domingo, 2 de fevereiro de 2025

[As danações de Carina] Ainda hoje, tantos anos depois, me contam as flores que o afago que emanava dele, elaborou o amor

Carina Bratt

QUERO DEIXAR registrada uma pequena homenagem ao escritor MARIEN CALIXTE, que conheci logo que vim morar no Espírito Santo. Tempos depois, já trabalhando com o Aparecido, tive o prazer de, numa tarde de sábado, ir com ele fazer uma entrevista em sua casa e conhecê-lo pessoalmente, junto com a esposa dona Therezinha e os filhos Daniela e Luiz Henrique.

Foto: Edson Chagas/A Gazeta, 4-8-2008
A minha homenagem é simples e singela. Procurei trazer ao conhecimento das minhas queridas leitoras e amigas da ‘Grande Família Cão que Fuma,’ um pouco da sua imensa produção literária. Marien Calixte, em poucas palavras, dava o recado sem meios termos. Sem subterfúgios. Ia direto ao ponto, ao assunto e não só brilhava, encantava.

Trouxe algumas pérolas que, tenho certeza, encantarão todas vocês, como a mim, em particular, me extasiou de uma forma magnânima e deslumbrantemente cativante.

Marien Calixte faleceu em 25 de dezembro de 2013, aos 78 anos. Deixou a esposa dona Therezinha Calixte, os filhos Daniele e Luiz Henrique e os netos Guilherme e Maria Luisa.

*
‘Silêncio e solidão
na varanda. Não há
largos no domingo.’

Jornal ‘A Tribuna de Vitória’ 12 de junho de 2014.

*
‘O minuto após
faz antigo o sulco
que se extrai agora’.

‘Jornal Folha da Serra,’ 14 de fevereiro de 2013.

*
‘Velhos mendigos
a esquina
os avizinha.’

Do ‘Livro de haikais’ São Paulo editora Massao Ono, 1990

*
‘Dorme comigo
a palavra
sem temor do sonho.’

‘Jornal A Gazeta’ Vitória, março de 2026

*
‘Seixos se partem,
madeiras se cortam,
Idéias se movem.’

Do livro ‘Atlantico’ – Matzneller Editions Vila Montello, 23 Bolzano 1990

*
‘Cão morto
sobre o asfalto branco.
A cidade dorme.’

‘Folha de Anchieta’ Espírito Santo, abril de 1994.

*
‘Sem adeus se esvai
esguia sombra
porta à fora.’

Italo Campos em seu livro ‘Sabor das letras’ Vitória 1990

*
‘O pássaro não
se revela ao vento
atrás da montanha’

Sérgio Brank em seu livro ‘Pus.’ Edição Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1987. Coleção Letras Capixabas, v. 25.

*
‘Cachos de uvas,
lampiões.
Sou vigia da lembrança’.

‘Jornal A Tribuna de Vitória’, agosto de 2021

*
‘Derrubam a velha casa
Me confiam
rude herança.’

Do livro de Suely Bispo, ‘Desnudalmas’ Vitória ES GSA 2009.

*
‘Rodam as máscaras
no salão. Os rostos
serão verdadeiros?’

‘Jornal de Guarapari’, edição de 2005.

*
‘Anima di nuvola
il sole oltrepassa
La domanda.’

‘Atlantico’ – Matzneller Editions, Vila Montello, 23 Bolzano 1990

Título e Texto: Carina Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo, 2-2-2025

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