quarta-feira, 28 de agosto de 2024

As virtudes da 'diversidade' ou o desenterro de Norm Macdonald

Paulo Hasse Paixão

Norm Macdonald

Um “refugiado” Sírio que já devia ter sido deportado da Alemanha há séculos, porque era do conhecimento das ‘autoridades’ que se tratava de um terrorista a soldo do ISIS, desatou a esfaquear aleatoriamente uma quantidade de infelizes que se encontravam no “Festival da Diversidade” (as ironias aqui não acabam nunca) realizado em Solingen, matando três deles. E qual é a preocupação da imprensa corporativa alemã? Que este ato de terror vai favorecer os argumentos da “extrema-direita”.

Porque o problema não são os extremistas islamitas que infectam a Alemanha, às centenas de milhar, se não aos milhões, e que fizeram explodir os índices da criminalidade violenta no país.

O problema nem sequer é o facto concreto dos três infelizes, inocentes, que foram mortos pelo terrorista.

Não. O problema é a “extrema-direita” que se recusa a aceitar as virtudes da “diversidade”.

O célebre meme do já falecido comediante norte-americano Norm Macdonald cai neste assunto que nem ginjas: Porque há mesmo gente que pensa assim. Há mesmo gente que se sente moralmente superior aos outros por acreditar nesta versão alucinada da realidade, o momento em que até a sátira é convertida em manual de normas. 


Esta forma distorcida como o diabo de ver as coisas está tão enraizada na esquerda neoliberal, e na retórica dos apparatchiks da imprensa corporativa que a secundam e amplificam, que se estende a muitos outros vectores da vida política, social e económica.

Por exemplo: o problema da inflação não decorre da emissão ensandecida de moeda pela Reserva Federal americana ou pelo Banco Central Europeu, mas da febre gastadora das massas. O problema da Guerra da Ucrânia não decorre do movimento imperialista da NATO e da CIA, após a queda do Muro de Berlim, mas do impulso conquistador de um Ivan, o Terrível que reside no Kremlin. O problema do fórum público não está nos poderes instituídos desejarem deter o monopólio da narrativa, mas na ‘desinformação’ e no ‘ódio’ que cidadãos comuns disseminam quanto tentam apenas fazer valer a liberdade de expressão, que está até consagrada na maior parte das constituições dos países ocidentais. E assim sucessivamente.

É claro que as massas, que têm sido empobrecidas consistentemente nos últimos 20 anos por cargas fiscais absurdas, por pandemias e revoluções verdes, por bancas rotas que derivam da ganância de bilionários mas são pagas invariavelmente pelos mais modestos dos contribuintes; e por intenção declarada de lhes obstruir o direito à propriedade e à prosperidade, não têm rendimentos para serem gastadoras. É claro que Putin não é nenhum Ivan e é claro que a censura é o primeiro instrumento da volição totalitária das elites. Mas que interessa realmente aos grandes desígnios dos senhores do universo aquilo que é claro, quando é de trevas que é feito o seu labor luciferino?

Não acredites no que veem os teus olhos mentirosos, no que ouvem os teus ouvidos enganadores, no que conclui o teu cérebro batoteiro, na verdade que sentes a vibrar dentro do peito: Aceita a paz de teres quem saiba por ti o que é melhor para ti, de teres quem defina por ti o que é a realidade, porque tu, pobre e deplorável mamífero, não tens estatuto para esse discernimento.

Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 28-8-2024

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