quarta-feira, 22 de abril de 2015

Somos Porto (até mesmo no lado negro da lua)

Miguel Lourenço Pereira
Há uma portagem a pagar
Uma portagem que separa os clubes da primeira e da segunda divisão. Se queremos jogar com os melhores temos de nos preparar para perder com os melhores. E perder com os melhores - os que jogam com os Messis, Cristianos, Guardiolas, Mourinhos - é normal e pode até parecer doloroso. Mas é a portagem que pagamos para não ser um clube vulgar na Europa, não ser um clube pequeno, de derrotas. Para ser um grande da Europa temos de nos medir com eles. Às vezes ganhamos, a maior parte das vezes vamos perder. E algumas poucas vezes vamos perder por muitos. O Barcelona goleou o Arsenal porque tinha Messi. O Real Madrid goleou o Bayern porque tinha Ronaldo. E o Bayern goleia o FC Porto porque tem Guardiola e porque não temos meios para disputar 180 minutos ao mesmo nível com a elite. Não há outra explicação.

Esqueçam a propaganda, não tenham vergonha jamais de ser portistas numa noite assim. Porque numa noite assim, não há espaço para a dor. Só para o orgulho de dizer que chegamos até aqui quando os clubes do nosso nivel ficam muito lá atrás. As feridas são maiores consoante o teu rival. O Bayern é um grandíssimo rival, o FC Porto um ambicioso mas modesto gladiador. O resultado vai ecoar mas não vai ter força suficiente para apagar o logrado até ao dia de hoje e os cimentos de um projecto que - já se viu no Dragão - deve continuar. Com ajustes, obviamente. Com outros protagonistas que sejam de um nivel superior. Mas que não pode ser interrompido por um banho de realidade que só nos deve fazer bem!


Um banho de bola.
Não há outra expressão que resuma melhor o que se passou em Munique. O FC Porto - que na passada semana deu, durante grande parte do jogo, um banho de bola, levou o troco. De uma forma dura, cruel mas inevitável. O realismo obriga-nos a aceitar que há um abismo entre equipas como o FCP - especialmente este projecto de FCP cheio de gente nova, sem experiência - e a elite mundial onde está o Bayern. Os alemães não cometeram nenhum erro, entraram a saber o que tinham de fazer e onde não podiam errar e quando todas as suas peças encaixam e funcionam em unissono, é muito dificil dar-lhes a volta. Não temos nem os meios, nem os recursos nem as individualidades para em 180 minutos impor a nossa lei. Somos um plantel com muitas carências, carências com um preço elevado se o objectivo é competir com a elite. Uma equipa sem laterais suplentes na lista UEFA, uma equipa sem um guarda-redes de nível é uma equipa que se arrisca a sofrer o acosso ofensivo pelo ar que o Porto sofreu. O Bayern pode ser uma equipa de Guardiola mas é também uma equipa alemã e foi á velha escolha alemã que nos bateu, com bombardeios pelo ar, desde as alas, onde estava o nosso ponto débil, frente a um guarda-redes incapaz de parar uma.
Título, Imagem e Texto: Miguel Lourenço Pereira, 21-4-2015
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