quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

10-12-2025: Oeste sem filtro – Gilmar recua e suspende trechos da própria decisão sobre impeachment de ministros + Câmara aprova projeto que reduz penas dos condenados pelo 8 de janeiro + Senador afirma que o crime organizado já se infiltrou nos gabinetes de Brasília + (Silvio Navarro é demitido da Oeste)

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2 comentários:

  1. A disputa silenciosa por poder e o que a “dosimetria” realmente significa para o Brasil

    A aprovação do PL da Dosimetria na Câmara dos Deputados foi apresentada como um passo rumo à “pacificação”.

    Na prática, porém, o movimento está muito distante de restaurar o Estado de Direito, devolver liberdades fundamentais ou reparar a injustiça cometida contra perseguidos políticos que ainda hoje vivem sob prisão, exílio ou restrições desproporcionais. O que está em jogo é menos jurídico e mais político — e envolve interesses distintos entre esquerda e centrão no rearranjo do poder nacional.

    A resposta é simples: não há interesse político em concedê-la. A esquerda opera dentro de um projeto hegemônico, de poder concentrado, que não tolera dividir espaço nem abrir mão da narrativa construída. Não há ali uma visão democrática plural; há a intenção de manter controle.

    O centrão, por sua vez, não compartilha desse projeto totalitário, mas carrega outra preocupação: a direita organizada representa uma ameaça real. Foi ela que, anos atrás, emparedou o establishment e desencadeou um terremoto político sem precedentes — que atingiu partidos, líderes e estruturas inteiras.

    Por isso, o centrão deseja o apoio da direita nas próximas eleições, mas não quer Bolsonaro, nem suas principais lideranças, justamente por enxergar nelas a possibilidade de um novo abalo sísmico no sistema. A solução encontrada? Reduzir a pressão política, aliviar o sofrimento dos presos, mas impedir sua participação eleitoral.

    É um cálculo de conveniência, não de justiça.

    A medida reduz o regime fechado e favorece progressões, mas não repara o abuso: muitos desses condenados receberam penas mais altas que homicidas, enquanto criminosos de colarinho branco — alguns com décadas de condenações — circulam livremente, rindo da própria impunidade.

    Ainda assim, há um aspecto humano positivo: diminuir o sofrimento dessas pessoas inocentes — muitas delas idosas e com sérios problemas de saúde —, que têm enfrentado um terror sem precedentes.

    Mas nada disso altera o fato crucial: as decisões no Brasil atual deixaram de ser jurídicas. São essencialmente políticas.

    O cenário ganha ainda mais complexidade após a revelação do contrato milionário entre o Banco Master e a esposa do ministro Alexandre de Moraes. O vazamento, vindo pela Polícia Federal e entregue ao maior veículo alinhado ao governo, sugere um possível afastamento entre Lula e Moraes — ou o movimento inverso: Moraes aproximando-se do centrão.

    Seja qual for o caso, essa disputa interna pode ser o único caminho para reduzir o poder repressivo do regime.

    Embora a Câmara tenha avançado, o Senado tornou-se um campo de contenção. Nomes como Renan Calheiros e Otto Alencar já trabalham para atrasar a tramitação, evitando que qualquer preso político deixe a cadeia antes do Natal. O objetivo é cozinhar a situação, mantendo controle total sobre o tempo e o impacto político das decisões.

    Tudo depende agora de como o Senado vai conduzir o tema — e, mais ainda, de como o Supremo vai reagir depois. A disputa entre esquerda e centrão moldará cada etapa desse processo, e é dentro dessa guerra silenciosa que devemos ler a dosimetria: não como uma solução, mas como um primeiro movimento na reacomodação das forças que dominam o país.

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  2. Após mais de um ano na clandestinidade, a líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, reapareceu na noite de quarta-feira em Oslo, após uma viagem secreta e arriscada que incluiu uma rota marítima até Curaçao, segundo o Wall Street Journal - trajeto usado para escapar da vigilância do regime. De Curaçao, seguiu viagem discretamente até a Noruega. Exausta, mas sorridente, surgiu na varanda do Grand Hotel por volta das 2h, saudando apoiadores, cantando o hino nacional e abraçando dezenas de venezuelanos que a aguardavam. Embora esperada na cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, não chegou a tempo; sua filha, Ana Corina Sosa, recebeu o prêmio e leu o discurso em que Machado prometeu que a Venezuela “voltará a respirar” e que, com a mudança de governo, “as portas das prisões serão abertas” para libertar presos políticos.
    A aparição surpreendeu até o presidente do Comitê Nobel, que havia informado que não haveria encontro com o público. Machado decidiu saudar a multidão antes de reencontrar sua família, que não via havia dois anos. Apesar do risco de exílio forçado, afirmou que regressará “muito em breve” ao país. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump declarou que “não gostaria” que ela fosse presa.
    O regime de Nicolás Maduro reagiu com hostilidade ao Nobel. A vice-presidente Delcy Rodríguez chamou o prêmio de “manchado de sangue” e classificou a cerimônia como “velório” e “fracasso total”, atribuindo a ausência de Machado ao “medo”. Criticou ainda líderes internacionais presentes, que, segundo ela, apoiariam “genocídio contra o povo palestino”.
    O dia também foi marcado por um novo choque diplomático: a apreensão de um petroleiro venezuelano pelos Estados Unidos, denunciada por Caracas como “roubo descarado” e “grave crime internacional”. Trump afirmou que se trata do “maior navio já apreendido” e relacionou a operação às sanções, enquanto Maduro conclamou seus aliados a estarem prontos para “partir os dentes” aos Estados Unidos, se necessário.
    Maria Corina segue sua agenda em Oslo, lutando - ainda sem saber seu destino - pela liberdade do povo venezuelano.

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