COMO
O DITADOR VIVE UMA VIDA DE LUXÚRIA COMPLETA EM SUA ILHA PARTICULAR EM CUBA,
ENQUANTO SEU POVO AFUNDA NA POBREZA EXTREMA E NA MISÉRIA SOCIALISTA.
Francisco Vianna
Fidel Castro viveu como um rei com seu iate particular, numa ilha luxuosa de retiro no Caribe com uma criação de golfinhos e uma fazenda de tartarugas do mar e viajava com dois doadores particulares de sangue, como descrito num novo livro chamado em francês “La Vie Cachée de Fidel Castro” (A Vida Secreta de Fidel Castro).
O autor é um ex-guarda-costas
do ditador, Juan Reinaldo Sánchez, um membro do círculo mais íntimo dos
Castros, e escreve que o mandatário cubano administrava o país como se fosse
seu feudo pessoal, uma mistura de senhor medieval e Luís XV.
Sánchez, que fez parte da
“guarda pretoriana” dos Castros por 17 anos, descreve em sua obra de memórias
seu chefe como uma pessoa carismática, inteligente mas manipuladora, de sangue
frio, egocêntrico, populista e demagógico, e que nunca teve o menor escrúpulo
em matar, muitas vezes por motivos fúteis e torpes. Era sujeito a crises de
destempero emocional.
Seu livro afirma que a grande
maioria dos cubanos não fazia a menor ideia de seu verdadeiro caráter de
assassino sanguinário ou como ele levava uma vida de prazeres burgueses muito
além dos sonhos de seu povo sempre enredado com a tarefa de prover com muita
dificuldade o sustento do mesmo dia para continuar, sabe-se lá como,
sobrevivendo num regime que lhe impõe muitos sacrifícios e que muito pouco lhe
dá em retorno.
"Contrariamente ao que
sempre afirmou em seus discursos, Fidel nunca deixou de usufruir de todos os
confortos capitalistas ou mesmo jamais se dedicou a governar com austeridade.
Na verdade, seu modo de vida sempre foi idêntico ao de um capitalista bem-sucedido
e sem qualquer tipo de limitação", escreve ele. "Nunca se considerou
obrigado por seus discursos a seguir um modelo de austeridade como seria de se
esperar de um bom revolucionário disposto a dar o exemplo para um povo que
oprimiu, perseguiu e foi submetido por ele a viver abaixo da linha de pobreza,
sem qualquer dignidade".
Sánchez alega em seu livro que
“sempre sofreu com a rudeza e crueldade com que Castro tratava a todos do seu
entorno e, por mais que se dedicasse a cumprir suas tarefas, acabou caindo em
desgraça, e foi tachado de traidor por aquele a quem servira por quase duas
décadas, e jogado na cadeia como um cão sarnento". Foi torturado e deixado
em uma cela infestada de baratas, depois de pedir para se aposentar.
Libertado da prisão, Sánchez
seguiu o caminho bem traçado pelos seus compatriotas exilados indo para a
América em 2008. "Até o fim da década de 1990, eu nunca tinha feito muitas
perguntas sobre o funcionamento do sistema... Esse é o problema dos
militares... E, como um bom soldado, apenas fazia o meu trabalho e dava o
melhor de mim e isso sempre foi o suficiente para me fazer feliz", escreve
Sanchez.
O livro, publicado em maio de
2014, foi escrito pelo jornalista francês Axel Gyldén, como “ghost-writer”, um
repórter veterano da Revista “L’Express”. Gyldén admite que Sánchez tem muitos
motivos para cair de pau sobre Castro, mas insiste que checou a veracidade
histórica cubana.
O ‘ghost-writer’ disse ao
jornal inglês The Guardian que "esta é a primeira vez que alguém do
círculo íntimo de Fidel Castro, alguém que fazia parte do sistema e uma
testemunha de primeira mão desses eventos, prestou extenso depoimento
pormenorizado e por escrito. Ele muda a imagem que muitos tinham de Fidel
Castro e não apenas por seu estilo de vida que contradizia suas palavras, mas
altera toda a psicologia e motivações de Castro".
Esta não é a primeira vez que
alguém afirma que Castro sempre desfrutou de uma grande riqueza em
estarrecedora contradição com a imensa pobreza de seu povo. Em 2006 a revista
Forbes listou o líder cubano entre os 10 mais ricos "Reis, Rainhas e
Ditadores", citando funcionários não identificados que garantiram que
Castro tinha acumulado uma fortuna por desvio dos lucros de uma rede de
empresas estatais. O líder cubano, é claro, negou veementemente tais
afirmações.
O longo reinado de Castro
terminou em 2006, quando ele sofreu um quadro agudo do que se acredita ter sido
uma diverticulite, uma doença intestinal, e passou o poder a seu irmão Raúl,
passando a servir como Ministro da Defesa. Isso ocorreu, oficialmente, em 2008.
Fidel continuou a escrever colunas para o jornal do partido comunista cubano, o
‘Granma’, mas gradualmente desapareceu da vista do público, alimentando rumores
de que ele tinha morrido. Todavia ele tem aparecido aqui e ali de forma fugaz e
longe da vista do povo. Raul fez reformas econômicas muito cautelosas, sem
deixar, contudo, de manter o controle social rígido que sempre caracterizou a
ditadura cubana.
Diante de visitantes, como
Ignacio Ramonet, o jornalista francês que o entrevistou, ou Lula o
ex-presidente do Brasil, Castro sempre tentou dar a impressão de que vive de
modo austero, dedicado a leitura, a exercícios, fazendo refeições simples e
usufruindo apenas de modestos confortos de casa.
Mas agora Sánchez, com 65 anos
e vivendo nos Estados Unidos, afirma que Castro sempre teve uma ilha privada
onde desfruta de alto luxo – a ilha de Cayo Piedra, ao sul da Baía dos Porcos,
a praia da fracassada invasão feita por cubanos exilados sob o patrocínio da
CIA em 1961 – descrevendo o local como um "jardim do Éden", onde ele
costuma entreter convidados muito selecionados, incluindo o escritor Gabriel
Garcia Márquez, que gosta da pesca ao marlim azul.
O ex-guarda-costas diz que Castro
navega para a ilha em seu iate de luxo, o ‘Aquarama II’, forrado internamente
de lambris feito de rara madeira
angolana e impulsionado por quatro motores enviados pelo presidente
soviético Leonid Brezhnev.
O jornal inglês The Guardian continuará publicando estórias sobre a vida nababesca de Fidel
Castro, com a finalidade de não permitir que se construa um falso legado em
torno de um dos piores facínoras que dominou seu povo a partir da segunda
metade do século XX.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia
internacional), 27-08-2014
Abraham Lincoln : "Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum
ResponderExcluirtempo; nas não consegue enganar a todas por todo o tempo."
Será que o Fidel é imortal?
ResponderExcluirÉ impressionante a capacidade do homem de continuar forte depois de mais de meio século (lembro que chegou ao poder em 1959!). Sobreviveu a Kennedy, Johnson, Ford, Nixon, Carter (ah, Carter ainda não morreu?!), Reagan… Além dessas, viu passar as Administrações Bush, Clinton, Bush Junior e agora permanece firme diante de Obama (que, por sinal, não era nem nascido quando Batista foi derrubado por Fidel e sua turma…).