Como não poderia deixar de
ser, o agourento mês de agosto vai terminando dentro de um cenário sombrio
para o Brasil. A economia brasileira recuou 0,6% no segundo trimestre deste ano
e o país, tecnicamente, entrou em recessão.
Depois de que se tornou
público que praticamente a metade da população adulta do país está operando no
vermelho e que grande parte desses devedores não fazem ideia de como sairão
dessa situação, o passo natural foi uma enorme retração do consumo das famílias
e o consequente corte nos investimentos das empresas, que não conseguem dar
escoamento à sua produção, tanto no mercado interno, como no externo. Com isso,
o PIB do Brasil sofreu um encolhimento de 0,696 % no segundo trimestre, em
comparação com o primeiro deste ano.
Há quem jure que a Copa do
Mundo da FIFA tenha tido um impacto negativo que contribuiu para empurrar o
país ladeira abaixo.
Se compararmos esse resultado
com o obtido no segundo trimestre de 2013, vemos que a economia deste país de
“faz de conta” encolheu praticamente 1%, segundo os dados divulgados hoje pelo
IBGE.
Com tal desempenho, e ainda
tendo o resultado do primeiro trimestre sido “ajustado” pela ‘equipe econômica’
do governo passando de uma queda de 0,2 % para uma alta de 0,2%, segundo a
maioria dos economistas, a economia de Pindorama mergulhou numa “recessão
técnica” em direção ao fosso socialista...
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Um buraco enorme que poderá nos engolir a todos: o fosso socialista... |
Embora uma boa parte dos
economistas ainda considerem que as pequenas quedas do PIB por dois semestres
consecutivos não configuram ainda um estado de recessão técnica, centrando seus
argumentos no “baixo nível de desemprego no país” (os que estão vivendo de
“bolsas-tudo” e de seguro desemprego não são considerados desempregados por não
estarem “procurando emprego'')... Argumentam eles que o mercado de trabalho, já
em franca desaceleração, “ainda não se encontra em crise”(!)
O investimento externo no país
tem sido basicamente especulativo, para faturar em cima dos altos juros básicos
da economia estabelecidos pelo COPOM como “política antinflacionária” e de
resultado muito duvidoso, pelo menos no longo prazo. São raros os investimentos
vindos de fora nos setores produtivos da economia.
O PIB brasileiro fechou neste
segundo trimestre de 2014 no valor de R$ 1,271 trilhões, bem abaixo do valor
previsto pelo “establishment” `desgovernamental` e do que esperava o mercado,
que sempre se orienta pelos números fornecidos basicamente pelo IBGE, coisa que
parece agora estar mudando por falta de credibilidade crescente desse
instituto, na era petista. Seus números, vão destoando progressivamente dos
apresentados por instituições internacionais como, por exemplo, o Bloomberg dos
EUA.
Segundo a maioria dos
analistas econômicos, ao final deste ano, o Brasil deverá apresentar um pífio
crescimento de 0,7% em seu PIB, o que não é suficiente para sequer fazer
cócegas no enorme rombo na economia causada por mais de uma década de absurdos
e descaminhos dos governos petistas e de sua base “alugada”. Se tal projeção
vier a ser confirmada no início de 2015, será o pior desempenho da economia
tupiniquim desde 2009, quando registrou uma queda de 0,39% do PIB, ocorrida no
vértice da crise econômica global.
A queda do PIB verificada em
ambos os trimestres do ano em curso foi determinada por queda de quase todos os
setores básicos da economia, com exceção do setor agropecuário. O agronegócio,
apesar de todos os percalços enfrentados pela ação petista, ainda conseguiu
apresentar uma alta de 0,29%.
Já o consumo das famílias (o item de maior peso na composição do PIB), apesar de estar em queda forte, ainda
apresentou nestes dois trimestres passados um resultado positivo de meros
0,39%.
No entanto, o Brasil realmente
produtivo meteu o pé no freio para valer nos investimentos em máquinas para a
produção industrial, para o transporte, para a agropecuária, para a produção
de energia e infraestrutura, tanto no setor privado como no estatal, com uma
retração escandalosa de 5,38% em relação ao mesmo período do ano anterior. Tal
índice é considerado como um dos mais importantes no cálculo do PIB, uma vez
que sinaliza até que ponto a economia do país terá a capacidade de crescer nos
futuros imediato e mediato, o que depende da expansão de sua capacidade
produtiva instalada e da sua infraestrutura.
Os governos, que deveriam
centrar seus esforços apenas em infraestrutura e promoção de serviços públicos
pelo menos decentes à população, mostraram uma retração de investimentos no
setor, da ordem de 7%, quando por outro lado, bateram todos os recordes em
arrecadação tributária. Segundo alguns economistas da FGV, a retração do PIB já
era algo esperado em função do “efeito FIFA” durante a copa do mundo de
futebol, isso porque porque houve um acúmulo maior de “feriados excepcionais”
nas cidades-sedes e dias de dispensa antecipada de trabalhadores. Ora, com
menos pessoas a produzir, a economia teria necessariamente que encolher, como
realmente aconteceu.
Na verdade, o PIB está
estagnado desde o fim de 2013, sofrendo ainda os efeitos da enorme expansão do
crédito e sob o efeito de juros indecentes e uma inadimplência que cresce como
uma bola de neve.
Endividadas, as famílias já
não têm o mesmo poder de compra e não conseguem manter seus gastos, mostrando
dessa forma um empobrecimento progressivo, típico das economias socialistas,
como a que vai se desenhando no Brasil. Para agravar mais esse cenário e para
mostrar de vez que o “remédio” de juros altos para conter a inflação já não
funciona mais, vimos que essa inflação cresceu neste ano e se concentrou mais
nos alimentos. Isso também corroeu com os rendimentos das pessoas,
principalmente das camadas mais pobres da população, freando o consumo de bens
mais supérfluos.
Por seu turno, a queda nos
investimentos ocorre em função da confiança cada vez menor do empresariado
produtivo que enfrenta juros mais elevados e bancos menos dispostos a emprestar
diante das incertezas da economia do país, além da diminuição progressiva da
segurança jurídica necessária à atividade capitalista. Nos últimos anos, o
Brasil tem visto progressivamente uma evasão de capitais e de mão de obra
qualificada para o exterior, onde vão em busca de mais segurança e de maiores
resultados econômicos.
O setor que mais se ressente
dessa espécie cruel de diáspora brasileira é a indústria, que vem sendo
compelida a dispensar mais do que contratar profissionais, os mais
diferenciados, em função da queda de consumo e da absurda carga tributária, sobretudo
a que incide sobre os produtos de maior valor agregado, como por exemplo, os da
indústria automobilística e da construção civil.
Dos setores que sustentam
ainda esse PIB debilmente positivo, o que mais resiste ainda é o do
agronegócio, um dos mais combatidos pela ideologia corrente nos últimos
governos.
A grande verdade por trás
desses resultados econômicos – e que em breve forçarão também o surgimento de
resultados políticos negativos – é que, hoje, no Brasil, existe muita gente que
não trabalha nem produz vivendo às expensas de quem o faz com denodo no dia a
dia, tendo o Estado como elemento estimulador dessa disfunção social e agente
distribuidor de benesses, a título de “combate à pobreza”, que qualquer
analista imparcial pode perceber que terá um efeito totalmente ao contrário, ou
seja, acabará gerando uma pobreza crescente e uma miséria avassaladora e
acabrunhante, como sói acontecer nos poucos regimes socialistas ainda
existentes no mundo.
Título, Imagens e Texto: Francisco Vianna, 29-08-2014
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Bom dia senhor Vianna,
ResponderExcluirTodos seus comentários necessitam de muito zelo e atenção.
A economia primária é sem dúvida a mais rentável de todas, em países de grandes extensões territoriais para cultivo de uma vasta gama de produtos.
Concordo com o que escreve, mas governo após governo estão destruindo a economia secundária, onde exportamos e acabamos importando os manufaturados.
Afora que os chineses o estão destruindo fazem anos.
Quando a economia terciária sobe em demasia, é porque o trabalho formal está em derrocada, e a economia informal cresce de forma corrupta.
Quase 45% de nosso PIB é informal, e eles utilizam todo o aparato público.
Aliás, esses países socialistas em sua maioria tem uma grande parte do PIB na economia terciária.
A China tornou-se "expert" nesse serviço.
Falta protecionismo.
Eu tenho um exemplo básico aqui no sul, exportamos todo o nosso trigo, para importá-lo do Chile e da Argentina.
Vendemos pão de segunda mais caro que um baguete comprado em Paris.
Compramos vinhos importados pelo preço de nacionais.
Não temos tecnologia, nossos automóveis são de multinacionais.
Outro exemplo são as massas. Nossas massas são ridículas, grudam uma nas outras, e ainda usam conservantes e produtos análogos aos verdadeiros. Usa se uma vez a Barilla importada da Itália, nunca mais usará uma marca brasileira. O preço é quase o mesmo.
Porque essa diferença?
Nossos produtos são caros e de baixa qualidade.
Um litro de leite no Brasil é mais caro que uma Coca-cola, e ainda assim é contaminado.
Temos de reinventar outro plano econômico esse já deu para o gasto, ninguém mexe nele nos últimos 20 anos.
Acontece que quando o novo governo assumir, e tomar novas medidas elas levarão de 6 a 8 anos pra mostrarem resultados. Preparemo-nos pra um grande período de adaptação.
Se parássemos hoje de exportar alimentos para alimentar o povo, ficaríamos pior que a Argentina.
O Chile vive no efeito ALCA, um carro do mesmo tipo fabricado no Brasil, lá é a metade do preço.
Os 9 círculos do inferno Brasileiro:
o Limbo dos políticos virtuosos
o Vale dos Ventos a luxúria do governo
o Lago de Lama, a gula tributária
as Colinas de Rocha a ganância
o Rio Estige a ira para com os adversários
a Cidade de Dite doloso ou culposo
o Cemitério de Fogo, a pregação das heresias socialistas
o Vale do Flegetonte a violência sem punições adequadas
o Maleboge a fraude e a corrupção
o lago Cocite a traição com benefício
Quem leu sabe do que falo, e sabe o que sinto.
bom dia...