Centro afirma que produção pode chegar a 30
mil testes por dia
Pedro Ivo de Oliveira
O Centro de Biotecnologia da
Amazônia (CBA) anunciou hoje (08), por meio de nota, que está trabalhando em
uma versão nacional dos kits de diagnóstico rápido de covid-19. O novo teste
será produzido com insumos nacionais e terá um índice de detecção superior ao
dos kits importados.
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Foto: Divulgação/CBA |
“A cada novo país o vírus
sofre mutações e vai se adaptando. Os kits diagnósticos produzidos com
anticorpos e antígenos importados podem ter baixa sensibilidade de detecção no
Brasil, uma vez que não são adaptados à nossa realidade viral, por isso a
necessidade de produção de um kit com insumos nacionais para atender à
específica e crescente demanda brasileira", afirmou Fábio Calderaro,
gestor do CBA.
Segundo Calderaro, a técnica
de produção com materiais e antígenos nacionais poderá ser distribuída para
diferentes centros de produção, o que seria suficiente para suprir a demanda
nacional mínima determinada pelo ministério da Saúde, que é de 30 mil testes
por dia. A medida, no entanto, necessita do aval da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), e, de acordo com o gestor, a meta só poderá ser
atingida daqui a 4 meses, após a autorização do órgão.
Calderaro afirmou ainda que o
novo kit de detecção - desenvolvido com antígenos de brasileiros que foram
infectados pela doença - é mais eficaz e mais sensível ao vírus. “A cada novo
país o vírus sofre mutações e vai se adaptando. Os kits de diagnósticos
produzidos com anticorpos e antígenos importados podem ter baixa sensibilidade
de detecção no Brasil, uma vez que não são adaptados à nossa realidade viral”.
Até o momento, o Brasil
utiliza dezessete marcas diferentes de kits para diagnóstico rápido de
Covid-19, todos autorizados pela Anvisa. “Todas [as marcas de kits] utilizam
anticorpos e demais insumos importados, em sua maior parte, da China. Portanto
somos dependentes do mercado externo, que atualmente também demanda muito dos
mesmos insumos por conta da crise pandêmica”, apontou Calderaro.
Diagnóstico
O kit nacional de detecção do
vírus SARS-cov-2 será parecido com o que já é utilizado para diagnóstico de HIV
e de dengue. O paciente usa uma fita descartável, onde uma amostra de sangue ou
saliva é depositada. A amostra passa por uma reação química, e a indicação da
presença ou ausência do vírus vem alguns minutos depois. De acordo com o doutor
em biotecnologia e pesquisador Diogo Castro, líder do estudo, grande parte do
projeto do teste já está pronta. “Já temos a plataforma de produção de
anticorpos e antígenos consolidada e estamos trabalhando para inseri-los na
fita do teste rápido e disponibilizar para a sociedade”, afirmou.
Estrutura
Segundo Calderaro, a produção
em massa dos kits de diagnóstico rápido no estado do Amazonas poderá ser
utilizada, futuramente, como polo de produção em massa do produto, mas para o
diagnóstico de doenças diferentes. “A mesma fábrica adotada pelo CBA para a
covid-19 poderá ser utilizada para produção de outros anticorpos e testes para
diagnóstico de outras doenças de importância regional e nacional”, afirmou.
Título e Texto: Pedro Ivo
de Oliveira – Agência Brasil, 8-4-2020, 20h39
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