Como todos sabem, sou
participante e fundador do fundo de pensão AERUS, e
isso me dá o direito de exercer a minha cidadania plena e aqui estar escrevendo
sobre o assunto, sem sentir qualquer culpa por estar incomodando A, B ou
C.
Por este motivo escrevo
freqüentemente, qualquer coisa em que o nosso problema possa estar inserido e
para que a CHAMA das nossas aspirações não se desvaneça
e caia no esquecimento, o que é tudo o que este governo deseja que
aconteça, pois sabe que vai perder em todas as instâncias em que pleitearmos.
Este ano de 2014 tivemos uma
grande vitória, não exatamente nossa, individualmente, mas no contexto do AERUS,
com a fabulosa vitória no STF, no julgamento da Defasagem Tarifária, por um
escore que ninguém imaginava e que possivelmente nos trará o retorno de nossos
proventos.
Foi em março, mais
precisamente no dia 12-03-2014. São passados cinco meses e dezesseis dias e ainda aguardamos o acordão, para saber como vai se
processar esse pagamento e sequer sabemos se o governo interporá mais um
recurso. Sobre isto gostaria de lembrar a frase dita recentemente pela Ministra
Cármen Lúcia ao jornal Estado de São Paulo:
Cármen Lúcia falou sobre
“o jogo dos recursos” que fazem arrastar as ações indefinidamente. “Aí
precisamos pensar, a comunidade jurídica como um todo, o processo como um todo.
O processo tem atuado como um jogo, quem está ganhando quer que acabe depressa,
quem está perdendo não quer que acabe e ele vai com outro (recurso) e com
outro. Isso acontece quando vejo meu irmão assistindo futebol. Quando o time
dele está perdendo, ele xinga o juiz até, como eu imagino que me xinguem na
hora que alguém recorre e eu não tenho nada com isso e tenho que continuar
pondo em pauta.”
Venho sentindo, desde março,
um acomodamento do tipo " já ganhamos.com ", por parte do imenso
público AERUS.
Logo a seguir, tivemos a Copa
do Mundo e as leituras sobre o nosso problema cada vez mais foram escasseando,
escamoteadas por um ufanismo patriótico furado e que hoje temos a certeza
disso, exatamente como este governo desejava.
E aí novamente a Ministra
Cármen:
Ao comentar sobre a
avalanche de processos no País, a ministra do Supremo enfatizou. “Quando o
Estado, Executivo, Legislativo e Judiciário, não funciona bem, as leis não
estão sendo cumpridas a contento, os serviços não estão sendo prestados, o que
é a esperança vira frustração. A frustração vira ira, porque ele (cidadão) se
sente frustrado, tantas vezes e tantas vezes, que ele vai perdendo entusiasmo e
aí é perigoso. O Estado existe para que as pessoas tenham mais chances de ser
felizes. O Estado não pode ser causa da infelicidade de ninguém. O direito
existe para que as pessoas possam se fazer felizes, para que ele tenha chance
de ser feliz, para que ele vá dormir sem medo. Precisamos repensar isso, com
seriedade.”
Entraremos em setembro daqui a
algumas horas e gostaria de lembrar que estamos às portas de um "processo
eleitoral e recesso jurídico" e novamente estamos fazendo o
jogo que o governo quer.
Não gosto e não escrevo sobre
política ou políticos, por não acreditar em uma palavra do que dizem.
Tenho 68 anos e já vivi o
suficiente, para ver e perceber que eles, salvo raríssimas exceções, só querem
enriquecer às nossas custas e o país está aí como está, para provar que
não estou escrevendo inverdades.
Novamente, vão tampar o sol
com a peneira até ao dia 5 de outubro e o que antes era uma nação de técnicos e
estratégias esportivas, agora está virando outra nação de experts em política e
teorias de conspiração que explicam o inexplicável e o sexo dos anjos.
Mais uma vez estamos a ponto
ser ludibriados pela nossa própria falsa visão do que é ser cidadão. Essas
eleições, bem como todas as passadas, não são nem nunca foram um dever cívico.
Seriam realmente se nós fôssemos
votar por prazer dentro de um voto facultativo, em que poderíamos até fazer uma
festa pelo nosso candidato.
Você é feliz fazendo algo por
obrigação?
Tem até ao dia 5 de outubro para
responder.
Desde que foram anunciados
os nomes dos candidatos, passando por uma comoção imprevista, nenhum dos
elegíveis teve a coragem de se expressar em favor, por exemplo, dos aposentados
do RGPS, e olhem que são milhares de votos descontentes. A
candidata à reeleição foi a única que falou algo semelhante a um NÃO
ROTUNDO a qualquer pretensão por parte dos aposentados. Portanto,
eles não querem saber do povo para coisa nenhuma. Querem que o povo os coloque
no poder para auferir as vantagens financeiras e o que podemos lhes oferecer à
custa de muito trabalho.
Se até agora não tocaram no
assunto de uma previdência oficial, sequer sabem que existe uma privada e muito
menos o que os participantes do AERUS estão passando ou
o que significam.
Isso não lhes interessa.
Portanto, colegas de infortúnio, caiam na real, esqueçam eleições ou candidatos alienígenas, e não se esqueçam que estamos às portas de um julgamento que será como a "pedra de toque" de todo o nosso problema.
Estou querendo relembrar
a "terceira fonte" e para que isso se
torne realidade, temos apenas dois meses para trabalhar, pois em 70 dias
entraremos novamente em recesso judiciário, com toda a frustração que isso vem
nos dando há OITO anos (e quatro meses e dezesseis dias) e tenho a certeza de que já chega.
Novamente a Ministra discorreu
sobre o volume judiciário:
A ministra Cármen Lúcia,
vice-presidente eleita do Supremo Tribunal Federal (STF), alertou nesta segunda
feira, 25, para a ameaça da insatisfação popular ante a descrença no Estado. Ao
abordar a “avalanche de processos” nos tribunais ela disse: “Muitas vezes,
especialmente na parte administrativa, eu acho que estou maquiando cadáver.
Esse Estado brasileiro, como está estruturado e como a Constituição previu há
25 anos, não atende mais a sociedade. O que era esperança, na década de 1980,
pode se transformar em frustração. A tendência de uma frustração, o risco
social é se transformar em fúria. E, quando a fúria ganha as ruas, nenhuma
ideia de Justiça prevalece.”
Podemos constatar pelas
palavras conscientes de uma Ministra vice-presidente do STF, que também o nosso
foco precisa urgentemente ser repensado.
Precisamos escrever mais sobre
o assunto AERUS, precisamos sentar, chamar os nossos
representantes oficiais, ponderar, prestar ajuda, nos disponibilizarmos, pois
aqui existem muitas áreas ociosas, mas capazes de colocar temas em discussão.
Precisamos fazer algo e provar
que estamos vivos para lutar pelos nossos ideais e que não foi uma Copa de
futebol ou uma próxima eleição que vai nos tirar do rumo. Isso, o futebol e os
cargos políticos, são problemas menores, diante do problema maior que nos
aflige neste momento. Lamento, mas sou realista e expresso o que sinto.
A nossa função enquanto
cidadãos relegados a segundo plano por alienígenas do passado, é a de manter
a CHAMA acesa no óleo da repulsa, a qualquer nova
tentativa de manipulação e para isso precisamos de ter o nosso próprio "horário
gratuito" e tentar "aparecer" o
mais possível aos olhos daqueles que querem os nossos votos mas também nos
querem ver mortos.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig,
28-08-2014
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Concordo plenamente com que foi escrito, todos acomodados, a Copa paralisou a mente dos idosos, agora essa tal de eleições, e por ai vai, enquanto isso tenho que trabalhar com
ResponderExcluirtoda essa idade, para poder ter ao menos medicamentos que necessito.
Enquanto eu trabalho é uma vaga que deixa de existir para um jovem que esteja procurando um emprego. Lamentável a nossa situação no Aerus..
Dando força às palavras do nosso colega José Manuel , faça-se um pouco ( ou talvez tudo) dos ensinamentos do grande poeta ,escritor britânico Rudyard Kipling , neste poema do pai que se dirige ao filho:
ResponderExcluirSe és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Lembrando sempre que o Supremo ( o Grande Arquiteto , não o de Brasília) jamais abandona alguém.
Abração.
Sidnei Oliveira
Assistido Aerus - Rio
Associado da APRUS
Concordo Zé, mas confesso que não tenho esperança de receber nada. Estamos vivendo num país onde as leis são ignoradas, infelizmente!
ResponderExcluirMas que somos acomodados, não resta a menor duvida.
ResponderExcluirBoa sorte para todos nós, saindo essa quadrilha do governo, já é um grande passo.
Beijos Janda
Zé, nem todas as sementes vingam, mas as que nascem é pra alimentar a todos.
ResponderExcluirParabéns, continue escrevendo inclusive os próximos passos.
Abraços, Cezar Luiz
A INJUSTIÇA, A COVARDIA É A MARCA DOS DESGOVERNOS. PESSOAS QUE TRATAM A TODOS COMO SE FOSSEM "GADO".
ResponderExcluirA MIN. DILMA NA SUA ÉPOCA DIZIA: "PODE DEMITIR A VONTADE O SETOR AÉREO É O QUE MAIS CRESCE NO PAIS"
E ESTAMOS VIVENDO ATÉ HOJE SEM O RECONHECIMENTO DOS NOSSOS DIREITOS.