Henrique Pereira dos Santos
Esta é a manchete do Público de hoje:
Por que razão nenhum jornal
noticia que o dia anterior existiu, apesar de ser uma verdade inquestionável?
Porque toda a gente sabe e
esteve no dia anterior, portanto não é jornalisticamente relevante ter um
título a dizer que o dia anterior existiu, coisa que todos nós sabemos.
A mesma lógica se aplica a uma
greve geral que, por definição, sendo geral, afeta quase toda a gente e é
sentida por quase toda a gente.
Por que razão, então, o
Público escolhe como manchete dizer que a greve geral existiu, uma coisa que, a
ser verdade, toda a gente sabe e sentiu?
Exatamente porque não é verdade, mas o Público gostaria que fosse verdade, optando por entrar na guerra das percepções, tentando convencer-nos de que a nossa percepção individual, e a de cada um dos nossos amigos, conhecidos e família, é uma percepção errada: nós não vimos greve geral nenhuma, mas o Público quer-nos convencer de que essa é uma mera percepção subjetiva que não corresponde à realidade em que o jornal pretende que acreditemos.
Azar, camaradas do Público, a
generalidade das pessoas não sentiu nenhuma greve geral, sentiu as perturbações
do costume (nem sequer especialmente fortes) que a atual regulamentação da
greve permite que grupos ultraminoritários organizem quando não gostam do
governo.
Se tiverem dúvidas, é ir ler a
fundamentação delirante do tribunal arbitral para não serem decretados serviços
mínimos no Metro de Lisboa e pensar dois segundos na lógica do Público
noticiar, com destaque, que o dia de ontem existiu.
Título, Imagem e Texto: Henrique
Pereira dos Santos, Corta-fitas,
12-12-2025

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