sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Procuram-se gêneros Alfa

José Manuel
Não, não sou veterinário, zootecnista ou criador especializado em raças exóticas.
Sou um cidadão inconformado pelas notícias diárias a que estou exposto, pelas mentiras e bobagens de todo o tipo que adentram em minha casa, no meu carro, através da minha televisão, do meu rádio, comprados com o produto do meu trabalho, do meu suor.

Estou à procura de gêneros que desapareceram da nossa sociedade ou de gêneros  omissos em relação a tudo o que se passa em um país paralisado e, hoje em 29-08-2014, tecnicamente declarado em recessão econômica, o que já era sabido por todos aqueles com visão de futuro e conhecimento de causa.

Ilustração: Almeria

Quem sabe, conseguimos, pois o ditado popular diz que  "quem procura, acha", e talvez consigamos reverter o atual quadro, antes que algo de pior nos ocorra.

Não estou procurando um ALFA, tipo gaúcho de botas, bombacha, laço e faca na cintura. Não, estou procurando mais gaúchos da extirpe de um Luiz Carlos Prates, jornalista e com a hombridade de um homem ALFA.

Já que estamos na área do jornalismo decente, também gostaria de encontrar muitos, mas muitos ALFAS, como o Reinaldo Azevedo, o Diogo Mainardi, o Augusto Nunes, o Ricardo Setti, o Marco Antônio Villa, a Rachel Sheherazade, com a independência, a seriedade que lhes é peculiar e principalmente a ausência de medo, que só os ALFAS possuem.

São poucos ainda, mas pelo menos já encontramos uma área povoada por esse tipo de gênero tão desaparecido do nosso social cotidiano.

Na natureza, os animais em todas as manadas, possuem os seus ALFAS, por que é assim que, com verdadeiras e naturais lideranças, e através desse  mecanismo genético, as raças se desenvolvem.

Em nosso país, em nossa sociedade, os gêneros ALFA desapareceram há mais de dez anos e não se sabe porquê.

Por exemplo, o nosso empresariado acaba de ficar órfão de um ALFA PLUS, mas ao mesmo tempo não consegue entender o que a morte de um Antônio Ermírio de Morais significa para a sua classe. Nós não precisamos de capas de Forbes, mentiras e empresas que desaparecem como fumaça.
Precisamos de idealistas como o Antônio Ermírio.
Os empresários precisam urgentemente que o fantasma dele os assombre, para que reajam, deixem de ser omissos para com os seus ideais, porque o país está afundando e com ele as suas empresas também irão afundar, sem sombra de dúvida.
Onde estão os ALFAS dessa área tão importante para o desenvolvimento de uma nação?

RGPS  (Regime Geral da Previdência Social) com os seus milhões de aposentados, que estão completamente à deriva, sem os seus ALFAS , para que possam tomar uma providência definitiva com relação  ao escandaloso retrocesso em seus proventos. Existem e eu sei quem são, mas por que não se declaram e mostram mais claramente à sociedade o que essa área está passando?

Tenho saudade dos ALFAS do AERUS que habitavam em grande número as galleys, os gabinetes e os cockpits, quando andávamos em um lindo azul céu de brigadeiro.
Por que desapareceram após o nosso pouso forçado? 
Será que  estas duas áreas estão conformadas com a situação calamitosa a que foram expostas?
Parece que sim, pois o silêncio também nessa área é assustador.

Mas nem tudo está perdido e de onde menos esperávamos, pois já de há muito estávamos desiludidos com essa área, nos chega uma entrevista de uma grande ALFA , a Ministra vice-presidente do STF, Dra. Cármen Lúcia, que a todos do AERUS, enche de orgulho e admiração pela sua postura frente ao julgamento da Varig em 12-03-2014.
As suas declarações, são bastante típicas de pessoas com elevado senso de civismo, hombridade, e neste pequeno trecho podemos observar o quanto isso ocorre;

Ao comentar sobre a avalanche de processos no País, a ministra do Supremo enfatizou. “Quando o Estado, Executivo, Legislativo e Judiciário, não funcionam bem, as leis não estão sendo cumpridas a contento, os serviços não estão sendo prestados, o que é a esperança vira frustração. A frustração vira ira, porque ele (cidadão) se sente frustrado, tantas vezes e tantas vezes, que ele vai perdendo entusiasmo e aí é perigoso. O Estado existe para que as pessoas tenham mais chances de ser felizes. O Estado não pode ser causa da infelicidade de ninguém. O direito existe para que as pessoas possam se fazer felizes, para que ele tenha chance de ser feliz, para que ele vá dormir sem medo. Precisamos repensar isso, com seriedade.” 

Enfim, só nos resta agora acreditar que com essa recessão instalada e tudo o que dela poderá advir, tenhamos a esperança de que nas áreas já de há muito abandonadas, apareçam e com a urgência que o momento exige, os verdadeiros ALFAS , que venham salvar o país, do que lhe fizeram e de tantas oportunidades perdidas infelizmente em uma das melhores épocas por que o mundo globalizado passou.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 29-08-2014

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