Mário Crespo
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Mário Crespo |
Precisamos de ser informados sem alarmismo,
sem admoestações abusivas nem sensacionalismo
Ver Miguel Sousa Tavares ouvir
o Primeiro Ministro dizer que até agora nada falta nos hospitais sem o
contestar foi muito mau. Vê-lo, e ao seu partenaire, atento, venerando e
obrigado não insistir (ao menos) na ausência de testes, foi assustador.
Ouvir responsáveis da saúde
dizer que não se deve usar máscara sem serem confrontados com o facto de o
mundo todo achar o contrário, é bizarro para usar um adjetivo suave.
António Costa provavelmente
diria que "é repugnante".
O que estamos a receber é uma
caricatura do que deve ser informação pública e, sobretudo na televisão, os
portugueses estão a ser objeto de vários simulacros do que deve ser o
jornalismo em tempo de crise.
Os surtos de açambarcamento
são disso um exemplo. As televisões (todas elas) levaram dias a mostrar a
corrida aos supermercados pelo mundo fora.
Uma, a SIC, não podia ter ido
mais longe no frenesim tabloidístico. Não havendo, na opinião dos responsáveis
editoriais, imagem suficientemente trágica para acompanhar o ímpeto da linha de
dramatismo adotada desde o início da crise pandêmica, optaram por recuperar
desordens públicas em Londres, filmadas uma década atrás. E transmitiram-nas.
Acontecimentos de 2011 (de facto altercações menores numa periferia londrina
por altura da promoção de um filme americano) como se fossem imagens da
pandemia em 2020.
É o que dá andar a comprar no
mercado paralelo coisas que parecem notícias. É o que dá ter muitos contatos
com os "consórcios" de mercadores de informação exótica.
Texto: Mário Crespo, Sábado,
5-4-2020
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