Telmo Azevedo Fernandes
Um manhoso estudo elaborado
por dois autores sem qualquer relevância académica diz que se o Estado
Português criasse um imposto sobre os “super-ricos” poderia encaixar mais de
3.500 milhões de euros. Este confisco de patrimônio abrangeria 0,5% dos
contribuintes, cerca 42.000 pessoas com um património global financeiro e
não-financeiro de 2 milhões e meio de euros, como se estes fossem super-ricos.
Mas enfim…
A comunicação
social nacional disseminou acefalamente as conclusões canalhas
deste estudo, pois sabem que uma franja considerável da sociedade e,
infelizmente, grande parte da juventude acredita que os ricos não deveriam
existir e que novos impostos são solução para a pobreza e uma fonte de
crescimento econômico.
Os tempos que vivemos são
profundamente ignorantes e de valores morais corrompidos. A inveja perpassa
esta ideologia. E são ideias imorais também porque a suposta “transferência de
riqueza” através da tributação dos ricos é apenas uma forma de legalizar o
roubo.
A esmagadora parte da riqueza dos super-ricos não é consumida em iates, joias ou luxos pessoais. Aliás, as pessoas muito ricas nunca conseguiriam consumir pessoalmente toda a riqueza que possuem, mesmo que dormissem em colchões de notas. Por isso utilizam quase toda a sua riqueza investindo em negócios produtivos e até em causas meramente filantrópicas. Investem em ativos que lhes rendem benefícios, obviamente. Mas que são empresas e fábricas que geram emprego e criam produtos úteis valorizados pela população em geral e muitas vezes absolutamente vitais para os menos afortunados.
Se o Estado confiscar as
poupanças e os ativos dos ricos através de impostos, não reduz consumos
extravagantes, mas diminui a oportunidade de usar a riqueza em criação de valor
e inovação para a sociedade. Os super-ricos continuarão sempre ricos. Serão as
classes média e trabalhadora as mais prejudicadas quando a resposta ao aumento
de impostos resultar em menos empregos, salários mais baixos e produtos mais
caros.
A acumulação de riqueza por
meios honestos deveria ser elogiada e incentivada. Sem poupanças e capital não
teremos uma sociedade próspera. Contudo, o estúpido ar do tempo vai no sentido
de punir a acumulação de riqueza através de esquemas fiscais contraproducentes,
ineficientes e baseados em falsidades.
Para um crente, um imposto
sobre a riqueza pune a iniciativa e capacidade empreendedora das pessoas e a
frugalidade daqueles que usaram os seus talentos dados por Deus para criar
riqueza ou acumular grandes poupanças, e priva os cristãos da oportunidade de
partilharem voluntariamente a sua riqueza através de atos de caridade.
Não considerando a inveja ou o
roubo como pecados, tal forma de estar deveria pelo menos fazer corar de
vergonha qualquer pessoa decente.
A minha crônica-vídeo de
hoje, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Corta-fitas, 21-8-2024
Governo português está
aberto à ideia de um imposto global para os super-ricos, mas espera por
contornos mais definidos
André Kosters/ Lusa
Brasil propôs a criação de
um imposto para os super-ricos para financiar os projetos da Aliança Global
contra a Fome e a Pobreza. As conclusões indicam que um imposto mínimo de 2%
sobre os bilionários seria a opção mais indicada para restaurar a
progressividade tributária globalmente e arrecadar mais de 230,9 mil milhões de
euros por ano
O ministro dos Negócios
Estrangeiros afirmou que Portugal está aberto à ideia da presidência brasileira
no G20 de criar um imposto global para super-ricos, mas frisou que faltam
definir contornos para a sua operacionalização.
(…)
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