Almir Papalardo
Todos sabemos que o lendário
Robin Hood foi um herói justiceiro que roubava dos ricos para dar aos pobres,
conta-nos assim a história. O Congresso Nacional representado pelo Senado
Federal com oitenta e um senadores e a Câmara dos Deputados com quinhentos e
treze deputados, deveriam garantir com debates e votações plenárias que o Brasil
mantenha, fortaleça e até amplie a sua soberania tão frágil e balbuciante!
Seria assim, galhardamente, uma autêntica cópia do arqueiro Robin Hood numa
distribuição justa de rendas.
Todo brasileiro de bom senso
gostaria que o Poder Legislativo fosse verdadeiramente um novo Robin Hood, não
para que roubasse dos ricos para dar aos pobres, mas, legalmente, dentro das
leis, tirar dos mais abonados para dar aos menos afortunados, mantendo um
equilíbrio melhor na distribuição de recursos. É um escândalo essa disparidade
existente entre as privilegiadas camadas de homens públicos e os cidadãos
comuns, trazendo descontentamento e irritabilidade entre a sociedade
brasileira, que trabalha sem incentivos, vendo desapontada, crescer cada vez
mais a ambição e cobiça dos mais poderosos, que abusam descaradamente da moral
contida no proverbio: "Venha a nós tudo, ao vosso reino nada!".
Reforçam: Para nós, salários robustos... Já para a população ignara, basta um lânguido
salário mínimo, que na acepção certa da palavra, é uma DROGA!
Deveria existir um controle
fiscalizador no Congresso para que diferenças salariais não extrapolassem as
raias do absurdo! Afinal são quinhentos e noventa e quatro parlamentares,
número mais do que suficiente para garantirem que não se cometam erros e
equívocos na coordenação e manutenção das leis, que possam ser prejudiciais na
coordenação salarial para todos os segmentos da população. Deveriam sim
permanecer ativos e vigilantes, mantendo coerência e equilíbrio nos salários do
trabalhador, porque, afinal, o sol nasce para todos! Usa-se e abusa-se do
ditado popular: Para poucos, muito! Para muitos, pouco...
Até hoje não se compreende
como foram capazes de cochilarem (ou será que foi programado?) ao ponto de permitirem
que fosse detonado um grande golpe contra um terço de velhos e inocentes
aposentados do RGPS. Estes não compartilham da partilha de rendas, sendo um
escárnio terem seus ganhos covardemente degradados, anos após anos, enquanto
que para os "mandas-chuvas", ao contrário, seus vencimentos crescem
anos a anos num ritmo acintoso e acelerado!
O golpe indecoroso
constitui-se em deturpar o Artigo 2º - Inciso V - Irredutibilidade do valor dos
benefícios previdenciários, a preservar-lhes o poder aquisitivo, da lei
8213/91, preceitos estes que já tinham sido determinados pela Constituição
Federal de 1988 e ratificado pelo Estatuto do Idoso de 2003. Conseguiram passar
uma borracha naqueles Artigos, adulterando-os através de uma vergonhosa votação
que desvinculou o aumento dos aposentados do reajuste do salário mínimo.
Assim tornaram legal uma
prática imoral, que degrada evolutivamente a aposentadoria do cidadão
brasileiro, obrigando-o a arcar com um retrocesso desleal no seu poder
aquisitivo. Nem a sua condição de idoso consegue sensibilizar os poderes
públicos que cada vez mais o descarta para usufruir uma digna cidadania.
O dia em que houve aquela
degradante votação os parlamentares que fizeram parte daquela degradante sessão
plenária, deveriam ter decretado também feriado nacional para os ímpios
comemorarem aquele ato impatriótico, de gatunagem legalizada, quase
despercebido, de discriminação ao aposentado, como o dia em que conseguiram
calar Artigos da Constituição, fazendo-os funcionar de modo inverso! Ou seja, o
de não permitir defasagens, para aceitar cortes absurdos no benefício dos
segurados que ganham mais de um salário mínimo, que hoje, já amargam, uma perda
superior a 80% por conta daquele ato imbecilizado, irresponsável, injusto,
incompetente, agressivo e perverso.
Será que não existiam
congressistas de ampla visão política que enxergassem que absurda aprovação não
era o correto e que, futuramente, geraria uma grita desesperada entre os
aposentados atingidos? Será que não pressentiram que era uma ilusória solução
momentânea e que, no futuro, tornando-se uma bola de neve, jamais poderia dar
certo? Será que usavam antolhos? Será que não enxergaram, que trabalhador
nenhum, ativo ou inativo, que chegou a receber 04, 05 ou 06 salários mínimos,
jamais, por questão de decência e honradez, poderia ter seus proventos com o
passar dos anos reduzidos a apenas 01 salário mínimo? Vocês são políticos que
pensam, ou tudo entregam ao Deus dará...?
Com o passar dos anos, dezoito
anos na verdade, torna-se agora quase impossível desfazer tal imperdoável
lambança! Com a palavra o nosso Congresso Nacional, que agora teria o dever de
desatar o terrível nó que eles próprios criaram, com sérios riscos de tal
impasse covarde, se continuar vigente, gerar uma crise social nada confortável
para o nosso Brasil, que deseja um dia tornar-se uma potência mundial.
Como se tratam de pessoas
idosas, talvez eles estejam pouco se lixando pela grande baixaria que
praticaram! Seus débitos perante as leis Divinas, também se tornaram um grande
nó insolúvel, restando, ficarem no aguardo do retorno dos seus atos desumanos
que podem tardar, mas não falham...
Título e Texto: Almir Papalardo, 30-6-2018
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