O primeiro-ministro avisou
durante o debate quinzenal que a greve da TAP ameaça futuro da empresa e que
pilotos estão a apontar caminho para despedimento coletivo.
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Foto: João Relvas/Agência LUSA |
Helena Pereira
Pedro Passos Coelho reagiu com
dramatismo à greve de 10 dias na TAP esta sexta-feira no debate quinzenal na
Assembleia da República. Respondendo ao líder parlamentar do CDS, o
primeiro-ministro alertou para o risco de se vir a ter “uma TAP em miniatura”
que não servirá a quase ninguém e acenou com um despedimento coletivo.
“Não se percebe [esta greve].
O Governo estabeleceu um acordo e este acordo não foi cumprido. E é perverso
porque uma greve destas pode pôr em risco a própria empresa no curto prazo”,
diz o primeiro-ministro, acrescentando: “Quem julga que impedindo a
privatização da empresa estará a empurrar com a barriga, está enganado porque
está a criar um problema maior”.
Segundo Passos, a alternativa
à privatização em curso “é o despedimento coletivo, venda de aviões,
cancelamento de rotas, é ter uma TAP em miniatura que não servirá os interesses
do país e dos trabalhadores”. Durante o debate, nenhum dos partidos da oposição
se referiu a esta greve.
Também o presidente da TAP,
Fernando Pinto, tem vindo a alertar para que a greve anunciada pelos pilotos
pode pôr em causa a empresa, representando um custo de 70 milhões de euros.
Na quinta-feira, o
primeiro-ministro também se tinha referido à greve na TAP, lamentando
“profundamente esta situação”. Na altura, não quis pronunciar-se sobre uma
eventual requisição civil e apelou a que “esteja ao alcance do sindicato dos
pilotos poder repensar esta atitude” já que a decisão dos pilotos pode ter “uma
consequência perversa sobre o resultado que se espera” da privatização da TAP.
O Governo pretende privatizar
66% do capital social da empresa. E é isso que o maior partido da oposição
contesta. O PS, pela voz do deputado Rui Paulo Figueiredo, apelou na
quinta-feira ao Governo para que “pare imediatamente” com o processo de
privatização da TAP, alegando uma situação de “caos” na empresa e ausência de
legitimidade política de um Executivo em final de mandato.
Mas Rui Paulo Figueiredo
também se demarcou do teor de algumas das reivindicações feitas pelo sindicato
dos pilotos da TAP (que ameaça fazer greve entre 1 e 10 de maio), embora sempre
ressalvando que o Executivo estará a “esconder documentos” paralelos ao
memorando assinado em dezembro.
Título e Texto: Helena Pereira, Observador,
17-4-2015
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