e inocentes aposentados do RGPS. Estes não compartilham da partilha de rendas, sendo um escárnio terem seus ganhos covardemente degradados, anos após anos, enquanto que para os "mandas-chuvas", ao contrário, seus vencimentos crescem anos a anos num ritmo acintoso e acelerado!

O golpe indecoroso constitui-se em deturpar o Artigo 2º - Inciso V - Irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários, a preservar-lhes o poder aquisitivo, da lei 8213/91, preceitos estes que já tinham sido determinados pela Constituição Federal de 1988 e ratificado pelo Estatuto do Idoso de 2003. Conseguiram passar uma borracha naqueles Artigos, adulterando-os através de uma vergonhosa votação que desvinculou o aumento dos aposentados do reajuste do salário mínimo.

Assim tornaram legal uma prática imoral, que degrada evolutivamente a aposentadoria do cidadão brasileiro, obrigando-o a arcar com um retrocesso desleal no seu poder aquisitivo. Nem a sua condição de idoso consegue sensibilizar os poderes públicos que cada vez mais o descarta para usufruir uma digna cidadania.

O dia em que houve aquela degradante votação os parlamentares que fizeram parte daquela degradante sessão plenária, deveriam ter decretado também feriado nacional para os ímpios comemorarem aquele ato impatriótico, de gatunagem legalizada, quase despercebido, de discriminação ao aposentado, como o dia em que conseguiram calar Artigos da Constituição, fazendo-os funcionar de modo inverso! Ou seja, o de não permitir defasagens, para aceitar cortes absurdos no benefício dos segurados que ganham mais de um salário mínimo, que hoje, já amargam, uma perda superior a 80% por conta daquele ato imbecilizado, irresponsável, injusto, incompetente, agressivo e perverso.

Será que não existiam congressistas de ampla visão política que enxergassem que absurda aprovação não era o correto e que, futuramente, geraria uma grita desesperada entre os aposentados atingidos? Será que não pressentiram que era uma ilusória solução momentânea e que, no futuro, tornando-se uma bola de neve, jamais poderia dar certo? Será que usavam antolhos? Será que não enxergaram, que trabalhador nenhum, ativo ou inativo, que chegou a receber 04, 05 ou 06 salários mínimos, jamais, por questão de decência e honradez, poderia ter seus proventos com o passar dos anos reduzidos a apenas 01 salário mínimo? Vocês são políticos que pensam, ou tudo entregam ao Deus dará...?  

Com o passar dos anos, dezoito anos na verdade, torna-se agora quase impossível desfazer tal imperdoável lambança! Com a palavra o nosso Congresso Nacional, que agora teria o dever de desatar o terrível nó que eles próprios criaram, com sérios riscos de tal impasse covarde, se continuar vigente, gerar uma crise social nada confortável para o nosso Brasil, que deseja um dia tornar-se uma potência mundial.

Como se tratam de pessoas idosas, talvez eles estejam pouco se lixando pela grande baixaria que praticaram! Seus débitos perante as leis Divinas, também se tornaram um grande nó insolúvel, restando, ficarem no aguardo do retorno dos seus atos desumanos que podem tardar, mas não falham...
Título e Texto: Almir Papalardo, 30-6-2018

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