Fonta Silva
Se o presidente de uma empresa
aérea perguntar ao seu piloto quanto combustível ele acha que é melhor colocar
no tanque, ele responderá que o melhor é encher o tanque, pois assim garante a
máxima segurança.
Se ele perguntar ao diretor
financeiro, ele dirá que o melhor é colocar somente o combustível mínimo
suficiente pra ir da origem ao destino, pois combustível é muito caro, e com tanque
cheio o avião fica pesado e assim carrega menos passageiros e cargas, reduzindo
o lucro.
Então, a indústria da aviação
chegou à conclusão de que o ideal é nem um nem outro, mas sim uma quantidade de
combustível que garanta a viagem da origem até o destino, mais uma quantidade
que dê para ir para um destino alternativo, caso o original esteja fechado pra
pouso, e uma reserva extra.
Desta maneira garante-se o
máximo de segurança, sem, no entanto, sacrificar desnecessariamente a economia
da empresa.
Agora troque os personagens:
O piloto representa os
médicos.
O combustível representa a
quarentena.
Assim poderá entender melhor
este recente debate sobre isolamento.
É óbvio que se perguntarmos a
um médico o que é melhor, ele dirá que é o isolamento total. Se desse, até se
trancar numa caixa esterilizada individual. Ele enxerga somente sua área.
Também é óbvio que se
perguntamos a um economista ou empresário, ele dirá que não precisará de nada
disso. Ele só pensa na sua economia.
Não seria a hora de
descobrirmos qual seria nosso combustível ideal, que garanta a segurança e não
inviabilize a economia?
E antes que falem, "mas é
diferente, se trata de vidas", pergunto: e segurança de voo não?
Texto: Fonta Silva, Facebook, 5-4-2020
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