Não, não sou veterinário,
zootecnista ou criador especializado em raças exóticas.
Sou um cidadão inconformado
pelas notícias diárias a que estou exposto, pelas mentiras e bobagens de todo o
tipo que adentram em minha casa, no meu carro, através da minha televisão, do
meu rádio, comprados com o produto do meu trabalho, do meu suor.
Estou à procura de gêneros que
desapareceram da nossa sociedade ou de gêneros omissos em relação a tudo
o que se passa em um país paralisado e, hoje em
29-08-2014, tecnicamente declarado em recessão econômica, o que já
era sabido por todos aqueles com visão de futuro e conhecimento de causa.
Quem sabe, conseguimos, pois o
ditado popular diz que "quem procura, acha",
e talvez consigamos reverter o atual quadro, antes que algo de pior nos ocorra.
Não estou procurando um ALFA,
tipo gaúcho de botas, bombacha, laço e faca na cintura. Não, estou procurando
mais gaúchos da extirpe de um Luiz Carlos Prates, jornalista
e com a hombridade de um homem ALFA.
Já que estamos na área do
jornalismo decente, também gostaria de encontrar muitos, mas muitos ALFAS,
como o Reinaldo Azevedo, o Diogo Mainardi, o Augusto Nunes, o
Ricardo Setti, o Marco Antônio Villa, a
Rachel Sheherazade, com a independência, a seriedade que lhes é
peculiar e principalmente a ausência de medo, que só os ALFAS possuem.
São poucos ainda, mas pelo
menos já encontramos uma área povoada por esse tipo de gênero tão desaparecido
do nosso social cotidiano.
Na natureza, os animais em
todas as manadas, possuem os seus ALFAS, por que é
assim que, com verdadeiras e naturais lideranças, e através desse
mecanismo genético, as raças se desenvolvem.
Em nosso país, em nossa
sociedade, os gêneros ALFA desapareceram há mais de dez anos
e não se sabe porquê.
Por exemplo, o nosso
empresariado acaba de ficar órfão de um ALFA PLUS, mas
ao mesmo tempo não consegue entender o que a morte de um Antônio Ermírio de
Morais significa para a sua classe. Nós não precisamos de capas de Forbes, mentiras
e empresas que desaparecem como fumaça.
Precisamos de idealistas como
o Antônio Ermírio.
Os empresários precisam
urgentemente que o fantasma dele os assombre, para que reajam, deixem de ser
omissos para com os seus ideais, porque o país está afundando e com ele as suas
empresas também irão afundar, sem sombra de dúvida.
Onde estão os ALFAS dessa
área tão importante para o desenvolvimento de uma nação?
O RGPS
(Regime Geral da Previdência Social) com os seus milhões de aposentados, que
estão completamente à deriva, sem os seus ALFAS , para
que possam tomar uma providência definitiva com relação ao escandaloso
retrocesso em seus proventos. Existem e eu sei quem são, mas por que não se
declaram e mostram mais claramente à sociedade o que essa área está passando?
Tenho saudade dos ALFAS do AERUS que
habitavam em grande número as galleys, os gabinetes e os cockpits,
quando andávamos em um lindo azul céu de brigadeiro.
Por que desapareceram após o
nosso pouso forçado?
Será que estas duas
áreas estão conformadas com a situação calamitosa a que foram expostas?
Parece que sim, pois o
silêncio também nessa área é assustador.
Mas nem tudo está perdido e de
onde menos esperávamos, pois já de há muito estávamos desiludidos com essa
área, nos chega uma entrevista de uma grande ALFA , a
Ministra vice-presidente do STF, Dra. Cármen Lúcia, que a todos
do AERUS, enche de orgulho e admiração pela sua postura
frente ao julgamento da Varig em 12-03-2014.
As suas declarações, são
bastante típicas de pessoas com elevado senso de civismo, hombridade, e neste
pequeno trecho podemos observar o quanto isso ocorre;
Ao comentar sobre a
avalanche de processos no País, a ministra do Supremo enfatizou. “Quando o
Estado, Executivo, Legislativo e Judiciário, não funcionam bem, as leis não
estão sendo cumpridas a contento, os serviços não estão sendo prestados, o que
é a esperança vira frustração. A frustração vira ira, porque ele (cidadão) se
sente frustrado, tantas vezes e tantas vezes, que ele vai perdendo entusiasmo e
aí é perigoso. O Estado existe para que as pessoas tenham mais chances de ser
felizes. O Estado não pode ser causa da infelicidade de ninguém. O direito
existe para que as pessoas possam se fazer felizes, para que ele tenha chance
de ser feliz, para que ele vá dormir sem medo. Precisamos repensar isso, com
seriedade.”
Enfim, só nos resta agora
acreditar que com essa recessão instalada e tudo o que dela poderá advir,
tenhamos a esperança de que nas áreas já de há muito abandonadas,
apareçam e com a urgência que o momento exige, os verdadeiros ALFAS ,
que venham salvar o país, do que lhe fizeram e de tantas oportunidades perdidas
infelizmente em uma das melhores épocas por que o mundo globalizado passou.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig,
29-08-2014
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Ótimo texto, Manuel!
ResponderExcluirAbraço
Habitz