Veio ela à porta dar-me o pão da esmola. – Menina ou anjo? – não vos sei dizer!
É a flor mais bela que se pode ver,
Uma benção de Deus que nos consola…
E sei que dela suave odor se evola
E chama estranha lhe está sempre a arder
Nos olhos lindos que, ao meu parecer,
Tornam mais leve o peso da sacola.
A luz do seu sorriso inda perdura
A alumiar-me a vida dolorosa
Por onde arrasto a minha desventura.
E que bom modo! Que gentil e airosa!
Deixar que eu visse tanta formosura
Foi a emola que deu mais generosa…
Ibérico Nogueira (Tio)
Faculdade de Medicina, Queima das Fitas, Coimbra 1967
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