Maria Luís Albuquerque rejeita
falar de cenários de saída da Grécia do euro. Em Bruxelas, a ministra das
finanças recebeu o apoio unânime do Eurogrupo para antecipar o reembolso de
Portugal ao FMI
Susana Frexes, em Bruxelas
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Maria Luiz Albuquerque, foto: Oliver Hoslet, EPA |
Na mesma reunião em que os
gregos disseram não, Portugal ouviu um sim do Eurogrupo. Os países da moeda
única estão disponíveis para autorizar o reembolso antecipado ao Fundo
Monetário Internacional (FMI). "Houve
um apoio político unânime de todos os ministros do Eurogrupo relativamente a
esta pretensão", disse a ministra das finanças no final do encontro.
O pagamento antecipado de 14 mil milhões de euros ao FMI permitirá a
Portugal economizar vários milhões de euros em juros, uma vez que o país já
consegue financiar-se nos mercados a taxas mais baixas do que as acordadas com
o FMI. Mas o governo não adianta um número.
O acordo de resgate inclui uma
cláusula em que os pagamentos antecipados têm de ser proporcionais a todos os
credores. Um reembolso antecipado ao FMI implicaria também que Portugal pagasse
na mesma proporção aos países que emprestaram dinheiro. Hoje os membros da
moeda única, credores através do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira
(EFSF), mostraram-se disponíveis para "dispensar" Portugal dessa
obrigação.
Amanhã, terça-feira, a
ministra das finanças volta a fazer um ponto de situação no ECOFIN, aos 28
ministros das finanças, credores de outra parte do financiamento, através do
Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSM). "Mas a correr da
mesma forma que hoje, e estamos em crer que assim será, fica dado o apoio político
para este processo poder avançar", explica Maria Luís Albuquerque,
referindo-se à aprovação parlamentar exigida por alguns países.
Ministra não quer falar de Grexit
Maria Luís Albuquerque
salienta a chama de "sinal positivo dos progressos feitos por
Portugal", mas rejeita fazê-lo por comparação com a situação da
Grécia.
Questionada sobre se Portugal
teria um plano, caso os gregos saíssem do euro, a ministra responde que
"não estamos a falar desse tipo de cenários". Maria Luís Albuquerque
garante ainda que essa possibilidade não foi falada nem no Eurogrupo passado,
nem nos grupos de trabalho em que Portugal participou.
"Nós temos estado a fazer
uma discussão com o novo governo grego no sentido de saber como se podem ter em
conta as pretensões, as alterações, e a discussão tem estado pura e
simplesmente nessa base", acrescenta.
A ministra diz respeitar a
estratégia de negociação de Varoufakis e que o diálogo com a Grécia "se
mantém vivo", desde que dentro do que são as condições estabelecidas, por
unânimidade, no seio do Eurogrupo: se o governo grego quiser pedir uma extensão
do resgate, terá de fazê-lo no âmbito do atual programa de assistência.
"Estamos à espera do
pedido e por isso não faz sentido falarmos em alternativas", diz Maria
Luís Albuquerque. Só Atenas pode pedir a extensão do resgate, mas o governo de
Varoufakis já fez saber que o braço de ferro é para manter. A Grécia rejeita
assinar qualquer acordo que mantenha vivo o Memorando.
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