A recente e atroz perseguição
religiosa contra os cristãos no Iraque é um acontecimento histórico precedido
por longa série de defecções do Ocidente em face da investida do Islã no
Oriente e de sua invasão progressiva nos países que constituíram outrora a
Cristandade
Juan Miguel Montes
Capa da revista Catolicismo, setembro 2014 |
“O fim
de um mundo milenar infelizmente chegou” — escreveu, no último dia 8 de
agosto no “Corriere della Sera”, o conhecido historiador Andrea Riccardi,
referindo-se à imensa tragédia dos cristãos iraquianos e lamentando, porque “faltou
da parte de todos uma ideia do que estava para suceder”.
“Da parte de todos”. São
palavras claras, que não admitem atenuantes ou isenção de responsabilidade. De
fato, trata-se de uma realidade que temos diante de nossos olhos. Até mesmo na
Igreja se pensou em outra coisa em todo esse tempo decorrido desde a famosa
denúncia do bispo de Esmirna (Izmir, Turquia), Dom Giuseppe Bernardini, quando
em sua intervenção no Sínodo de outubro de 1999 deixou claro que em certos
âmbitos eclesiásticos havia uma certa miopia em julgar as intenções dos
islamitas, infiltrados nas grandes migrações humanas para a Europa, segundo
ele, com um programa de “expansão e reconquista”.
O prelado, depois de 16 anos
na Turquia, conhecia bem o assunto e seguramente tinha muito presente a
erradicação do cristianismo da Anatólia no início do século passado, com o genocídio
dos armênios.
1999: impõe-se um sínodo
urgente sobre a questão
A fim de evitar à Europa tal
tragédia, ele propunha a convocação urgente de “um Sínodo ou simpósio
de bispos” para resolver o problema dos muçulmanos nos países
cristãos, lembrando a seus confrades reunidos em Roma o que ele tinha ouvido
falar de um autorizado expoente muçulmano: “Graças às suas leis
democráticas, vos invadiremos; graças às nossas leis religiosas, vos
dominaremos”. Diante de um fenômeno em expansão na Europa havia
alguns anos, ele concluiu com uma severa advertência: “Nunca se deve
dar aos muçulmanos uma igreja católica para o seu culto, porque isso, aos olhos
deles, é a prova mais certa de nossa apostasia”. E depois, com um
conhecimento preciso da realidade humana, rematou: “Todos sabemos que é
preciso distinguir a minoria fanática e violenta da maioria pacífica e honesta,
mas esta, mediante uma ordem dada em nome de Alá ou o Corão, marchará sempre
compacta e sem hesitação. De resto, a História nos ensina que as minorias
sempre conseguem se impor às maiorias derrotistas e silenciosas”.
Dom Amel Nona, arcebispo caldeu de Mosul, em fuga para
Erbil: “Nossos sofrimentos de hoje são um prelúdio daqueles que também vós,
europeus e cristãos ocidentais, padecereis no futuro próximo”.
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