quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Rei Fidel Castro

COMO O DITADOR VIVE UMA VIDA DE LUXÚRIA COMPLETA EM SUA ILHA PARTICULAR EM CUBA, ENQUANTO SEU POVO AFUNDA NA POBREZA EXTREMA E NA MISÉRIA SOCIALISTA.

Francisco Vianna

Fidel Castro viveu como um rei com seu iate particular, numa ilha luxuosa de retiro no Caribe com uma criação de golfinhos e uma fazenda de tartarugas do mar e viajava com dois doadores particulares de sangue, como descrito num novo livro chamado em francês “La Vie Cachée de Fidel Castro” (A Vida Secreta de Fidel Castro).

O autor é um ex-guarda-costas do ditador, Juan Reinaldo Sánchez, um membro do círculo mais íntimo dos Castros, e escreve que o mandatário cubano administrava o país como se fosse seu feudo pessoal, uma mistura de senhor medieval e Luís XV.

Sánchez, que fez parte da “guarda pretoriana” dos Castros por 17 anos, descreve em sua obra de memórias seu chefe como uma pessoa carismática, inteligente mas manipuladora, de sangue frio, egocêntrico, populista e demagógico, e que nunca teve o menor escrúpulo em matar, muitas vezes por motivos fúteis e torpes. Era sujeito a crises de destempero emocional.

Seu livro afirma que a grande maioria dos cubanos não fazia a menor ideia de seu verdadeiro caráter de assassino sanguinário ou como ele levava uma vida de prazeres burgueses muito além dos sonhos de seu povo sempre enredado com a tarefa de prover com muita dificuldade o sustento do mesmo dia para continuar, sabe-se lá como, sobrevivendo num regime que lhe impõe muitos sacrifícios e que muito pouco lhe dá em retorno.

"Contrariamente ao que sempre afirmou em seus discursos, Fidel nunca deixou de usufruir de todos os confortos capitalistas ou mesmo jamais se dedicou a governar com austeridade. Na verdade, seu modo de vida sempre foi idêntico ao de um capitalista bem-sucedido e sem qualquer tipo de limitação", escreve ele. "Nunca se considerou obrigado por seus discursos a seguir um modelo de austeridade como seria de se esperar de um bom revolucionário disposto a dar o exemplo para um povo que oprimiu, perseguiu e foi submetido por ele a viver abaixo da linha de pobreza, sem qualquer dignidade".

Sánchez alega em seu livro que “sempre sofreu com a rudeza e crueldade com que Castro tratava a todos do seu entorno e, por mais que se dedicasse a cumprir suas tarefas, acabou caindo em desgraça, e foi tachado de traidor por aquele a quem servira por quase duas décadas, e jogado na cadeia como um cão sarnento". Foi torturado e deixado em uma cela infestada de baratas, depois de pedir para se aposentar.

Libertado da prisão, Sánchez seguiu o caminho bem traçado pelos seus compatriotas exilados indo para a América em 2008. "Até o fim da década de 1990, eu nunca tinha feito muitas perguntas sobre o funcionamento do sistema... Esse é o problema dos militares... E, como um bom soldado, apenas fazia o meu trabalho e dava o melhor de mim e isso sempre foi o suficiente para me fazer feliz", escreve Sanchez.

O livro, publicado em maio de 2014, foi escrito pelo jornalista francês Axel Gyldén, como “ghost-writer”, um repórter veterano da Revista “L’Express”. Gyldén admite que Sánchez tem muitos motivos para cair de pau sobre Castro, mas insiste que checou a veracidade histórica cubana.

O ‘ghost-writer’ disse ao jornal inglês The Guardian que "esta é a primeira vez que alguém do círculo íntimo de Fidel Castro, alguém que fazia parte do sistema e uma testemunha de primeira mão desses eventos, prestou extenso depoimento pormenorizado e por escrito. Ele muda a imagem que muitos tinham de Fidel Castro e não apenas por seu estilo de vida que contradizia suas palavras, mas altera toda a psicologia e motivações de Castro".

Esta não é a primeira vez que alguém afirma que Castro sempre desfrutou de uma grande riqueza em estarrecedora contradição com a imensa pobreza de seu povo. Em 2006 a revista Forbes listou o líder cubano entre os 10 mais ricos "Reis, Rainhas e Ditadores", citando funcionários não identificados que garantiram que Castro tinha acumulado uma fortuna por desvio dos lucros de uma rede de empresas estatais. O líder cubano, é claro, negou veementemente tais afirmações.

O longo reinado de Castro terminou em 2006, quando ele sofreu um quadro agudo do que se acredita ter sido uma diverticulite, uma doença intestinal, e passou o poder a seu irmão Raúl, passando a servir como Ministro da Defesa. Isso ocorreu, oficialmente, em 2008. Fidel continuou a escrever colunas para o jornal do partido comunista cubano, o ‘Granma’, mas gradualmente desapareceu da vista do público, alimentando rumores de que ele tinha morrido. Todavia ele tem aparecido aqui e ali de forma fugaz e longe da vista do povo. Raul fez reformas econômicas muito cautelosas, sem deixar, contudo, de manter o controle social rígido que sempre caracterizou a ditadura cubana.

Diante de visitantes, como Ignacio Ramonet, o jornalista francês que o entrevistou, ou Lula o ex-presidente do Brasil, Castro sempre tentou dar a impressão de que vive de modo austero, dedicado a leitura, a exercícios, fazendo refeições simples e usufruindo apenas de modestos confortos de casa. 

Mas agora Sánchez, com 65 anos e vivendo nos Estados Unidos, afirma que Castro sempre teve uma ilha privada onde desfruta de alto luxo – a ilha de Cayo Piedra, ao sul da Baía dos Porcos, a praia da fracassada invasão feita por cubanos exilados sob o patrocínio da CIA em 1961 – descrevendo o local como um "jardim do Éden", onde ele costuma entreter convidados muito selecionados, incluindo o escritor Gabriel Garcia Márquez, que gosta da pesca ao marlim azul.


O ex-guarda-costas diz que Castro navega para a ilha em seu iate de luxo, o ‘Aquarama II’, forrado internamente de lambris feito de rara madeira angolana e impulsionado por quatro motores enviados pelo presidente soviético Leonid Brezhnev.

O jornal inglês The Guardian continuará publicando estórias sobre a vida nababesca de Fidel Castro, com a finalidade de não permitir que se construa um falso legado em torno de um dos piores facínoras que dominou seu povo a partir da segunda metade do século XX.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional), 27-08-2014

2 comentários:

  1. Paulo D.de M. Contreiras5 de setembro de 2014 às 20:46

    Abraham Lincoln : "Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum
    tempo; nas não consegue enganar a todas por todo o tempo."

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  2. Será que o Fidel é imortal?

    É impressionante a capacidade do homem de continuar forte depois de mais de meio século (lembro que chegou ao poder em 1959!). Sobreviveu a Kennedy, Johnson, Ford, Nixon, Carter (ah, Carter ainda não morreu?!), Reagan… Além dessas, viu passar as Administrações Bush, Clinton, Bush Junior e agora permanece firme diante de Obama (que, por sinal, não era nem nascido quando Batista foi derrubado por Fidel e sua turma…).

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