Rodrigo Constantino
No Poder Judiciário, já virou piada que a "punição" para juízes pegos no flagra fazendo besteira costuma ser apenas uma aposentadoria precoce - e integral. É um "castigo" um tanto benevolente, cá entre nós. No caso de Barroso, que confessou ter derrotado o bolsonarismo, ele mesmo anunciou a saída antecipada do STF. Por que alguém tão vaidoso abre mão de tanto poder?
Uma hipótese é a Lei Magnitsky. Perder seus vistos já foi doloroso demais para quem curte palestras em Nova York ou passeios em Miami. Afetou a vida de sua família, com um filho trabalhando no BTG de Miami. Machucou, enfim. E ele viu que pode piorar bastante ao observar as sanções contra Alexandre de Moraes, sua esposa e seu instituto.
Já se especula que a Cármen Lúcia poderia ser a próxima a pedir para sair. Estaríamos diante de uma estratégia petista para infiltrar seus jovens militantes e garantir a hegemonia petista no STF por anos e anos?
Ou seja, podemos estar falando da primeira aposentadoria Magnitsky, por medo do que poderia acontecer ao Pavão Supremo. E, por isso mesmo, acho que Barroso não deveria ser poupado da sanção. O poder pedagógico seria importante aqui, para mostrar que não basta fugir agora se ajudou a cometer crimes de abusos antes. A única alternativa é desfazer os abusos!
Outro aspecto que a aposentadoria precoce de Barroso significa é o maior aparelhamento da Corte pelo PT. Ora, Barroso ainda tinha oito anos pela frente, mas agora Lula poderá indicar um companheiro jovem que ficará no STF por décadas! É uma forma de blindar a Corte para que sua atuação partidária siga firme e forte.
Reparem que a BBC Brasil
trata com naturalidade a situação esdrúxula: "Indicação para a vaga de
Barroso deve ter perfil político, dizem analistas". Afinal, "Lula vê
STF como contenção a bolsonarismo". Leandro Ruschel fez
a pergunta óbvia, e retórica:
"Em que tipo de
regime o tribunal constitucional é aparelhado por um partido político para
eliminar a oposição?"
Já se especula que a Cármen Lúcia poderia
ser a próxima a pedir para sair. Estaríamos diante de uma estratégia petista
para infiltrar seus jovens militantes e garantir a hegemonia petista no STF por
anos e anos? Com o poder acumulado sem freios pelo STF, isso poderia
representar a fala de Dirceu: "Nós vamos tomar o poder, o que é diferente
de vencer eleições". Com um STF quase todo bolivariano e jovem, quem
precisa de eleições?
Título e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 15-10-2025, 13h51
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