Luciano Henrique
Conforme o UOL, por 3 votos a 2, a segunda turma do STF
(Supremo Tribunal Federal) concedeu nessa terça-feira (28) liberdade ao
empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, e mais oito empreiteiros que foram
presos pela Polícia Federal por suspeita de participação na operação Lava Jato.
Agora para os empresários corruptos é só moleza: vão para prisão domiciliar em
suas casas luxuosíssimas. O crime, enfim, compensou.
O golpe foi dado por dois
suspeitos de sempre, Teori Zavascki [foto] e Dias Toffoli, que são mais advogados
do PT que juízes do supremo. Surpreendentemente, Gilmar Mendes,
tradicionalmente imparcial, resolveu participar da marmelada. E para termos uma
ideia do que significa a possível ida de Luis Fachin para o STF, basta saber
que se ele estivesse nessa turma, quase com certeza hoje teríamos um placar de
4×1 em favor do PT, e não 3×2. Esta é a ideia do PT: colocar advogados seus no
STF.
Os demais empresários
corruptos que serão soltos são, conforme a matéria, “Agenor Franklin
Medeiros, diretor-presidente da área internacional da OAS; Erton
Medeiros Fonseca, diretor de negócios da Galvão Engenharia; João
Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo
Corrêa; José Ricardo Nogueira Breghirolli, apontado como contato do
doleiro Alberto Youssef com a OAS, Mateus Coutinho Sá
Oliveira, funcionário da OAS; Sérgio Cunha
Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior; Gerson
Almada, vice-presidente da empreiteira Engevix; e José Aldemário
Pinheiro Filho, presidente da OAS”.
O que importa é que tudo isto
foi feito para impedir que esses sujeitos, contra os quais há provas de
corrupção gravíssimas, possam ter a ideia de fornecer delações premiadas contra
o PT. O golpe foi tão bem engendrado que aqueles que poderiam dar delações
premiadas que mais prejudicassem o PMDB e o PP permaneceram em cana o tempo
todo. Enquanto isso, aqueles que poderiam abrir o bico contra o PT foram liberados.
Mais uma vez, o PT tratou seus “aliados” como mulher de malandro. E enquanto
isso, o tucano Álvaro Dias faz campanha em favor de Luis Fachin no STF,
atingindo o cúmulo da desonra para um político “de oposição”.
Os fatos estão aí. O STF não é
confiável. Se há alguma esperança de condenação para os corruptos do PT, esta
reside unicamente na pressão feita por nós. Ironicamente, uma fase em que o
governo enfrenta baixíssimos níveis de popularidade é a mesma onde nunca
estivemos tão sozinhos.
Enquanto isso, proponho um
pequeno teste: procure observar menções da direita em geral (em qualquer
âmbito, seja em colunas ou posts na Internet) o uso do termo “golpe” para isto
que ocorreu hoje no STF. Eu aposto na possibilidade de que, à exceção deste
blog e mais um ou dois, este termo continuará fora de uso por parte da direita.
E por que isto acontece? Por falta de atenção e falta de conscientização de
nossa parte em relação à importância de ganharmos a guerra de rótulos, uma das
instâncias mais importantes da guerra de frames.
O resultado acaba sendo um
crime moral, que reside nas costas de toda a direita. É este o crime: “O
conjunto da direita permite que o conjunto da esquerda use o rótulo ‘golpista’
em maior quantidade contra nós, mesmo que eles só façam uso de golpes
incessantemente”. Hoje deram mais um golpe. E enquanto isso vão acusar
opositores de “golpistas” apenas por requisitarem a hipótese legal de
impeachment. Enfim, para vencer esta batalha, precisamos adquirir um foco na
vitória. Se não rotularmos o nosso oponente como ele é, só facilitamos a vida
dele.
Hoje aconteceu um golpe. É
nossa missão moral denunciá-lo nestes termos.
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