sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

[Aparecido rasga o verbo] Dever "comprido...".

Aparecido Raimundo de Souza

Para aqueles que não sabem, aprendam agora.

“A palavra democracia tem origem no grego demokratía que é composta por demos (que significa povo) e kratos (que significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal. É um regime de governo em que todas as importantes decisões políticas estão com o povo, que elegem seus representantes por meio do voto. É um regime de governo que pode existir no sistema presidencialista, onde o presidente é o maior representante do povo”.

Explicado esse pequeno pormenor, devemos dizer que no último pleito, cumprimos, como cidadãos comuns, com o dever que nos foi imposto pelo Estado Democrático de direito. Comparecemos a zona, na esperança de encontrarmos, por lá, uma vadia. Dessas que, por cem reais, nos levariam a ver, ainda que em sonhos gasosos, a Dilma Rouboussett numa queda de braços com o Michel Jackson Tremer (de tremer, mesmo), ambos correndo contra o tempo para ver quem mamaria por mais alguns anos, a expensas dos nossos bolsos.

Descobrimos, todavia, que essa zona nada tinha a ver com sexo. Levamos duas camisinhas, por precaução, na esperança de, se usadas, não engravidássemos ninguém. Imaginem se, ‘a depois’, fossemos processados pelo TJE (Tribunal de Jumentos Eleitoreiros) por termos embuchado uma das mesárias, ou, na pior das hipóteses, a juíza eleitoral nove meses à frente, aparecesse com um filhotinho nos braços, a cara sem vergonha de Eduardo Campos, ou por desgraça, saísse à esfinge de José Serra...

O caso é que no dia das eleições voltamos frustrados. Malogrados, chacoteados. Diríamos, com o lombo e os pés cansados, além de nossos direitos pessoais fortemente achincalhados. Quais as causas de tudo isso?

PRIMEIRO essa balela de estado democrático de direito não passa de conversa para boi dormir. Não só para boi, para outros bichos também. O Estado é, acima de tudo, uma baderna, uma confusão onde impera, acima de tudo, a funçanata, ou o bacanal, em sua melhor forma de expressão. Portanto, o Estado nada mais é que uma concepção malnascida, uma gestação malparida, engendrada erroneamente. Uma veleidade mais descambada para a total anarquia de todos os conceitos tidos como sérios. Grosso modo, o Estado poderia (e, de fato pode e deve) ser alcunhado de “Estado (in)democrático do furdunço generalizado”.

Nosso estado democrático como um todo, é uma dissensão só. De direito então, um enorme cagalhão descombinado do próprio rabo que o expele. Uma bizarra utopia. Logo deduzimos que a DEMOCRACIA se assemelha a uma potranca solta no pasto, à cata de um cavalo que tenha a glande de Priapo bem avantajada, que a enrabe e, depois, limpe as partes sujas com a Constituição Federal. Daí afirmarmos sem medo de erros ou falhas, que a Constituição não é Federal, mas, com certeza, “Fedemal”. 

Pois bem, senhoras e senhores. Fomos à zona (porque essa droga de Estado ou o que os hipócritas e burocráticos fazedores ou inventores de palavras bonitas ajustaram para dissimularem o inexistente), a fim de ajudarmos a maquiar uma coisa que só tem vida plena e forma grotesca nos mentirosos livros de história. E que os boçais de plantão teimam em dizer que existe. Se democracia de fato existisse, teria voz de tenorino gripado e algum nome mais borrado que poleiro de galinhas. 

Entendemos que a partir do momento em que essa suposta democracia dita normas, impõem preceitos, e, num outro momento, nos obriga, nos subjuga, nos impinge a fazer aquilo que não queremos (votar seria uma dessas coações) e, ainda por cima, abaixo de vara, o sentido amplo de democracia vai para a puta que pariu, cai por terra, descamba para o ralo, como tudo nesse País. Aliás, diga-se de passagem, o Brasil não só foi para o ralo, como virou um bueiro de enormes proporções. E para falarmos a verdade não há Cristo que consiga tapar esse rombo.

SEGUNDO, senhoras e senhores, procurem entender a situação. E raciocinem junto com a gente. Se não vamos à zona, perdão, se não comparecemos às urnas, se nos omitimos de deixarmos a promessa (votar, em sentido amplo, é como uma súplica solene que fazemos aos párias que vão nos representar, entre aspas) passamos, a partir dessa inércia, a não existirmos como pessoas físicas. Em contrapartida, caem sobre nossos costados, as admoestações. Não abrimos contas em bancos. Não tiramos identidade, não pegamos carteira de trabalho, nem em segunda via. 

Igualmente, não veremos um passaporte, nem conseguiremos sair do país. Na mesma linha, não arranjaremos crédito, nossos direitos de ir e vir ficarão prejudicados e embaralhados. Seremos execrados pelo Estado e por essa sociedade de vagabundos, como um Zé Ninguém ou um Mané qualquer. Sem a droga do título de eleitor em dia, somos um zero à esquerda, não só à esquerda, à direita, dos lados, de cima para baixo, de baixo para cima.

No geral, passadas as eleições, nossos votinhos para os vagabundos não foram processados, imediatamente viramos um zumbi. Um morto vivo que perdeu todas suas prerrogativas, inclusive a de ressuscitar, como o bíblico Lázaro.

Ora, meus amados. Se vivêssemos, num Estado realmente democrático e de direito, Kikiki, se o povo, no pior dos mundos, valesse alguma coisa - mais que um punhado de excremento, pelo menos -, o voto a essa cambulhada de pilantras, de vadios, não necessitaria de obrigatoriedade.  O certo, o correto, a nosso entendimento, o estado democrático de direito deveria ser igual aos dos países desenvolvidos, os conhecidos como de “Primeiro mundo”.  Neles comparecem às seções eleitorais, quem quer. 

Diante dessa desigualdade, perguntaríamos atordoados e aflitos: que adianta estar escrito naquele instrumento de hierarquia máxima que “Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido”, se na verdade, a galera que aí está não sabe explicar os significados de “emana”, de “povo”’ e “exercido”?

Finalmente, por TERCEIRO, levem em conta que, tudo o que é obrigatório, forçoso, imperioso, necessário, imprescindível, sacramental, se houver arrocho, de quem quer que seja... se houver pressão, repressão, embaraço, injunção, imposição obrigação, deixou de ser democrático.

Mesmíssima via de mão foi para os infernos a “democracia”, para ser simplesmente coação, repelo, tirania, sem-vergonhice notadamente de quem vive por aí berrando, aos quatro cantos, que democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos. Livremente eleitos no sentido de “embaixo de vara, de tapas e bordoadas”. 

Nunca, em tempo algum, democracia será um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana. Jamais uma institucionalização da liberdade. Só se houver uma hecatombe e se começar tudo de novo, desde o início, o que sabemos, é humanamente improvável. As importantes decisões políticas estão com o povo?! Deixem nos rir um pouco mais da imbecilidade humana. Kikiki... kikiki... kikiki... 

Democracia é em resumo, merda impetuosa bem fedida elevada ao quadrado. Bosta de fossa a céu aberta, se somadas todas as equações conhecidas. E fim de papo. 

Neste País de salafrários e picaretas, democracia num todo, se resume por um punhado de normas, de sanções, clausulas e condições que deverão ser respeitadas ao pé da letra, o que, de pronto, nos assusta. Não pelo fato de precisarmos, em cada nova ida à zona, comparecermos e votarmos obrigatoriamente.

Nosso medo surge em decorrência das figuras malignas que desfilam com suas inanidades labirínticas. Vigilantes colados em nossos cangotes, como veados em colhões buscando prazeres, verdadeiras epidemias travestidas nas fachadas de velhos e conhecidos cânceres e outras doenças de pior monta. Doenças incuráveis.

As funções dessas epidemias, não outras, senão a de “botarem” cabrestos nos pescoços dos sujeitos, domesticarem os não sei quantos Antônios e Marias, os milhões de Franciscos e Candinhas. Preferencialmente num mesmo contêiner, agrupados, as gentalhas burlescas, as cataplasmas arrancadas do infindável Povinho Sem Eira Nem Beira para os conduzirem às valas comuns dos “campos de concentração”.

Entendam, por favor, como “Campos de concentração” os currais montados para abates no Epicentro Brasília. Todos nós, fazemos parte dessa gigantesca e desproporcional porção de cabeças de gados marchando em direção aos matadouros. Resumindo, somos essa manada de bois e vacas, vacas e bois, direcionados aos enormes açougues espalhados pela Capital do Brasil.

Verdade seja dita, nos transformamos numa chusma de tapados. Uma turma de medíocres, de pulhas mascarados de imbecis. Não sabemos onde temos o nariz.  Vegetamos as nossas vidinhas num mar de lama pior que o da tragédia com o avião da Chapecoense. Somos boçais de carteirinha e sindicato, comandados por uma corja de espertos e espertalhões da pior qualidade. Nosso futuro é negro, e toda essa escuridão gira em nome do pomposo Senhor Estado Democrático. E o mais degradante: De direito. Deixaremos no ar uma pergunta para que os senhores e senhoras pensem e repensem: que direito?!

Em face do exposto, e levando em conta que não podemos ficar sem dar com o focinho na zona, pelo menos exercemos a nossa cidadania ainda que erradamente. Votamos em branco. Sempre votaremos em branco, estejam certos. Em B R A N C O com todas as letras. Se pudéssemos, elegeríamos outra cor qualquer.

Optaríamos, certamente, pelo azul celeste (apesar de todas essas desgraças a solta Brasil a fora, e à cata do poder, de governar, ou melhor, de encher os bolsos com o suor de nossos rostos), o azul continua imutável no firmamento.

Nessa mesma ótica, para nós, tanto faz ganhar o candidato “a”, “b”, “c” ou “d”, nada mudará. A não ser para “pior”. Nas próximas eleições, em 2018, acreditem, as malditas assombrações renascerão. Virão das profundezas do tinhoso com força total, como a Fênix renascida da mitologia. Infelizmente, o povo, a ralé, o coitadinho, de novo, mais uma vez, voltará a se vestir de jocoso, de ridículo, de picaresco, para aplaudir os ladrões e mafiosos. 

Ladrões e mafiosos sim, porque os palhaços, os bufões somos nós. É a eterna e surrada democracia vai e vem, vem e vai, esmagando o fracassado estado de direito desses  milhares e milhões de incultos e abestados sem teto, que acordam cedo e se dão ao trabalho de enfrentarem filas quilométricas para elegerem um amaldiçoado de rosto sorridente, que faz mil promessas, tantas lorotas conta e promete, que até Deus, em toda sua misericórdia, inconformado, pede a São Pedro, que o belisque com força, para verificar se está vendo, ouvindo e entendendo  direito o que os ociosos e errantes bombardeiam em seus ouvidos.

Que venham as próximas. Cumpriremos nosso dever. Isso é o que importa. Ponto pacífico. Estamos satisfeitos, realizados. Sairemos da zona de meretrício “comprovados”, ou seja, com a respectiva quitação do encargo que nos foi enfiado goela abaixo, pela democracia, perdão, pelo Estado, ou por qualquer outro nome camuflado que se queira dar a toda essa trapalhada infame.

Votar é uma infâmia. Assim como o sufrágio é universal, o sofrimento também é imutável, eterno e imorredouro. Não importa. Trouxemos (e traremos indefinidamente) na carteira aquele pedacinho de papel, para exibirmos a quem duvidar que lá estivemos bancando os Carequinhas e Arrelias da vida. Que executamos, à risca, nossos deveres cívicos impostos pelo Estado democrático de direito.  Contudo, acreditem senhoras e senhores, o comprovante que a presidente da mesa nos passou, como garantia à imposição de nos fazermos ao vivo, em carne e osso, sequer tivemos a felicidade de aproveitarmos para limparmos a bunda.


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Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souzajornalista, Rio de Janeiro, 27-1-2017

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